domingo, 31 de agosto de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “A sedução que salva”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Minha alma tem sede
 
O profeta Jeremias nos faz uma revelação do mais profundo de nosso coração. Traduz em palavras o que o coração diz. Como um forte profeta de Deus que quer salvar, sente em seu corpo a força da atração Divina que chama de sedução. Passando por sofrimentos causados por sua profissão, decide não falar mais de Deus nem estar a seu serviço para anunciar e denunciar. Suas denúncias lhe acarretam grandes humilhações e sofrimentos. Mas Deus não desiste dele. O profeta não “escapa” do Deus que escolheu: “Senti então, dentro de mim um fogo ardente a penetrar-me o corpo todo. Desfaleci, sem forças para suportar” (Jr 20,9). Essa expressão é retomada pelo salmo: “Minha alma tem sede de Vós, minha carne também Vos deseja como terra sedenta e sem água!” (Sl 62). Sem essa sede de Deus, jamais poderemos viver a fé cristã. Esse espiritualismo não envolve a vida tapeia nossa realidade espiritual. Somente o desejo de Deus pode nos levar a tomar atitudes fortes de entrega até mesmo da própria vida. Esse desejo não é um simples “eu gostaria tanto de...”. O salmista reza esse sentimento: “Como a corsa suspira pelas águas correntes” (Sl 42,1). Não se trata de um belo animal. É o animal louco de sede que busca a água. A vida espiritual está nesse desejo. Assim é o coração de quem ama Deus.
Tomando a cruz 
Esse é o mesmo desejo que leva a assumir o seguimento de Jesus com todas as forças do coração: “Se alguém quer Me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt, 16,24). Jesus sente-Se impulsionado para seguir um caminho que O levará a sofrer a rejeição e sofrimentos. Uma certeza interior O fascina rumo à ressurreição. E não admite que seja interrompido pelo desejo humano que não quer sofrer. Quem O tenta é um Satanás, pedra de tropeço. Responde duro a Pedro: “Tu não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas humanas” (Mt 16,23). Há pouco havia dito que Pedro professara a fé por uma revelação de Deus. E lhe deu as chaves do Reino dos Céus (Mt 16,17.19). Agora o chama de Satanás. Com a fé não nos enganamos nesse caminho de seguimento de Jesus que supõe a cruz. O desejo que nos veio da sedução tem que ir até o fim. No futuro há sempre a ressurreição. É preciso saber ir perdendo a vida em nossas escolhas para encontrar a verdadeira vida que está acima de qualquer outra sedução. “Que adianta ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida”? O caminho da cruz conduz à vida. Vemos aí o erro de quem põe de lado a cruz para viver só do bem-estar, do prazer e do poder. Foi envolvido por Satanás, a serpente. 
Temos outro modelo 
A grande atração que Deus exerce sobre nós e o desejo que nos leva a buscá-Lo não são nem distantes nem fantasiosos. É uma opção que envolve o concreto da vida, como lemos na carta aos Romanos: “Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir a vontade de Deus” (Rm 12,2). Mudando o modo de pensar podemos assumir a proposta de Jesus e fazer dela nosso seguimento. “Nossa alma será saciada, como cantamos no salmo, como em grande banquete de festa” (Sl 62). Nossa espiritualidade se alimentará no Espírito e na Verdade. Paulo nos oferece mais um pensamento forte: “Este é vosso culto espiritual”. Louvar e glorificar a Deus nós o fazemos em atitudes de vida não em palavreado. Essa reflexão nos leva a compreender o culto cristão que se realiza no coração e vai ao concreto da vida.
Leituras:Jeremias 20,7-9;Salmo 62; 
Romanos 12,1-2; Mateus 16,21-27 
1. Deus nos atrai com força para corresponder à sedução, como Jesus se entrega. 
2. Quando somos capazes de renunciar e seguir Jesus 
3. Para colocar em atos o desejo de Deus, é preciso não se conformar ao mundo. 
Negócio bem feito 
Não adianta procurar muitas coisas para preencher nosso desejo de felicidade se não encontrarmos o que possa nos satisfazer em profundidade. Somente Deus pode nos queimar os ossos por dentro. Jesus propõe a Pedro o perdão infinito que como protótipo do mistério de sua Morte e Ressurreição. É o perdão infinito de Deus para todos e para sempre. Pedro não aceita a proposta de Jesus, e é chamado de Satanás, aquele que separa e divide. Jesus diz que ele atrapalha o processo de salvação da humanidade. Pedro, depois pode entender o que queria Jesus. Seguir Jesus a disposição de fazer o mesmo caminho com a cruz. Por isso, perder é ganhar. Nada vale mais que a salvação. Por ela devemos investir tudo. Por que temos força para esse passo? Jeremias nos dá a resposta: Deixar-se seduzir. Mesmo o desprezo pelo qual passa o profeta não apaga em nós esse fogo. Diz o profeta: “Senti dentro de mim um fogo arder e penetrar o corpo todo; desfaleci sem força para suportar” (Jr 20,9). O fogo de Deus não se apaga quando nos toma. Por isso temos sempre a sede de Deus. Esse é o negócio bem feito. 
Homilia do 22º Domingo Comum (03.09.2017)

EVANGELHO DO DIA 31 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Lucas 14,1.7-14. 
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos terá de te dizer: "Dá o lugar a este"; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: "Amigo, sobe mais para cima"; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta, será humilhado, e quem se humilha, será exaltado». Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas, quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos». 
Tradução litúrgica da Bíblia
São Charles de Foucauld 
(1858-1916) 
Eremita e missionário no Saara 
Retiro em Nazaré 
Deus assumiu de tal maneira o último lugar 
que ninguém está mais abaixo que Ele 
A encarnação tem a sua origem na bondade de Deus. Mas há uma coisa que aparece primeiro, tão maravilhosa, brilhante e surpreendente que resplandece como um sinal deslumbrante: a humildade infinita que tal mistério contém; [...] é Deus, que é o Ser, o Infinito, o Perfeito, o Criador, o omnipotente, imenso e soberano Senhor de tudo, tornar-Se homem, unindo-Se a uma alma e a um corpo humanos, e aparecendo na Terra como um homem e o último dos homens. E o que é a estima do mundo? Convinha que Deus a procurasse? Vendo o mundo das alturas da divindade, tudo é igual a seus olhos: o grande e o pequeno, tudo é igualmente formiga, minhoca. Desdenhando por completo as falsas grandezas, que são, na verdade, pequenezes extremas, Deus não quis revestir-Se delas. E, como Ele veio à terra para nos redimir e ensinar, e para Se dar a conhecer e ser amado, fez questão de nos dar, desde a sua entrada neste mundo e durante toda a sua vida, esta lição de desprezo pelas grandezas humanas, de completo desapego da estima dos homens. Ele nasceu, viveu e morreu na mais profunda abjeção e no mais profundo opróbrio, tendo assumido de uma vez por todas o último lugar, de tal forma que ninguém jamais pudesse estar abaixo dele. E se Ele ocupou com tanta constância, com tanto cuidado, esse último lugar, foi para nos instruir, para nos ensinar que os homens e a estima dos homens não são nada, não valem nada; foi para nos ensinar que, não estando a nossa conversa neste mundo, não devemos dar importância à figura deste mundo, mas viver apenas para o reino dos Céus que o Deus-Homem via já aqui em baixo pela visão beatífica, e que nós devemos considerar incessantemente com os olhos da fé, caminhando neste mundo como se não fôssemos deste mundo, sem nos preocuparmos com as coisas exteriores, ocupando-nos apenas com uma coisa: olhar, amar o nosso Pai Celestial e fazer a sua vontade.

Beatos Edmigio Primo Rodriguez, Amalio Zariquiegui Mendoza e Valerio Bernardo Herrero Martínez Religiosos lassalistas mártires Festa: 31 de agosto

(†)Almeria, Espanha, 31 de agosto de 1936
 
Martirológio Romano: Em Almería, Espanha, o Beato Edmigio (Isidore) Primo Rodríguez, Amalio (Giusto) Zariquiegui Mendoza e Valerio Bernardo (Marciano) Herrero Martínez, mártires, que, irmãos das Escolas Cristãs, foram mortos por ódio à fé durante a perseguição. 
Durante os trágicos acontecimentos da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), as complicações surgidas a partir de 1936 afetaram também a vida da Diocese de Almeria, localizada em uma das áreas mais pobres da Espanha. O grupo de mártires de Almería é formado pelo Bispo de Almería, Diego Ventaja Milán, pelo Bispo de Guadix-Baza, Manuel Medina Olmos e sete Irmãos das Escolas Cristãs: Aurelio María, José Cecilio, Edmigio, Amalio, Valerio Bernar do, Teodomiro Joaquín e Evencio Ricardo. 
Irmão EDMIGIO (Isidore Primo Rodríguez) 
Nasceu em Antalya, província de Valladolid e diocese de Palência, em 4 de abril de 1881. Ingressou no noviciado em 3 de agosto de 1898, recebendo o hábito religioso e seu novo nome em 8 de outubro do mesmo ano. Ele fez seus votos perpétuos em 11 de agosto de 1911. Depois de completar seus estudos, ele ensinou em várias casas; finalmente, em 1933, ele foi transferido para o San José College em Almeria.

Beato Pedro Tarrés i Claret

Nasceu no dia 30 de Maio de 1905 em Manresa (Espanha), numa família crente e exemplar. Recebeu o sacramento do Batismo a 4 de Junho do mesmo ano, a Confirmação em 1910 e a primeira comunhão em 1913. Estudou com os Padres Jesuítas. Era um adolescente de caráter aberto e alegre, amoroso com os pais e com as duas irmãs, amante da natureza e contemplativo, místico com alma de poeta. Graças à obtenção de bolsas de estudo, pôde fazer os estudos secundários e universitários, formando-se em medicina, no ano de 1928, na Universidade de Barcelona; funda, de acordo com o seu companheiro, Dr. Gerardo Manresa, o sanatório de Nossa Senhora "de la Merced", em Barcelona. Faz parte, com fervoroso zelo apostólico, da Federação dos Jovens Cristãos, que pertencia à Ação Católica, como a tinha perspectivado o Papa Pio XI: oração, estudo, ação sob a orientação da hierarquia local. Para ele o segredo da vida espiritual era a devoção Eucarística e o amor filial à Mãe de Deus. Em 1925 falece o seu pai e, pouco tempo mais tarde, sua mãe sofre um desastre que a torna inválida para sempre. Emitiu o voto de castidade em 1927 com a aprovação do seu diretor espiritual. Durante o exercício da profissão médica foi exemplar na caridade e na vida de piedade, tratando os doentes com familiaridade respeitadora e com uma alegria contagiosa.

31 de agosto - Santo Aristides de Atenas

Aristides de Atenas, filósofo apologista grego e patrístico do período anterior ao Concílio de Niceia, faleceu por volta do ano 134 e é autor do mais antigo escrito apologético cujo texto se conserva. A literatura apologética visa defender a religião cristã dos escritos do paganismo e das heresias. Os dados sobre sua vida e obra são escassos. Segundo Eusébio de Cesaréia o filósofo ateniense teria entregue ao Imperador Romano Adriano (76-138) livros compostos em defesa da religião cristã, aproveitando-se da admiração do imperador pela escola de Alexandria e os filosofia ateniense. A primeira apologia do cristianismo, teria sido escrita na época do reinado (117-138) de Adriano, e só conhecida dos contemporâneos após sua descoberta no século XIX e publicada pelos Mequitaristas de S. Lázaro, de Veneza (1878) com o título Ao imperador Adriano César de parte do filósofo ateniense Aristides. Poucos anos depois (1891) R. Harris descobriu no monastério de Santa Catarina do Monte Sinai, uma tradução síria dessa apologia. A apologia de Aristides visa a mostrar que os cristãos são os únicos detentores da verdadeira noção de Deus, demonstrando as inconsistências das concepções dos deuses Caldeus, Gregos e Egípcios. Demonstra, ainda, o carácter elevado da vida moral cristã em profundo contraste com as corruptas práticas pagãs. O tom é nobre e calmo e procura testemunhar a razoabilidade do cristianismo mais por um apelo aos factos do que por subtis argumentações.

Beato Alfredo Ildefonso Schuster, cardeal, arcebispo de Milão

Beato Alfredo Ildefonso Schuster, 1930 
"Parece que as pessoas não se deixam mais convencer pela nossa pregação, mas, diante da santidade, ainda se ajoelham, acreditam e rezam. Parece que as pessoas são inconscientes diante das realidades sobrenaturais e indiferentes aos problemas da salvação. Mas se um verdadeiro Santo passar pela rua, vivo ou morto, todos correm para vê-lo". Nesta espécie de testamento espiritual, deixado aos seminaristas moribundos, encerra-se toda a essência da santidade de Alfredo Ildefonso Schuster, monge de coração, antes de ser pastor de almas na cidade de Milão, para aonde a Igreja o enviara. Dois dias depois de pronunciar estas palavras, no cortejo fúnebre que acompanhava seu caixão, de Venegono a Milão, todos se uniram e acorreram para ver a passagem de um Santo. 
Um verdadeiro filho de São Bento 
Natural de Roma, filho do mestre alfaiate dos Pontífices, quando criança Ildefonso ajudava a Missa perto do Vaticano. Ao ficar órfão de pai, entrou para a residência estudantil de São Paulo fora dos Muros, onde teve como mestres o Beato Plácido Riccardi e o Padre Bonifácio Oslander. Educado à oração, ao silêncio e à ascese, sentiu o desejo de se tornar monge beneditino na mesma Abadia. Em poucos anos, Alfredo tornou-se mestre dos Noviços, Prior claustral e abade ordinário.

Santos José de Arimateia e Nicodemos, discípulos do Senhor

Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus, rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus da Cruz. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. Com ele foi também Nicodemos, que anteriormente, se encontrara às ocultas de noite com Jesus, levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o Corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumavam fazer, na preparação para o sepulcro. Havia um horto naquele lugar, onde Jesus fora crucificado e, no horto, um sepulcro novo, no qual ninguém ainda havia sido posto. Ali, pois, por causa da preparação da festa dos judeus e por aquele sepulcro estar perto, depositaram Jesus” (João 19,38-42). No Evangelho de João encontramos a reconstrução mais precisa da deposição e sepultamento bastante incomum de Jesus, uma vez que, em geral, os corpos dos condenados eram deixados pelos romanos na cruz, até serem lançados em uma fossa comum. Porém, Jesus recebeu um tratamento diferente, graças a José, que usou sua influência para obter seu corpo e o enterrar em um sepulcro, que ele havia comprado para si. Contudo, ele teve que se apressar, porque em breve seria a Páscoa judaica, e ele não poderia participar da festa porque estava impuro, por ter entrado em contato com um cadáver. Por isso, foi ajudado por Nicodemos, que levou uma grande quantidade de óleos perfumados.

São Raimundo Nonato Religioso Mercedário - Festa: 31 de agosto

(*)Portell, Espanha, 1200
(+)Cardona, Espanha, 31 de agosto de 1240 
Não se sabe muito sobre sua vida. O apelido significa não nascido da mãe viva, "não nascido", ou seja, extraído de seu corpo sem vida, que morreu antes de dar à luz a ele. Talvez de família nobre, Raimundo por volta de 1224 ingressou na religiosa Ordem da Misericórdia (também conhecida como Mercedários), fundada alguns anos antes com o objetivo de redimir e cuidar da formação religiosa e moral dos escravos nas regiões espanholas ainda ocupadas pelos árabes. Depois que os espanhóis libertaram grande parte do território, Raimundo partiu para a Argélia, onde foi feito prisioneiro. Para impedi-lo de pregar, eles o morderam. De volta à Catalunha, tendo se tornado famoso, ele foi chamado a Roma pelo Papa Gregório IX, que em 1239 o nomeou cardeal. Mas durante a viagem, ele morreu de febres violentas. São Raimundo também é considerado o santo padroeiro das parteiras. (Avvenire) 
Etimologia: Raymond = inteligência protetora, do alemão
Martirológio Romano: Em Cardona, na Catalunha, São Raimundo Nonato, que esteve entre os primeiros companheiros de São Pedro Nolasco na Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria da Misericórdia e é transmitido ter sofrido muito em nome de Cristo pela libertação dos prisioneiros.

Deposição do precioso cinto da Ssma. Mãe de Deus em Constantinopla (séc. VI), 31 de Agosto

Sobre o evento da trasladação do precioso cinto (faixa) da Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, há duas referências a respeito: pode ter sido realizada pelos reis Arcadius ou Teodósio II, e foi transferido de Jerusalém para Constantinopla, sendo depositado no interior de um nicho de ouro. Transcorridos 410 anos, o rei Leão, o sábio, abriu este nicho buscando a cura para a sua rainha que se encontrava sob a possessão de um espírito impuro. Encontrou então este precioso cinto da Santa Mãe de Deus que começou a irradiar uma luz não criada. Havia um selo de ouro no qual estava indicado o dia e o ano em que fora trasladado para Constantinopla. Depois de se prostrar com grande devoção, o Patriarca tomou em suas mãos o precioso cinto e o estendeu sobre o corpo da rainha que, imediatamente se sentiu libertada. Todos começaram então a glorificar a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e agradecer à sua mãe que é a protetora fiel de todos os cristãos, nossa ajuda e intercessora em cada instante de nossas vidas. 
 Tradução e publicação neste site com permissão de Ortodoxia.org
 Trad.: Pe. André

Nossa Senhora de La Vang

       Durante a maior parte do século XVII, o Vietnã esteve em guerra por várias lutas de poder e domínio. No século XVIII, a mais forte dentre elas foi conduzida pelos três irmãos Tay Son. Com pequeno intervalo, derrubaram sucessivamente os senhores de Nguyen e derrotaram os senhores de Trinh, restaurando a unidade nacional pela primeira vez desde o declínio da dinastia Le. Um dos irmãos Tay Son foi aclamado rei com o nome de Quang Trung. Em 1792 ele morreu e deixou o reino ao filho que se tornou o Rei Canh Thinh. Entretanto, Nguyen Anh continuou a revolta tentando reclamar o trono. Ao tentar fugir dos rebeldes Tay Son, em 1777, refugiou-se na ilha de Phu Quoc, onde D. Pedro Pigneau de Behaine, da Sociedade das Missões Estrangeiras, dirigia um seminário para jovens das terras vizinhas. O bispo convenceu-o a pedir auxílio a Luís XVI de França. O Rei Canh Thinh soube que Nguyen Anh recebia apoio do missionário francês e teve receio que os católicos vietnamitas apoiassem o seu reinado. Começou a pôr restrições à prática do catolicismo na região. Em 17 de agosto de 1798, o Rei Canh Thinh promulgou um édito anticatólico e uma ordem para destruir todas as igrejas católicas e seminários. Começou uma perseguição aos católicos vietnamitas e aos missionários que durou até 1886. Mesmo depois de Nguyen Anh ter conseguido recuperar o trono como Rei Gia Long (1802-1821), os seus sucessores, Rei Minh Mang (1821-1840), Rei Thieu Tri (1841-1847) e Rei Tu Duc (1847-1884), o último imperador Nguyen, a intensa campanha contra os católicos continuou ordenando castigos que iam desde queimarem as suas caras, até a morte por diversos métodos cruéis para os católicos vietnamitas e os padres missionários. 

ORAÇÕES - 31 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 – 22º Domingo do Tempo Comum
Evangelho (Lc 14,1.7-14)(Lc 14,1.7-14) “Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E ... notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares.”
Jesus observa um fato da vida social, e aproveita a oportunidade para um ensinamento. Não para oferecer normas de bom comportamento social que evitem constrangimento, mas para falar da atitude que devemos ter diante de Deus. Se nos damos importância e nos engrandecemos, julgando-nos autossuficientes, não existe salvação para nós. O orgulho escraviza-nos e impede-nos de nos entregar humildemente nas mãos do Senhor. Jesus deixou claro que não veio para os que se consideram sadios e justos, mas para os que se sabem pecadores e fracos. A humildade não consiste em nos rebaixar, mas em simplesmente reconhecer nossa realidade, ou, como diz não sei que santo, humildade é reconhecer nossa verdade.
Oração
Senhor Jesus, porque nos conheceis muito bem é que tocais tão diretamente em nosso ponto fraco. Não gosto nem um pouco de olhar para minha realidade, que procuro sempre enfeitar e disfarçar. Tenho, porém, de me render às evidências. Sou fraco, e vivo pensando que tudo posso; sou medroso, e finjo estar pronto para tudo. Reconheço minha pobreza, meu orgulho e minha pretensão. Perdoai-me, mudai meu coração. Preciso de vós, e já percebi que longe de vós não encontro felicidade. Ajudai-me a corrigir minhas falhas, e a viver um pouco mais como me mostrais com vossa própria vida. Livrai-me do orgulho, da ilusão tola de poder resolver tudo por mim mesmo, para que eu recorra sempre a vossa ajuda, pedindo, pedindo sempre sem desistir. Amém.

sábado, 30 de agosto de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “A fé que celebra”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Uma certeza na fé
 
A liturgia é mais um elemento importante para a garantia da fé. Já vimos a Escritura, a Tradição, os Santos Padres e os Doutores. A celebração condensa, por sua parte, todos esses critérios de fé, pois tem a Palavra de Deus, mantém viva a Tradição e aprende com os mestres da fé. Como povo reunido, celebrando, a liturgia é critério de fé. Já temos o ensinamento antigo que diz: O que se reza é ensinamento de fé (Lex orandi, Lex credendi). Se a comunidade reza desde tempos imemoriais determinadas verdades, é por que são verdadeiras. Em seu ensinamento oficial, os Papas sempre conferem se o que se ensina é o que o povo de Deus sempre rezou. Não se trata de sacramentar tudo o que se diz. Busca-se a permanência na verdade. É por isso que, quando se preparam textos oficiais para a oração de toda a Igreja, é necessária a aprovação para não ensinar erros. Os ritos, as cerimônias e as leis da liturgia devem estar a serviço do esplendor da verdade. A obediência da fé inclui a obediência ao que é proposto. Por outro lado, os ministros ordenados e outros devem propor a verdade com segurança e clareza. O altar não é palanque. A preparação exige fé e fidelidade. O povo clama por pregações mais preparadas que o formem na verdade. Ali se dá a primeira catequese e a continuada formação do povo. Os fiéis, de modo particular as crianças, devem ser introduzidos lentamente no conhecimento da Verdade, de acordo com sua condição e idade. 
Rezar crendo 
Celebrar é ter fé. A vida que conduz à Vida. Por isso a liturgia, em todos os sacramentos, é um momento de encontro com Deus. Não se trata em primeiro lugar, de realizar um rito, mas acolher um mistério ou cumprir uma obrigação. A fé não é em primeiro lugar um rito com cerimônias e palavras, mas um encontro com Deus. Ela nos põe em contato com a Verdade de Deus e as verdades que nos levam a Deus. Por isso ela é um critério de fé. A liturgia não é só uma ação humana religiosa, mas uma ação conjunta do povo com Deus. Não vamos à comunidade para fazer orações, mas para o encontro com Deus em Cristo no exercício de seu múnus – função – sacerdotal. Ele é o Sacerdote. Todo povo é sacerdotal Nele. Rezamos o que cremos. As celebrações da comunidade garantem o conhecimento e a manutenção do que é de fé. Por isso, como veremos, a fé do povo é um critério da verdadeira fé. Quando tenho fé, celebro. Em cada oração estamos manifestando a fé e transmitindo a mesma fé que se torna anúncio. Nossa fé é fortalecida na celebração e a verdade se torna sempre mais viva e eficaz em nossa vida. 
Crer para rezar melhor 
Na celebração recebemos vida que nos faz viver mais a fé para celebrar melhor e assim viver melhor. É um círculo que se desenvolve sempre mais. Nossas celebrações estão repletas de ensinamentos sobre a fé. Jesus, sempre presente, continua a nos ensinar através dos textos, das cerimônias e da comunhão de bens espirituais entre os fiéis. É um corpo que celebra. Cristo – Sumo Sacerdote – se oferece ao Pai e nos oferece Consigo. À medida que acolhemos a celebração na fé, podemos rezar melhor. Rezar significa entrar no diálogo de Cristo com o Pai. Crendo, podemos rezar. Rezando podemos crer melhor. A comunidade que reza proclama a verdade e a vive. Lembremo-nos que liturgia não é só a missa, mas também todos os sacramentos, sacramentais, bênçãos e ofício Divino (liturgia das horas). É triste ver as pessoas irem às celebrações só para cumprir uma obrigação.
ARTIGO PUBLICADO EM AGOSTO DE 2017

EVANGELHO DO DIA 30 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Mateus 25,14-30. 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; depois, partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebera um só talento foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: "Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei". Respondeu-lhe o senhor: "Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor". Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: "Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei". Respondeu-lhe o senhor: "Muito bem, servo bom e fiel. Vem tomar parte na alegria do teu senhor". Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: "Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence". O senhor respondeu-lhe: "Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro, e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe, então, o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí, haverá choro e ranger de dentes"». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Gertrudes de Helfta 
(1256-1301) 
Monja beneditina 
Exercícios VII, SC 127 
Terei de dar contas a Cristo 
Eis que os meus pecados me causam vivo temor, que as minhas omissões me enchem de profunda vergonha, que a dissipação da minha vida suscita em mim grande receio. Temo o exame futuro em que terei de dar contas a Cristo, o homem nobre. Se Ele quisesse exigir de mim o tempo que me confiou em depósito, e a inteligência, esse talento que me confiou para dar juros, ficaria sem resposta para Lhe dar. Que poderia eu fazer? Para onde me voltaria? Não sei cultivar a terra; de mendigar, tenho vergonha (cf Lc 16,3). Ó ternura, ternura! Abre a tua boca e que o teu doce conselho me reconforte a alma. Pela tua graça, responde-me: que decidirás fazer-me nesta conjuntura, Tu que, segundo o teu nome, és um coração verdadeiramente terno, e sabes perfeitamente o que me convém. Pela tua graça, perdoa-me e vem em meu auxílio; não me olhes com indiferença nesta tribulação. Deixa-Te comover pela pobreza do meu espírito e, com o coração tocado pela compaixão, diz-me na tua bondade: «Façamos, tu e Eu, bolsa comum» (cf Prov 1,14). Ó ternura, ternura! Não tens em Ti tantas e tão belas riquezas que o Céu e a Terra não chegam para contê-las? Tu levaste o meu Jesus a dar a sua alma pela minha alma, a sua pela minha vida; dessa maneira, tornaste meu tudo o que é seu e, pela sua abundância, fizeste crescer os recursos do pobre. Pela tua graça, convoca a minha famélica alma às tuas liberalidades, a fim de que eu viva plenamente das tuas riquezas e, por Ti criada e por Ti alimentada, não fraqueje no serviço do Senhor, até que, sob a sua orientação, regresse ao meu Deus e entregue o espírito Àquele que mo deu (cf Ecle 12,7).

30 de agosto - Beato Alfredo Ildefonso Schuster

"Não tenho outra recordação para vos deixar a não ser um convite à santidade. Parece que as pessoas já não se deixam convencer pela nossa pregação; mas perante a santidade, ainda creem, ainda se ajoelham e rezam... Não vos esqueçais de que o diabo não tem medo dos nossos campos desportivos e das nossas salas de cinema: ao contrário, tem medo da nossa santidade". 
"Para que a tempestade não arraste a barca, não servem nem a diplomacia, nem as riquezas, nem o poder secular, mas unicamente a santidade apostólica, tácita como o fermento, humilde, pobre'." 
"Se alguém me ama, ele observará minha palavra e meu Pai o amará e nós iremos até ele, e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23). 
O amor por Cristo, expresso em um serviço incansável à Igreja, é o coração da espiritualidade e da atividade apostólica de Alfredo Ildefonso Schuster, por muitos anos Pastor incansável da Arquidiocese de Milão. "Um homem de oração, estudo e ação - chamou-o, Monsenhor Giovanni Battista Montini, em seu discurso na entrada na arquidiocese – não tinha outro objetivo do que a salvação espiritual do seu povo". O espírito de oração e contemplação, próprio da tradição beneditina em que se formou, animou seu ministério pastoral. A espiritualidade monástica, apoiada pela meditação diária da Sagrada Escritura, foi expandido tanto como a cooperação ativa com a Santa Sé e no generoso serviço à comunidade Ambrosiana, ele sempre edificada e confortado com a celebração assídua e devoção dos Sagrados Mistérios e o exemplo de uma vida clara e coerente. O cardeal Schuster ofereceu ao clero milanês um brilhante exemplo de como a contemplação e a ação pastoral podem ser harmonizadas. Ele continua a apontar hoje para cada sacerdote e cada pessoa chamada para trabalhar na vinha do Senhor, o valor supremo do amor a Deus, o fundamento da comunhão fraterna e do apostolado. "No final - ele escreveu - o que importa para a verdadeira grandeza da Igreja e dos seus filhos é o amor”.
Papa João Paulo II – Homilia de beatificação – 12 de maio de 1996

São Pamáquio, senador romano

Senador romano cristão, em 387, Pamáquio tornou-se monge e decidiu dedicar a sua vida aos pobres. Foi um dos fundadores de uma hospedaria, na foz do rio Tibre, que acolhia, gratuitamente, peregrinos pobres e enfermos. Contribuiu para a construção da Basílica dos Santos João e Paulo, no Célio.
Senador São Pamachius 
Dia da Festa: 30 de agosto † Roma, 410 
Martirológio Romano: Em Roma, comemoração de São Pamáquio, senador, homem famoso por seu zelo na fé e sua generosidade para com os pobres, à cuja piedade para com Deus se deve a construção da basílica que leva seu nome no Monte Célio. 
Ele é a figura senatorial, um dos líderes do partido cristão no Senado, responsável pela fundação da basílica sob o antigo nome de Bizante al Celio, mais tarde dos Santos João e Paulo.

Santos Félix sacerdote e Adauto, mártires, na via Ostiense

Identificados como irmãos, pela tradição, foram enterrados no cemitério de Comodila. Uma antiga Passio narra que, na época de Diocleciano, enquanto Félix era levado para o martírio, ajuntou-se a ele um homem (Adauctus=adjunto), que se declarou cristão, com o qual partilhou o mesmo destino.
Santos Félix e Adauctus Mártires 
Dia da Festa: 30 de agosto século III-IV 
A informação mais confiável sobre os Santos Félix e Adauto vem de um poema de São Dâmaso, que nos diz apenas que Félix e Adauto eram irmãos e sofreram o martírio. Isso provavelmente ocorreu sob Diocleciano, e eles foram sepultados em uma cripta no cemitério de Comodila, perto de São Paulo Fora dos Muros. Esta cripta, transformada em basílica, foi restaurada e contém um dos afrescos cristãos primitivos mais antigos, representando os dois mártires ao lado dos Santos Pedro, Paulo e Estêvão. De acordo com uma lenda da Paixão do século VII, enquanto o padre Félix estava sendo levado para a execução, um homem desconhecido apareceu, declarando que desejava compartilhar seu destino. Os dois foram decapitados e, como o nome do homem desconhecido permaneceu desconhecido, ele foi chamado de "adauctus" (acrescentado), daí Adauto. 
Etimologia: Felice = feliz, do latim 
Emblema: Palma 
Martirológio Romano: Em Roma, no cemitério de Commodilla, na Via Ostiensis, os santos mártires Félix e Adauto, que juntos deram testemunho de Cristo com a mesma fé imaculada, correram vitoriosos para o céu.

Santa Gaudenzia Virgem e Mártir Dia da Festa: 30 de agosto

No Martirológio de São Gerônimo, para 30 de agosto, após vários mártires romanos, registra-se a seguinte leitura: "Gaudentiae virginis et aliorum trium". Essa menção é a única referência antiga que temos a Gaudenzia. Alguns críticos acreditam que ela não é uma mártir romana, mas sim uma transcrição errônea de copistas, identificando Gaudenzia com a mártir romana Cândida, comemorada pelo Martirológio de São Gerônimo em 29 de agosto. Essa alegação, no entanto, não está suficientemente comprovada. 
Autor: Gian Domenico Gardini 
Fonte: Biblioteca Sanctorum 
Santa Gaudencia Mártir ou Gaudencia de Roma é reconhecida pela Igreja Católica como santa, virgem e mártir. O Martirológio Romano celebra o seu dia onomástico no dia 30 de agosto. O Martirológio de Jerônimo (Martyrologium Hieronymianum em latim), que surgiu na primeira metade do século VI , diz que em 30 de agosto, depois de alguns mártires romanos, surge esta lenda: 
Gaudentiae virginis et aliorum trium . 
(“Virgem Gaudencia e outras três”)

Beata Maria Rafols, "heroína da caridade" - 30 de agosto

Maria Rafols nasceu no dia 5 de novembro de 1781 em Villafranca del Panadés (Barcelona), Espanha, sexta dos dez filhos do moleiro Cristóbal Rafols e de Margarida Bruna Brugol. A família morava no moinho de En Rovina e constituiu para Maria uma forja de virtude, recebendo os primeiros ensinamentos de austeridade, de trabalho e ajuda recíproca. Quando tinha quase dois anos, em maio de 1783, a família se transferiu para La Bleda, pequeno povoado vizinho de Villafranca, onde recebeu a Crisma no dia 27 de maio de 1785, ministrada pelo bispo de Barcelona, Mons. Gabino Valladares, na igreja do convento das Carmelitas da cidadezinha. Quando tinha 11 anos, a família se transferiu de novo para Santa Margarida, onde morreram, em 1793, o irmão pequeno José (cinco irmãos morreram em tenra idade) e dois tios, marido e mulher; no dia 10 de julho de 1794 morre seu pai. Maria se revelou dotada de ótimas qualidades intelectivas e assim os familiares a mandaram para o Colégio de Barcelona gerido pelas “Mestras da Companhia de Maria”. Não há muitas informações sobre o período de estudos e sobre a sua juventude, mas certamente foi atraída pelo clima de caridade fervorosa para com os necessitados e doentes existente naquele tempo em Barcelona, e começou a fazer parte de um grupo de doze jovens, que sob a direção do sacerdote Juan Bonal y Cortada, hoje Servo de Deus (1769-1829), capelão do Hospital Santa Cruz de Barcelona, estava constituindo uma confraternidade para assistência de todos os mais pobres entre os doentes asilados, os doentes psíquicos e as crianças abandonadas.

Santa Margarida Ward, Mártir da Inglaterra - 30 de agosto

Margarida Ward nasceu em Congleton, Cheshire, em torno de 1550, no seio de uma distinguidíssima família inglesa. Pouco se sabe de sua vida, somente que nos últimos anos viveu na casa da nobre senhora Whitall, da qual era dama de companhia. Margarida era católica, e soube que haviam prendido o sacerdote Guilherme Watson, que estava encarcerado e submetido a contínuos sofrimentos. Estava em curso a perseguição da sanguinária Isabel I contra os católicos, e a tortura era uma prática usual. Margarida decidiu visitá-lo repetidas vezes, para ajudá-lo e confortá-lo. Watson, que escreveu a obra conhecida como "Quodlibets", já tinha estado preso uma primeira vez, porém logo, em um momento de debilidade pelas torturas sofridas, tinha consentido participar do culto protestante, e por isso fora libertado. Porém amargamente arrependido desta ação, se retratou publicamente e declarou ser católico, e foi novamente preso e levado para a prisão de Bridewel. Depois de várias visitas, que suavizaram a vigilância do carcereiro, Margarida levou uma corda para ele poder escapar. Na hora fixada, o barqueiro que se havia comprometido a transportar o sacerdote rio abaixo, se negou a levar a cabo seu trabalho.

Tecla da Turquia Virgem, Mártir,Santa séc. III

Não se sabe exactamente se foi em Isaúria ou na Licaónia, Turquia, o local onde a virgem mártir Tecla nasceu. O que se sabe é que é uma das figuras mais importantes dos tempos apostólicos, muito celebrada entre os gregos. Tudo começou quando, um dia, ao ouvir uma conversa sobre o valor da castidade entre o apóstolo Paulo e seu anfitrião Onesíforo, a jovem e pagã Tecla foi tocada no coração pelo discurso do santo. Ficou tão impressionada que, naquele exacto momento, resolveu não mais se casar. Mas o faria muito em breve, pois havia sido prometida a um jovem de nome Tamiris. Quando a jovem resolveu desmanchar o casamento, tanto sua família como a do noivo fizeram de tudo para demovê-la da ideia. Tecla, porém, se manteve firme na convicção de se converter. Isso despertou a ira de seu noivo Tamiris que conseguiu a prisão e a tortura de São Paulo por influenciar a jovem, o que eles consideravam ser uma atitude demoníaca por parte do apóstolo. Nem assim Tamiris conseguiu que Tecla abandonasse os ensinamento de Cristo, que agora seguia. Ela foi algumas vezes procurar Paulo no cárcere para lhe dar apoio e solidariedade. Com essa atitude, deixou seu ex-noivo ainda mais irado. Como consequência, ele denunciou-a para o procônsul que a sentenciou à morte na fogueira. E foi assim, que a condenação resultou numa surpresa: as chamas não a queimaram.

Beato Giovanni Giovenale Ancina Bispo Festa: 30 de agosto

Bispo oratoriano, 
amigo de São Francisco de Sales. 
Homem de grande eloquência. 
(*)Fossano, Cuneo, 1 de outubro de 1545
(+)Saluzzo, Cuneo, 30 de agosto de 1604 
Elevado à honra dos altares de Leão XIII em 9 de fevereiro de 1890, Giovanni Giovenale Ancina foi um dos primeiros discípulos de São Filipe Néri". No Oratório de Roma, em contato com o padre Filippo, Ancina encontrou o caminho sobre o qual mais tarde basearia fielmente toda a sua existência: para o Oratório, principal obra apostólica da Congregação, trabalhou com inteligência e dedicação, colocando também a seu serviço seus dons de homem de letras e artista, além de amante das ciências teológicas e pregador admirado. Chamado de volta a Roma em 1596, foi escolhido pelo Papa como bispo de Saluzzo. 
Etimologia: João = o Senhor é benéfico, dom do Senhor, do hebraico 
Emblema: Cajado pastoral 
Martirológio Romano: Em Saluzzo, no Piemonte, o Beato João Juvenal Ancina, bispo, que, outrora médico, foi um dos primeiros a entrar no Oratório de São Filipe Néri.

30 de agosto - Beato Padre Eustáquio Van Lieshout

“Padre Eustáquio foi para Belo Horizonte enjeitado, ninguém sabia onde colocar Padre Eustáquio. Ele foi para Belo Horizonte com a obrigação de não fazer milagre. Pois para Deus não tem isso. Ele fez… trocou nome de rua, trocou nome de bairro, trocou nome de igreja, trocou tudo… para ver o que é a pessoa marcada por Deus. Padre Eustáquio com o seu ‘Saúde e Paz’ chegou a todas as famílias, de JK até o mais simples e pobre dos cristãos.“ 
Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo Emérito de Belo Horizonte.
Nascido na Holanda em 1890 e ordenado sacerdote em 1919, o Beato Eustáquio desembarcou no Rio de Janeiro em 12 de maio de 1925. Seu destino: o povoado de Água Suja, no Triângulo Mineiro.
Situado às margens do Rio Bagagem, aquele local sofria dos males comuns às regiões de mineração muito afastadas, sendo marcado por enormes necessidades espirituais e materiais. O farol que iluminava a vida dura dos mineiros era o antigo santuário de Nossa Senhora da Abadia, onde se fixou o padre vindo da Europa.

Beata Bronislava da Polônia - Festejada 30 de agosto

Nasceu em 1230, no castelo de Kamien, na Silésia, de uma importante família polonesa; seu avô havia fundado o mosteiro premonstratense de Zwierzyniec, perto de Cracóvia, onde a tia de Bronislava, Gertrudes, tinha entrado, tornando-se posteriormente a priora de Imbramowice. Bronislava também era prima do dominicano São Jacinto e relacionada com São Jacek e o Beato Czeslaw. Ela cresceu numa atmosfera profundamente influenciada pelas Cruzadas e o amor a Cruz norteou sua vida. Bronislava entrou no convento das religiosas Norbertinas em Zwierzyniec com a idade de dezesseis anos, onde ela foi logo depois eleita prioresa. Sua vida espiritual era orientada pela devoção à Paixão de Nosso Senhor e de Sua Santa Cruz. Para poder meditar com maior fruto os mistérios da Paixão de Jesus, Bronislava se retirava em uma colina de Sikornik, não distante do mosteiro, que agora se chama Colina de Santa Bronislava, e onde em 1702 foi erigida uma capelinha em sua honra. Quando a peste chegou à Polônia, ela dedicou-se a ajudar os doentes e a confortar os moribundos. Durante a crise política que tomou conta da Polônia, o convento de Zwierzyniec teve de ser abandonado em várias ocasiões, pois ele se situava fora da muralha de Cracóvia e, portanto, era vulnerável a ataques. Nessas ocasiões as religiosas eram obrigadas a procurar abrigo das hordas de saqueadores em outras casas religiosas ou nas profundezas das florestas.

Beata Maria dos Anjos Ginard Martí, Virgem e Mártir – 30 de agosto

Poucos dias depois do martírio de Josep Tápies Sirvant e seis companheiros, também a Irmã Maria dos Anjos Ginard Martí rematou a sua consagração a Jesus Cristo oferecendo a sua vida, ceifada pelas balas, em Dehesa de la Villa, perto de Madrid. A Beata Maria dos Anjos foi uma religiosa exemplar, destacando-se entre as suas numerosas virtudes o amor à Santíssima Eucaristia e ao Rosário, assim como a sua particular devoção aos primeiros cristãos, cujo martírio venerava.
Cardeal José Saraiva Martins – Homilia de Beatificação 29/10/2005
     A Irmã Maria dos Anjos Ginard Martí, religiosa da Congregação das Irmãs Zeladoras do Culto Eucarístico, nasceu no dia 3 de abril de 1894 em Llucmajor (Baleares). Era a terceira de nove filhos do casal Sebastián e Margarita, e passou a sua infância nas Canárias, para onde o seu pai tinha sido transferido.
     Desde menina sentiu-se inclinada a uma profunda piedade, fruto da educação recebida de seus pais, e logo desejou se consagrar ao Senhor na vida religiosa, seguindo o exemplo das duas irmãs de sua mãe. Após o regresso da sua família a Maiorca, embora tivesse o desejo de tornar-se religiosa, teve que esperar.

ORAÇÕES - 30 DE AGOSTO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 – Sábado – Santos: Adauto, Gaudêncio, Rosa de Santa Maria
Evangelho (Mt 25,14-30) “Depois de muito tempo, o senhor voltou e foi ajustar contas com os servos.”
Jesus compara sua oferta de salvação com um tesouro ou uma pérola preciosa que temos de procurar a todo o custo. Usa também a comparação com o patrimônio que um homem confiou à administração de seus servos. Dois souberam fazer o patrimônio render, mas o terceiro nada fez, apenas enterrou o talento recebido. Temos de fazer render as possibilidades de salvação que recebemos.
Oração
Senhor, é vosso poder que me salva e faz feliz. Mas não quereis salvar-me sem minha colaboração. De vossa bondade recebo dons espirituais e temporais, graçase dons de todo tipo. Tudo isso vos agradeço, e peço que me ajudeis a fazer tudo render, para vosso louvor e para o bem de meus irmãos. Dai-me coragem, iniciativa, habilidade e perseverança para colaborar com vosso Reino. Amém. 

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Uma fé a serviço”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Tu és o Filho de Deus vivo
 
Por que Pedro tem essa reação tão forte e sincera sobre Jesus, quando a opinião geral sobre Ele estava bem disparatada. Depois de tanta presença de Jesus e de milagres, ainda não se deram conta. É o que vemos no mundo de hoje: Ainda não se deram conta da presença de Jesus no mundo como renovador. A resposta de Pedro é a confirmação do Pai a Jesus sobre sua missão: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). Demonstra igualmente o reconhecimento de um ensinamento básico de Jesus: Somente os humildes e pequenos acolhem sua mensagem. Dissera: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11,25). Pedro é o pequeno que acolhe Jesus e é anunciador da maior verdade da fé: a Divindade de Jesus e sua missão. Por isso ele tem a chave. Essa chave não é o sinal de um poder terreno e jurídico de mando. Jesus diz a Pedro que sua proclamação de fé é a chave para abrir o Reino de Deus a todos. Pedro, que em hebraico é Cefas, e pedra que é também cefas, é um jogo de palavras para dizer que a pessoa de Pedro proclamando a fé é a base para a edificação da Igreja (não de pedras materiais, mas de pedras vivas). A Igreja, como Jesus, tem uma dimensão humana que é condição para que a fé se estabeleça. Isso foi revelado pelo Pai. Não é uma criação humana, como colocar a Igreja a par com outras denominações que não têm Jesus como Filho do Deus vivo. O ser humano tem condições de, por sua vida coerente, como nos escreve Isaias, ser uma estaca segura.
Edificarei a minha Igreja 
Todos que proclamarem a fé como Pedro, entram na construção da Igreja, Reinado de Deus no mundo. Essa construção não é humana, como algo social, mas é a convocação de Deus (isso significa Igreja) para que se estabeleça o plano Divino da salvação de todos os povos. Numa primeira colocação temos que assumir que Jesus não depende da opinião humana. Não veio para agradar e satisfazer gostos e curiosidades. Veio para agradar o Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que Me enviou” (Jo 4,34). A edificação da Igreja de Jesus foi sempre seguida da vontade do Pai. A liberdade de Jesus diante das situações do mundo é um estímulo a não identificarmos a Igreja com o mundo em que vivemos. Ela está para servir e não para se servir assumindo seus critérios. Em Pedro, foi fundamental seu humanismo, simplicidade e disposição para as coisas de Deus. Igualmente encontramos nele o Deus que o sustenta em sua fragilidade. Diz Jesus: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17). Em Pedro o Pai se une a todos nós que fazemos a mesma profissão de fé. 
Tudo para a glória de Deus 
Essa aproximação de Deus do ser humano, frágil, não tira de nós o dever e o direito de reconhecer a transcendência de Deus em sua misteriosa grandeza. É a oração que Paulo nos oferece na Carta aos Romanos (Rm 11,33-35) na qual reconhece o mistério de Deus que age em nós e por nós: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11,33). Como Deus é grande ao Se fazer tão pequeno em Cristo e assumir nossas condições. Somente sendo Deus pode manifestar tanto amor e tanta proximidade de nossa realidade. Ele quis precisar de nós para Se manifestar ao mundo. E continuamos reconhecendo sua presença em nossa fé tão frágil e tão potente. E podemos dizer: “Tudo é Dele, por Ele e para Ele. A Ele a glória para sempre. Amém 
Leituras: Isaias 22,19-23; Salmo137; 
Romanos 11,33-36;Mateus 16.13-20 
1. A fé de Pedro é provocada pelo Pai que confirma o Filho na sua identidade e missão. 
2. Os que proclamam a fé como Pedro, constroem a Igreja. 
3. A aproximação de Deus do ser humano não tira o direito de reconhecer sua grandeza. 
Chaves da casa 
Jesus deu a Pedro as chaves do Reino dos Céus para ser como que o administrador dons bens celestes. Ele o faz porque acreditou e proclamou sua fé. Todo aquele que crê tem as chaves da casa para si e para os outros. Não é possível crer em Cristo pela metade. Cristo não é uma idéia sobre a qual opinar como dizem os discípulos a Jesus: “Uns dizem que és João Batista... etc”. (Mt 16,14). A decisão tem que ser total: “Tú és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Com essa proclamação de fé, recebemos a chave da casa. Os bens de Deus estão em nossas mãos. Essas palavras manifestam o grande mistério de Deus que nos é confiado. Assim diz Paulo: “Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus”. Tudo que nos é dado na fé nos conduz a uma relação cada vez mais profunda de conhecimento e vida como Deus que se manifesta. 
Homilia do 21º Domingo Comum (27.08.2017)

EVANGELHO DO DIA 29 DE AGOSTO

Evangelho segundo São Marcos 6,17-29. 
Naquele tempo, o rei Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por esposa. João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu irmão». Herodíades odiava João Batista e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo, e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer. Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia. Entrou então a filha de Herodíades, que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei». E fez este juramento: «Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino». Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Batista». Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Batista». O rei ficou consternado, mas, por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido. E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe. Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Orígenes (185-253) 
Presbítero, teólogo 
Homilia 27 sobre São Lucas, 2-4 
Precursor de Cristo no nascimento e na morte 
Admiremos João Batista, sobretudo por causa do seguinte testemunho: «Entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João» (Lc 7,28). Ele teve o mérito de se elevar a tão grande fama de virtude que muitos pensavam que era o Cristo (cf Lc 3,15). Mas há outra coisa ainda mais admirável. O tetrarca Herodes, que detinha o poder real, podia matá-lo quando quisesse. Ora, ele tinha cometido uma ação injusta e contrária à lei de Moisés, tomando para si a mulher de seu irmão. João, que não tinha medo dele nem fazia aceção de pessoas, que não temia o poder real nem receava a morte, embora tivesse consciência de todos estes perigos, repreendeu Herodes com liberdade de profeta, censurando-lhe aquele casamento. Preso por causa da sua audácia, não o preocupa a morte nem um julgamento de resultado incerto; apesar das correntes que o sujeitam, os seus pensamentos vão para o Cristo que tinha anunciado. Não podendo ir pessoalmente ter com Ele, manda os seus discípulos perguntar-Lhe: «És Tu o que está para vir ou devemos esperar outro?» (Lc 7,19). Reparai bem como até na prisão João ensinava, até aqui tinha discípulos, até na prisão cumpria o seu dever de mestre, instruindo os seus discípulos com conversas sobre Deus. Os discípulos vêm dizer ao mestre o que o Salvador os tinha encarregado de anunciar, resposta que se torna, para João, uma arma para o combate: morre seguro, deixando-se decapitar de coração ao largo, confiado na palavra do próprio Senhor de que Aquele em quem havia acreditado era verdadeiramente o Filho de Deus. Tal foi a liberdade de João Batista e tal foi a loucura de Herodes, que aos seus numerosos crimes acrescentou, primeiro a prisão, depois o assassínio de João Batista.

Beata Teresa Bracco, Mártir da pureza - 29 de agosto

Nasceu em 24 de fevereiro de 1924, penúltima de sete filhos, em Santa Giulia, no Piemonte, Itália. O pai é severo, mas justo, e a mãe doce e gentil. Mãe e pai – Ângela e Jacob Bracco - foram para ela um exemplo de fé e fortaleza cristã: em 1927 sepultaram em apenas três dias dois filhos de nove e quinze anos. Uma fé submetida ao cadinho da prova. No fim do dia, o próprio Jacob dirigia a recitação do Rosário em família. O nome de Teresa ela o recebera em honra da “pequena santa” de Lisieux, beatificada em 1923. Em 1930, um jovem e dinâmico padre chegou a Santa Giulia: Pe. Natale Olivieri. Ele logo percebeu o fervor de Teresa, que frequenta regularmente suas lições de catecismo. A garota deseja ansiosamente receber a Primeira Comunhão, uma graça que será concedida a ela na primavera de 1931. Sua vida ocorria entre a casa da família, ajudando sua mãe no trabalho doméstico, na escola municipal e nos campos, onde às vezes ela levava o gado para pastar. O pai a apresenta como modelo: "Faça como Teresa; se você fosse como ela, minhas preocupações acabariam. Em 2 de outubro de 1933, Teresa recebeu o sacramento da Confirmação.

Beata Sancha Szymkowiak - 29 de agosto

Martirológio Romano: Em Poznan, na Polônia, Beata Sancha (Joaninha) Szymkowiak, virgem, da Congregação das Filhas da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores, que em meio das dificuldades da guerra, se ocupou com grande entrega aos detidos nos cárceres.
     Nasceu em Mozdzanow (Ostrow Wielkopolski, Polônia), no dia 10 de julho de 1910. Era a filha mais nova de Agostinho e Maria Duchalska, casal que teve outros 4 filhos homens, dos quais um se tornou sacerdote. No dia de seu batismo recebeu o nome de Joana (chamavam-na de Joaninha). De sua família, abastada e profundamente católica, recebeu uma sólida educação.
     Em sua família aprendeu a amar intensamente o Sagrado Coração de Jesus, e com este espírito foi muito bondosa com todos, especialmente com os mais pobres e necessitados. Desde a adolescência se distingue pela bondade excepcional e a devoção autêntica, encantado com sua serenidade e simplicidade. Depois da escola superior estudou línguas e literatura estrangeira na Universidade de Poznan, empenhando-se intensamente no próprio crescimento intelectual e espiritual.   
     Tomou parte na Sodalício Mariano, realizando um apostolado discreto e eficaz, transmitindo às jovens a alegria de viver. Atenciosa com todos, de modo particular sensível com os mais débeis e sofredores, se dedicou com fervor nas obras de caridade no bairro mais pobre da cidade como membro da Associação de São Vicente. A Eucaristia era o centro e a fonte do seu grande zelo apostólico. Muito jovem já se sentia chamada à vida religiosa.

Beata Filippa Guidoni Monaca Festa: 29 de agosto

Etimologia:
Filippa = quem ama cavalos, do grego 
Não há nenhum ato oficial da Beata Filipa aprovando seu culto, que por outro lado é muito antigo, desde o século XIV. Da nobre família dos Giudoni de Arezzo, ela era uma freira conversa, distinguindo-se por uma vida santa, cheia de humildade, pureza e um grande desejo de mortificação. Ele pertencia a uma congregação religiosa chamada "Santuccie" do nome da fundadora beata Santuccia Terebotti, que havia sido guiada e inspirada pelo bem-aventurado Sperandio, ambos cidadãos de Gubbio, entre outros, no século XIII alguns mosteiros foram fundados em Arezzo e seus arredores colocados sob a Regra de São Bento. Mais tarde, os "Santuccie" tomaram o nome de "Servos de Maria" e em um desses conventos em Arezzo, intitulado S. Maria di Valverde, Filippa Guidoni viveu, morrendo lá em 29 de agosto de um ano não especificado nas primeiras décadas do século XIV. O corpo foi sepultado no convento, em 1520 foi transferido juntamente com toda a comunidade para o mosteiro do Espírito Santo. Em tempos mais recentes, o mosteiro foi transformado em asilo e as freiras transferiram o corpo de volta para o atual convento, onde todos os anos, no dia 29 de agosto, o expõem à veneração dos fiéis. O nome Filippa / Filippo vem do grego Philippos, que significa "amante de cavalos". 
Autor: Antonio Borrelli

Santa Eufrásia Eluvathingal, Carmelita - 29 de agosto

Nasceu no dia 7 de outubro de 1877 na aldeia de Kattoor (Índia), na paróquia de Edathuruthy, que formava parte do então vicariato de Trichur (posteriormente passou a ser diocese e foi dividida) e que atualmente pertence à diocese de Irinjalakuda. Era filha de Antony e Kunjethy de Eluvathingal Cherpukara, uma rica família católica do rito siro-malabar. Foi batizada com o nome de Rosa. Desde pequena, por influência de sua mãe, mulher muito piedosa, começou a exercitar-se nas virtudes. Na idade de nove anos consagrou a Deus sua virgindade. Contra a vontade de seu pai, na idade de doze anos ingressou no internato das religiosas da Congregação da Mãe do Carmelo de Koonammavu. Depois da reorganização dos vicariatos apostólicos realizada no ano 1896, no dia 9 de maio de 1897 as religiosas e as aspirantes do vicariato de Trichur se trasladaram de Koonammavu para Ambazhakkad. No dia seguinte, Rosa recebeu o véu e se tornou postulante com o nome de Eufrásia do Sagrado Coração de Jesus. Em 10 de janeiro de 1898 tomou o hábito na Congregação da Mãe do Carmelo, o primeiro instituto feminino surgido na Igreja siro-malabar, que fora fundado em 13 de fevereiro de 1866 em Koonammavu, no Estado de Kerala, pelo beato Kuriakose Elias Chavara e o padre Leopoldo Beccaro, da Ordem dos Carmelitas Descalços, então delegado carmelita em Kerala, como terceira ordem dos Carmelitas Descalços. Desde 1967 é de direito pontifício. Em 24 de maio de 1900, por ocasião da fundação do convento de Santa Maria em Ollur (a 5 k da cidade de Trichur), Irmã Eufrásia emitiu os votos perpétuos.