Evangelho segundo São João 16,12-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».
Tradução litúrgica da Bíblia
(563-615)
Monge, fundador de mosteiros
Instrução, 1,2-4
A Santíssima Trindade deixa-Se conhecer
pelos corações puros
Quem é Deus, pois? Pai, Filho e Espírito Santo, Deus é um só. Não perguntes mais nada sobre Deus. Quem quiser conhecer a fundo as coisas relativas a Deus, comece por considerar a ordem natural. De facto, o conhecimento da Trindade é justamente comparado às profundezas do mar, sobre as quais diz a Sabedoria de Deus: «Continua distante o que estava distante, e profundo, o que estava profundo: quem o poderá sondar?» (Ecl 7,24). Pois, assim como o fundo do mar é invisível aos olhos dos homens, assim também a Trindade divina permanece inacessível à compreensão humana. Por isso, quem quiser compreender aquilo em que deve acreditar, não vá pelo raciocínio, mas pela fé, pois de outra maneira a sabedoria divina assim procurada afastar-se-á ainda mais.
Assim, pois, não procureis o conhecimento supremo por meio de argumentos, mas levando uma vida perfeita, não pela língua, mas pela fé que brota de um coração simples e não de conjeturas eruditas. Se procurares o inefável através de raciocínios, ele afastar-se-á cada vez mais de ti; se o procurares pela fé, a sabedoria estará onde mora: à tua porta (cf Pv 1,21), e poderá ser vista, mesmo que só parcialmente. Na verdade, a sabedoria é alcançada quando acreditamos no invisível sem o compreender. Sendo Deus o invisível, temos de acreditar nele; e, no entanto, Deus pode ser visto, de certa maneira, pelos puros de coração.
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