Iniciamos o Tempo Comum. Neste ano proclamamos o evangelho de Marcos que nos mostra o Messias distante das expectativas do Messias glorioso dos judeus. Seu evangelho é uma catequese à comunidade sobre Jesus Cristo, Filho de Deus. Jesus, terminado o tempo da pregação de João com sua prisão, inicia sua missão com uma forte chamada: “O tempo já se completou”. Se por um lado há uma pressão sobre o fim, o que justifica o convite ao arrependimento e conversão, por outro lado, inicia-se um tempo novo: “O Reino de Deus está próximo”. Agora termina a preparação e já se estabelece um modo novo de vida. Tudo que veio antes foi anúncio e preparação. Para exemplificar que a conversão surte efeito, a liturgia apresenta a figura do profeta Jonas. Ele prega que dentro de 40 dias a cidade seria destruída. O povo, juntamente com seu rei, fez penitência e se converteu. A conversão é urgente, pois o tempo é breve. Paulo ensina que se deve viver de tal modo como se o único interesse fosse o de Deus, pois o tempo é breve. E Jesus diz que o tempo está realizado. Os primeiros cristãos esperavam a vinda de Cristo para breve. Por isso Paulo aconselha que se viva de tal modo como se não houvesse outras preocupações. Não as elimina, mas convida a colocar a espera da vinda de Cristo como a ocupação fundamenta e penetra todas as atividades. Como o tempo breve se prolonga, deixamos de lado a atenção sobre a Vinda de Cristo. Perdemos a dimensão fundamental. Não devemos jogar sua vinda para o futuro, pois Ele vem a todo o momento. Por isso é necessário viver na certeza que a figura desse mundo passa.
Convertei-vos
Jonas vai a Nínive e prega a penitência para a conversão. É ouvido e Deus poupa a cidade da destruição. Jesus prega a conversão, a mudança de vida para viver o Evangelho. Quem vive a conversão permanente vive a nova realidade do Reino. Assim se descortina para nós o novo que Jesus apresenta e que é sempre novo: viver a novidade do Evangelho como se fosse o último dia para que Deus esteja sempre presente. A conversão nos faz novas criaturas para um mundo novo. Jesus apresenta um novo modo de vida diferenciado do mundo pagão e do mundo judaico. A conversão exisge deixar tudo para seguir Jesus. Não elimina o que é bom, mas eleva a uma condição nova que penetra todas nossas realidades. Não podemos viver o reino pela metade.
Segui-me
Jesus não só anuncia, mas agrega a si outros que continuarão sua missão: “Chamou a si os que quis, e eles foram até Ele. E constituiu Doze, para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar” (Mc 3,13-14). Ser cristão é necessariamente ser anunciador. O ponto de partida é “estar com Ele” e só assim partir para anunciar. Ser cristão é ser comunidade com Jesus e os seus e, a seguir, anunciar. Assim entendemos que “deixaram imediatamente as redes e o seguiram”. Em cada celebração manifestamos esta unidade, acolhemos suas palavras e partimos para o anúncio. O convite que nos é feito nesta celebração é para que Deus dirija nossa vida segundo seu amor para que possamos frutificar em boas obras, em nome de Jesus, isto é, unidos a Ele. Somente deste modo poderemos ser seus colaboradores. Deus quer colaboradores. Todos somos convocados. Converter-se é já se alistar entre os anunciadores do Reino. Nós nos reunimos em Eucaristia para celebrar a união a Cristo e confirmar nosso compromisso com a missão.
Leituras: Jonas 3,1-5.10; Salmo 24;
1Coríntios 7,29-31; Marcos 1,14-20
1. Jesus, após a prisão de João, inicia sua pregação: o tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho. Há uma pressão sobre o fim e inicia um tempo novo: O Reino de Deus está próximo. Jesus estabelece um novo modo de vida. Para esta mudança dá como exemplo a pregação de Jonas em Nínive. A conversão é urgente. Paulo aconselha a viver o fundamental. A figura deste tempo passa.
2. Jonas vai a Nínive e prega a conversão. É ouvido e Deus poupa a cidade. Jesus prega a conversão. Quem a vive, vive a novidade do Evangelho. Deixar tudo não elimina o que é bom , mas o eleva à nova condição. Não podemos viver o Reino pela metade.
3. Jesus associa outros que continuarão sua missão. Constituiu doze para estarem com Ele e irem pregar. O ponto de partida é estar com Ele. Só assim podem anunciar. Em cada celebração manifestamos unidade, acolhemos as palavras e vamos ao anúncio.
Pescando no seco
Jesus inicia sua missão. João está preso. Encerra sua missão e começa a de Jesus. Sua primeira pregação explica sua missão: convite à conversão: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no evangelho” (Mc 1,15). É um tempo novo.
Ele não quis fazer sozinho sua obra, mas quis contar com outros. Vai buscá-los no cotidiano da vida. Simbolizando a pregação, buscou pescadores. De peixes passam a pescar homens. Jesus chama como foi chamado Samuel. A decisão é imediata, pois deixaram tudo e O seguiram.
Viver o seguimento de Jesus deve ser como Paulo explica: viver as realidades como se não as vivesse, pois a figura deste mundo passa.
A nós compete sempre pedir que Deus nos mostre seus caminhos: Mostrai-me, Senhor, vossos caminhos. Vossa verdade me oriente e me conduza!
Homilia do 3º Domingo Comum (25.01.2015)