domingo, 6 de outubro de 2024

Isidoro de Loor Religioso Passionista (1881-1916)

Também conhecido sob o nome de 
Isidro de Loor, religioso belga.
Os santos podem parecer todos iguais, porém, ao final, vemos que não existe um igual ao outro. Também Isidoro oferece sua vida ao Senhor em sacrifício e escreve aos seus: “Os deixei para viver somente para o Senhor e trabalhar muito pela salvação de minha alma, a de vocês e a de muitos outros”. Se lhe pode definir como um “camponês santo”. Nasce em Vrasene (Bélgica) em 8 de Abril de 1881, de uma família de camponeses. É duplamente “afortunado”, primeiro, porque seus pais se distinguem pela piedade, a rectidão moral e uma conduta irrepreensível. Em segundo lugar, porque “a agricultura foi criada pelo Altíssimo” (Ecl. 7,15) e o trabalho dos campos é agradável a Deus. Também no convento dedicará com paixão ao trabalho do campo e escreverá: “trabalhar e plantar na horta me faz maravilhosamente bem”. É um jovem robusto, activo e social; ajuda à família trabalhando no campo e, no inverno, como operário da empresa de pavimentação das ruas; canta no coro da paróquia e também é catequista. Participa assiduamente da vida da paróquia, se inscreve na “Pia União Da Via Sacra Semanal” e ama meditar a Paixão de Jesus. Por esse tempo vai amadurecendo a ideia de ser religioso. Um sacerdote redentorista o encaminha até os passionistas por causa de seu amor a Jesus Crucificado. Em Abril de 1907, aos 26 anos de idade, entra no noviciado passionista de Ere como irmão religioso. Sofre muito com a separação de sua família e padece um mal-estar; ele, que fala flamenco, deve falar em francês, a língua oficial no convento. Em 08 de Setembro de 1907, toma o hábito passionista e, um ano depois, em 13 de Setembro de 1908, emite a profissão religiosa. Está feliz por sua vocação. Escreve a seus pais: “Aqui todos somos iguais, do superior ao menor; todos em uma mesma mesa, em uma mesma oração, em um mesmo repouso, em uma mesma recreação. Todos juntos trabalhamos, segundo a condição de cada um. Damo-nos um serviço recíproco”. Sua vida não muda muito; habituado, desde sua família, a ser um apóstolo, continua a sê-lo também no convento. “Cumprindo tudo pela glória de Deus – escreve – colaboro na conversão dos pecadores e a difundir a devoção à Paixão de Jesus e as Dores de Maria. Enquanto os sacerdotes vão pregar, nós, os irmãos, trabalhamos para a comunidade; também o trabalho mais insignificante se converte em mérito para Deus e nossa salvação. Não anelo e nem desejo outra coisa que sacrificar-me inteiramente pela salvação das almas”. Humildade e paciência são suas virtudes. “O trabalho – diz em tom de brincadeira – me faz bem. Assim, quando vem o diabo e me encontra ocupado, se convence que não tem nada que esperar de mim... e não lhe resta mais do que ir embora”. A sua vida é uma contínua busca da vontade de Deus; a respeito dela estende sua jornada e nela encontra paz e serenidade, em uma contínua acção de graças. Na véspera de fazer seus votos escreve: “Estou para fazer a minha profissão, unicamente para fazer a vontade de Deus”. O chamam “o irmão bom”, o “irmão da vontade de Deus” e “a encarnação da regra passionista”. Vive uma rígida pobreza e escreve: “Não possuo muitas coisas; apenas tenho um crucifixo, uma navalha de barbear, um apontador e um lápis, porém, não sei como fazer-lhes compreender a grande alegria que me preenche vendo-me livre de tudo, para que meu coração ame senão a Jesus”. Não lhe falta o sofrimento físico. Em Junho de 1911, por causa de um câncer, lhe é extirpado o olho direito. Suporta tudo com grande força, tanto que o médico que o opera exclama: “Este homem deve ser um santo”. Ele escreve: “Me confessei e na comunhão ofereci a Deus meu olho pela expiação dos meus pecados, pelo bem espiritual e material de vocês e por todas outras, muitas outras intenções. Abandonei-me comodamente à vontade de Deus, sem entristecer-me”. O mal continua seu curso. Padece câncer no intestino e o médico adverte ao superior as consequências fatais da enfermidade. O superior faz consciente a Isidoro, o qual acolhe a notícia com a habitual serenidade. Padece dolorosas operações. Exclama: “Devemos aceitar nossos sofrimentos em união com Jesus, que é para nós o modelo de abandono à vontade do Pai”. Os familiares não podiam estar sempre com ele para assisti-lo, porque o impedem os alemães que haviam ocupado a Bélgica. Estamos em plena Primeira Guerra Mundial. Morre no dia 6 de Outubro de 1916, com 35 anos de idade e oito de vida religiosa. O humilde e silencioso irmão passionista se converterá em uma das figuras mais amadas e populares da Bélgica. São João Paulo II proclamou-o bem-aventurado em 20 de Setembro de 1984.

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