Simão e Judas aparecem juntos nas diversas listas dos "doze". Na lista dos doze, Simão vem no undécimo lugar em Marcos e Mateus e no décimo em Lucas; Judas no undécimo em Lucas e no décimo em Marcos e Mateus. Dão a este o cognome de Tadeu. O lugar no fim da lista leva a pensar nos trabalhadores contratados às cinco horas da tarde. (Mt 20,6). "São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu ..." (Mateus 10,1ss.). A respeito de Simão, apenas sabemos que era originário de Caná e era chamado Zelota. Certamente Simão teria pertencido ao partido radical e nacionalista dos zelotas, opositores intransigentes do domínio romano na Palestina. Quanto a Judas, chamado Tadeu, sabemos pelo Evangelho que, na Última Ceia, perguntou a Jesus: "'Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?' Respondeu-lhe Jesus: “Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada. Quem não me ama não guarda minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que me enviou”.
Segundo S. Jerónimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa). Terá evangelizado a Mesopotâmia. S. Paulino de Nola tinha-o como apóstolo na Líbia. Fortunato de Poitiers julgava-o enterrado na Pérsia. Os martirológios latinos conservam esta notícia, utilizando uma narração que o reúne a Simão.
Quando se fala de Simão (dito o Zelote) e Judas Tadeu, penetramos nas entrelinhas mais íntimas dos anais do Evangelho, onde Deus mostra, com toda a intensidade, a sua dimensão de Homem. Estes dois Apóstolos, menos conhecidos que os outros, paradoxalmente, são dois parentes mais estreitos de Jesus: eram dois de seus primos. No que se refere a Judas Tadeu, a tradição é bastante precisa; sabe-se pelas Escrituras que seu pai, Alfeu, era irmão de São José; enquanto sua mãe, Maria de Cléofas, era prima da Virgem Maria. Por outro lado, sobre a existência de Simão, a tradição é bastante vaga.
As facetas de um Apóstolo
O Evangelho fala de Simão como o décimo Apóstolo, antes de Judas Tadeu. Este dado histórico é verídico. Desde então, as coisas tornaram - se mais confusas, - caso raro entre os discípulos de Jesus.
Muitos identificam Simão com o primo homônimo de Cristo, irmão de Tiago o Menor. Os bizantinos o identificam com Natanael de Caná e o organizador do banquete das Bodas de Caná. No entanto, São Fortunato de Poitiers afirma que Simão e Judas Tadeu foram enterrados em Suanir, na Pérsia, onde receberam a palma do martírio.
Segundo a tradição, é quase certeza que, naquela região do mundo, Simão - chamado “o Zelote” ou “o Cananeu”, como os evangelistas Mateus e Marcos o chamam, - encontra Judas Tadeu, seu companheiro de missão e de predestinação.
Judas, discípulo fiel
Havia dois Judas que seguiam Jesus; naturalmente, o menos conhecido era Tadeu. Por causa desta homonomia ambos contaram com uma escassa devoção, sobretudo na Idade Média.
Quando os Onze apóstolos deixaram Jerusalém, para ir anunciar o Reino de Deus em outras plagas, Judas Tadeu partiu da Galileia e da Samaria, deslocando-se, ao longo dos anos, para a Síria, Armênia e a antiga Pérsia. Nesta região, segundo fontes fidedignas, encontrou Simão; a pregação dos dois levou dezenas de milhares de babilônios e pessoas de outras cidades a receber o batismo. Como sempre, o Evangelho atrai seguidores e inimigos. De fato, para estes dois Apóstolos chegou a hora de dar o testemunho derradeiro.
Coragem de ser cristãos
Ambos foram presos e levados ao templo do Sol para que renegassem a Cristo e oferecessem culto à deusa Diana. Ao rejeitarem a proposta, - narra-se - Judas Tadeu declarou que os ídolos pagãos eram falsos. Naquele mesmo instante, dois horríveis demônios saíram do Templo e o destruíram. As pessoas que assistiam a cena, aterrorizadas, atacaram os dois Apóstolos e os mataram de modo brutal. Suas relíquias estão conservadas na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
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