PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
A presença do
Ressuscitado
Continuamos
a alegria pela Ressurreição de Cristo quenos leva a aclamar e dar glória a Deus(antífona
de ingresso). O Cristo Ressuscitado
anunciado por Pedro no dia de Pentecostes continua vivo e presente na
comunidade como esteve com os discípulos. O evangelho nos traz a narrativa dos
dois discípulos que vão a Emaús. Jesus entra em sua conversa. Cléofas diz do
desencanto provocado pela morte de Jesus, homem acreditado junto de Deus e do
povo. Apesar de as mulheres e os dois discípulos terem constatado o túmulo
vazio, a Ele não viram, como não O veem agora os dois que dialogam com Ele. Não
crer na Escritura é ter o coração fechado e lento (Lc 24,25). O Cristo devia sofrer. Mesmo glorioso não perde
sua característica de servo sofredor. Continua sofrendo o desconhecimento, a
negação, a oposição a seu Evangelho e no sofrimento dos humilhados. Está
presente quando se põem em comum as esperanças. Quando chegam à hospedaria, parece
querer ir adiante. Os dois O convidam a estar com eles: “‘Fica conosco, Senhor,
pois é tarde e a noite vem chegando’. Jesus entrou para ficar com eles” (29). Quando parte o pão abrem-se seus olhos e passam a
ver com a fé. Temos esta presença de
Jesus quando estamos juntos na fraternidade, na leitura dos sinais dos tempos
analisando os acontecimentos, na escuta da Palavra e no partir o pão. Temos
consciência que a Salvação que não foi comprada a baixo peço, como diz Pedro: “Sabeis
que não fostes resgatados não por meio de coisas perecíveis, como prata ou ouro,
mas pelo sangue precioso de Cristo cordeiro sem defeitos e sem manchas”(1Pd
1,1819). É uma pena que se perca tanto
tempo em busca de aparições que podem ser até boas, mas a presença que salva,
Jesus Vivo na comunidade, não provoca tanto interesse. Estamos ainda de olhos
fechados à fé.
Nosso coração ardia
Depois
do encontro com Jesus voltam à cidade, não na lembrança de um morto, mas na
presença de um Vivo: “Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão”(34). Comentavam os dois entre si: “Não estava ardendo
nosso coração, quando nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (32). Desta Palavra podemos aprender que a Comunidade é
o lugar da experiência do Ressuscitado. Comunidade não é só o momento das
celebrações, mas se estende pelo dia na fraternidade. Sua presença recupera o
sentimento da esperança e nos liberta de nossos maus humores, equilibrando a
vida.A fé é o acolhimento de uma Pessoa que entra em nossa vida e nos abre a
Palavra e os olhos para tê-Lo presente. A força da Eucaristia sustenta a
comunidade.
Renovação espiritual
A
celebração de hoje nos dá confiança em nossa futura ressurreição (oração).
Renovados pelos sacramentos pascais cheguemos
à glória da ressurreição da carne(Pós comunhão). A Páscoa não é uma simples comemoração, mas uma
grande presença da ação de Deus. A Ressurreição dá um sentido sempre novo à
Eucaristia que celebramos, vitalidade aos convívios fraternos onde se manifesta
a caridade de Cristo, abre o coração para a Palavra de Deus e refunda o diálogo da
oração que leva ao diálogo com os irmãos. A presença de Cristo confere à fé a
maturidade para sermos testemunhas, podendo dizer como Pedro: “E disso nós
somos testemunhas” (At 2,32). É
magnífico sentir o coração arder pela presença de Cristo Vivo.
Leituras: Atos
2,14.22-33;Salmo 15; 1Pedro 1,17-21;Lucas 24,13-35
1.Cristo continua vivo e presente como esteve com os
discípulos. O relato da aparição aos discípulos que vão a Emaús mostra o
desencanto e a alegria de encontrar o Senhor que lhes abre os olhos para vê-Lo.
Para nós a presença de Cristo Ressuscitado se dá quando vivemos a fraternidade,
na compreensão dos sinais dos tempos e das Escrituras, culminando com a
Eucaristia.
2.Depois do estar com Ele e descobri-Lo no partir do
Pão dizem: “Nosso coração ardia quando falava conosco pelo caminho e nos
explicava as Escrituras”. A comunidade é o lugar da experiência do
Ressuscitado. Sua presença recupera o sentido da esperança, liberta de nossos maus
humores, equilibra a vida. Fé é acolhimento.
3.A celebração de hoje nos dá confiança em nossa
futura ressurreição. Renovados pelos sacramentos pascais chegamos à glória da
ressurreição. A Ressurreição dá um sentido sempre novo à Eucaristia, ao
convívio fraterno e à oração. Confere maturidade à fé para sermos testemunhas.
Os apóstolos
estavam abatidos e entristecidos. Pudera! Tudo acabara e agora era momento de
reencontrar o sentido da vida. Na tarde daquele domingo Jesus se manifestou aos
dois que iam a Emaús. Ali os ensinou que Ele continua presente. Para nós Ele
está presente de outro modo, mas é o mesmo.
No dia de Pentecostes, cheios do
Espírito, estão firmes na fé. Os apóstolos mostram ao povo que o Jesus que fora
crucificado agora está vivo junto do Pai. Ele é o Salvador. Ele é quem salva. E
afirmam: “E nós somos testemunhas”.
Com os discípulos que iam para Emaus
aprendemos a perceber a presença de Jesus nos fatos da vida, na Palavra e na
Eucaristia, no partir do Pão. É tão grande esta presença que faz bater forte o
coração. Conversando com Ele fizeram primeiro o caminho de volta à fé e depois,
o caminho de volta a Jerusalém para contar que O tinham visto.
Jesus é bom de papo.
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