Evangelho segundo São Lucas 6,39-42.
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova?
O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre.
Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua?
Como podes dizer a teu irmão: "Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista", se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão.
Tradução litúrgica da Bíblia
(1347-1380)
Terceira dominicana,
doutora da Igreja,
copadroeira da Europa
Apêndice, cap XI, n.º 108
Cego e doente é aquele que julga!
Ó fogo de amor! Graças, graças Te sejam dadas, Pai eterno! A mim, que sou imperfeita e cheia de trevas, Tu, que és a Perfeição e a Luz, mostraste-me a perfeição e o caminho luminoso da doutrina do teu Filho único.
Eu estava morta, Tu devolveste-me a vida! Eu estava doente, Tu foste o meu remédio! E não foste apenas remédio do Sangue, que aplicaste por meio de teu Filho a este doente que é a humanidade; mais ainda, deste-me, para me curar de uma enfermidade secreta, um remédio que eu não conhecia, ensinando-me esta doutrina: que não posso julgar a criatura racional e muito menos os teus servos! Cega e doente era eu! Quantas vezes não os julguei, a pretexto da tua honra e da salvação das almas!
Eu Te agradeço, Bondade soberana e eterna, teres-me revelado a tua verdade, os enganos do demónio e as ilusões dos sentidos, e teres-me dado a conhecer a minha enfermidade! Eu Te suplico, pela tua graça e a tua misericórdia, que os meus enganos terminem hoje! Que eu não mais me afaste da doutrina que a tua Bondade me deu, a mim e a quem quiser segui-la.
Sem Ti, nada posso fazer! Recorro, pois, a Ti, que és o meu refúgio, Pai eterno, e não imploro apenas por mim, mas também pelo mundo inteiro, e em especial pelo corpo místico da Santa Igreja.
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