Evangelho segundo São Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus».
Tradução litúrgica da Bíblia
Papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 07/06/06
A fé de São Pedro, pedra e fundamento para a Igreja
«Também Eu te digo: tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus» (Mt 16,18-19). As três metáforas às quais Jesus recorre são muito claras: Pedro será o fundamento, a rocha sobre a qual apoiará o edifício da Igreja; ele terá as chaves do Reino dos Céus, para abrir e fechar a quem melhor julgar; por fim, poderá ligar ou desligar, no sentido em que poderá estabelecer ou proibir o que considerar necessário para a vida da Igreja, que é e permanece a Igreja de Cristo.
Esta posição de preeminência que Jesus decidiu conferir a Pedro verifica-se também depois da ressurreição (cf Mc 16,7). Pedro será, entre os apóstolos, a primeira testemunha de uma aparição do Ressuscitado (cf Lc 24,34; 1Cor 15,5). Este seu papel, realçado com decisão (cf Jo 20,3-10), marca a continuidade entre a preeminência obtida no grupo apostólico e a preeminência que continuará a ter na comunidade que nasceu depois dos acontecimentos pascais. O facto de vários textos essenciais relativos a Pedro poderem ser relacionados com o contexto da Última Ceia, na qual Cristo conferiu a Pedro o ministério de confirmar os irmãos (cf Lc 22,31s), mostra que a Igreja que nasce do memorial pascal celebrado na Eucaristia tem no ministério confiado a Pedro um dos seus elementos constitutivos.
Esta contextualização do primado de Pedro na Última Ceia, no momento da instituição da Eucaristia, Páscoa do Senhor, indica também o sentido último deste primado: Pedro deve ser, para todos os tempos, o guardião da comunhão com Cristo; deve conduzir à comunhão com Cristo; deve evitar que a rede se rompa (cf Jo 21,11), para que a comunhão universal perdure. Só podemos estar com Cristo, que é o Senhor de todos, estando juntos. A responsabilidade de Pedro é, assim, garantir a comunhão com Cristo pela caridade de Cristo, conduzindo à realização desta caridade na vida de todos os dias. Rezemos para que o primado de Pedro, confiado a pobres pessoas humanas, possa ser sempre exercido neste sentido original querido pelo Senhor, para ser cada vez mais reconhecida no seu verdadeiro significado pelos irmãos que ainda não estão em plena comunhão connosco.
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