sábado, 23 de novembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Caminhando para uma cidade”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Deus habita esta cidade
 
Por mais complicada que seja a situação da cidade, ela é sempre apresentada como a meta que todos procuram como lemos no Apocalipse (21,2-4). A nova Jerusalém, a cidade santa, é a meta para onde peregrina toda a humanidade. O Papa diz: “É interessante o fato de a revelação nos dizer que a plenitude da humanidade e da história se realiza numa cidade” (EG 71). Escrituras mostram que a cidade de Jerusalém, com seu templo, alimentava o coração do povo. Ele nos convida “a identificar a cidade a partir de um olhar de fé que descubra Deus que habita em suas casas, nas suas ruas, nas suas praças”. Viver em uma cidade, colocar a vida ao lado dos outros, supõe o desejo e a certeza de que juntos podemos construir. Normalmente relatamos problemas e dificuldades. O documento Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho 71-75) revela uma face bonita da cidade. Deus age através das pessoas e “acompanha a busca sincera dos indivíduos e dos grupos que aí procuram encontrar apoio e sentido para sua vida” (71). Compreendemos que Deus não é um ser misterioso nem uma estátua que nada tem a ver com a vida das pessoas. O bem que possa existir provém de sua bondade que é a única a dar sentido. “Ele vive entre os cidadãos promovendo a solidariedade e a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça... Deus se mostra a todos quantos o buscam com coração sincero, ainda que o façam tateando de maneira imprecisa e incerta” (71). Deus não segue um manual para vir ao encontro das pessoas. Muito menos se prende aos nossos critérios nem as pessoas podem fazer Dele um ratinho de laboratório a ser observado. Há os que se põem a dar normas a Deus. 
Perdidos na rua 
A cidade de Jerusalém teve a presença física de Jesus e o início de um novo modo de vida. Mas ela recusou sua presença. Jesus chorou sobre a cidade que fracassou em sua missão de luz dos povos. Ali Ele disse: "Se você compreendesse neste dia o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos (Lc 19,42). Mesmo tendo Deus como seu princípio, a sociedade contempla muitos de seus filhos perdidos pelas ruas nas muitas formas de males, como drogas, abuso, abandono de crianças e idosos, violência, migração e tantos males. Há isolamento. É nesta cidade que se deve fazer a evangelização através do serviço e da procura de modos sempre novos que não neguem a verdade, mas a sigam sem maquiá-la ou negá-la através de ideologias ou de pietismos. Política faz parte da vida da comunidade e da fé. Fugir a vida do povo é negar seu Criador que ali está. 
Nova casa para Deus 
A sociedade atual não tem mais o cristão como um promotor de sentido. Não o é porque não cumpriu sua missão de fermento na massa. Os símbolos são outros, tantas vezes em contraste com o Evangelho (EG 73). Por isso a cidade se transformou num campo propício para uma nova evangelização. Assim novo deve ser o modo de anunciar, sobretudo criando no mundo uma casa para Deus, não edifício, mas uma cidade nova, com características de comunhão. Não é bom voltar ao passado pelo passado, mas buscar sua energia evangelizadora. Novas são as formas e novos modos de se relacionar com Deus na sociedade multicultural, buscando os que sustentam a cidade que são os humilhados. Os males que atingem a sociedade como a droga, os abusos contra menores e idosos, criam espaço para a solidariedade. Jesus que fazia milagres. O milagre agora é a procura de em promover vida e dignidade (EG 75). O cristianismo não é uma seita, mas uma proposta de vida para que todos tenham vida, criando uma cidade onde Deus tenha sua casa.
ARTIGO PUBLICADO EM FEVEREIRO DE 2015

EVANGELHO DO DIA 23 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 20,27-40. 
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus – que negam a ressurreição – e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: "Se morrer a alguém um irmão que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva, para dar descendência a seu irmão". Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos. O segundo e depois o terceiro desposaram a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram e não deixaram filhos. Por fim, morreu também a mulher. De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?». Disse-lhes Jesus: «Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento. Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento. Na verdade, já não podem morrer, pois são como os anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos». Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem, Mestre». E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Justino (100 -160) 
Filósofo, mártir 
Tratado sobre a Ressurreição, 8 
«Não é um Deus de mortos, mas de vivos» 
A carne é preciosa aos olhos de Deus, que a prefere entre todas as suas obras; é razoável, pois, que a salve. Não seria absurdo que aquilo que foi criado com tantos cuidados, aquilo que o Criador considera mais precioso que tudo o resto, que isso voltasse ao nada? Quando um escultor ou um pintor querem que as imagens que criaram permaneçam, para servirem à sua glória, restauram-nas quando são danificadas. E Deus estaria disposto a ver o seu bem, a sua obra, regressar ao nada, deixar de existir? Chamaríamos «obreiro da inutilidade» àquele que construísse uma casa para em seguida a destruir, ou que a deixasse danificar quando podia reconstruí-la. Da mesma maneira, não acusaríamos Deus de criar a carne inutilmente? Mas não, o Imortal não é assim; aquele que é, por natureza, o Espírito do Universo não pode ser insensato! Na verdade, Deus chamou a carne a renascer e prometeu-lhe a vida eterna. Porque, onde quer que se anuncie a boa nova da salvação do homem, anuncia-se essa boa nova também para a carne. Com efeito, o que é o homem, senão um ser vivo dotado de inteligência, composto por uma alma e um corpo? O homem é composto apenas pela alma? Não, trata-se da alma de um homem. Chamaríamos homem ao corpo? Não, dizemos que se trata de um corpo de homem. Assim, pois, se nenhum destes elementos isolados é o homem, é à união entre os dois que chamamos homem. Ora, foi o homem todo que Deus chamou à vida e à ressurreição; não chamou apenas uma parte dele, chamou todo o homem, ou seja, a alma e o corpo. Não seria, pois, absurdo, tendo em consideração que ambos existem segundo a mesma realidade e na mesma realidade, que um deles fosse salvo e o outro não?

Beata Teresa de Jesus, Menina Mercedária-23 de novembro

Bem-aventurada Teresa de Jesus, 
Niña Mercedaria 
A menina Beata Teresa de Jesus, recebeu o Hábito mercedário aos 5 anos de idade no convento de Nossa Senhora de Belém em San Lucar na Espanha. No ano de 1627, depois de ter recebido o sacramento da Eucaristia que tinha desejado ardentemente e ter consumido sua terna vida no amor, como um lírio foi levado para o céu pelos anjos para estar com Jesus e Maria. A Ordem Mercedária celebra-o no dia 23 Novembro. 
Autor: Xavier Villalta

Beata Maria Cecília Cendoya y Araquistain, virgem e mártir – 23 de novembro

Martirológio Romano: Em Madrid, capital de Espanha, Beata Maria Cecília (Maria Felicidade) Cendoya y Araquistain, virgem, da Ordem da Visitação de Santa Maria, e mártir, que, na grande perseguição, ao ver que suas irmãs haviam sido presas, se entregou espontaneamente na mesma noite aos milicianos, e ao lado delas confirmou o testemunho de sua fé com o supremo sacrifício da vida († 1936).  A pequena Maria Felicidade fez sua entrada na vida no lar católico de Antônio Cendoya e Isabel Araquistain no dia 10 de janeiro de 1910, em Azpeitia (Guipúzcoa), Navarra. Cresceu feliz ao lado de suas irmãs. Seus pais imprimiram no coração de suas filhas o santo temor de Deus e uma sólida piedade. Embora tivesse um temperamento muito vivo, seu amor a Maria Santíssima fez com que pudesse superar seu temperamento para ser religiosa, como desejava. Sua mãe dizia que ela possuía algo diferente das demais, mas quando ela manifestou o desejo de ser religiosa, ela lhe disse: “Você monja, com esse gênio?... Você tem que corrigir esse gênio se quiser ser monja”. E sua mãe dizia que ela mudou desde aquele momento. Decidida e alegre, aos 20 anos ingressou no Primeiro Mosteiro da Visitação de Madrid, em 9 de outubro de 1930. Em sua tomada de hábito recebeu o nome de Maria Cecília. Seu temperamento vivo contrastava com seu caráter amável, simples, humilde, abnegado e muito serviçal. “Era o Anjo das pequenas práticas”, costumava dizer as Irmãs.

Beata Enrichetta Alfieri, 23 de novembro

"Milagrosamente curada por Nossa Senhora de Lourdes de uma grave doença quando a morte já pairava sobre ela, a Beata Enrichetta Alfieri tornou-se um raio de luz para os internos de San Vittore. Eles a chamavam de 'mamãe' e seu anjo. A vida de Enrichetta foi emocionante. Coragem, misericórdia e piedade, virtudes, entre outras, desta corajosa mulher, tocaram as fibras mais sensíveis dos prisioneiros da prisão milanesa de San Vittore. É claro que Deus dá a cada um a força para cumprir sua missão. Quando olhamos para trás, para a vida santa, apreciamos a imensidão do amor divino que se manifesta através de pessoas que, em sua fragilidade física e espiritual, realizam proezas de significado imprevisível, surpreendente e comovente. A Beata Enrichetta Alfieri possuía a maturidade humana e espiritual necessária para enfrentar os infortúnios dos corredores sombrios da prisão onde habitam o desespero e o choro dilacerante. Ele soube dar aos presos o consolo de que precisavam, acolher seus medos e tremores, virar de cabeça para baixo essas vidas, algumas das quais, guiadas por sua mão, receberam a graça de encontrar Cristo. É preciso amar muito, ter Cristo encarnado fielmente em si mesmo para poder transmiti-lo aos outros como Ela o fez. 

Santa Mustiola, mártir, e o Anel da Ssma. Virgem

 
 Segundo a primeira versão da legenda de Santa Mustiola contida em uma passio, que remonta à primeira metade do século VIII, ela teria vindo de Ilíria com seu primo, o imperador Marcos Aurélio Cláudio, o Gótico, um nativo da Dalmácia elevado ao trono no ano 268, que reinou apenas dois anos. À sua morte, o Senado romano declarou imperador Quintilio, irmão de Cláudio, mas o exército, aclamando imperador Aureliano, fez reinar o novo imperador, que morreu dezessete dias depois de sua eleição.
     Nos vários documentos Mustiola por vezes aparece como uma matrona rica e benemérita; ou, com mais frequência, ela é mencionada como uma jovem doce, mas intrépida na fé. Assim ela é imaginada pelos seus devotos e é representada por pintores.

Santa Lucrécia de Mérida, Mártir - 23 de novembro

Não se deve confundir esta Santa Lucrécia de Mérida com a mais conhecida Santa Lucrécia, o Leocricia, de Córdoba, de que fala Santo Eulógio a propósito da perseguição muçulmana; entre uma e outra mediam pelo menos quatro séculos. Da santa que veneramos hoje apenas existem noticias de que existiu em Mérida um templo dedicado a ela, porém foi antes da invasão muçulmana na Espanha, e dele não restou senão rastros. Notícias tomadas da História da Cidade de Mérida, de D. Bernabé Moreno de Vargas (1576-1648), pág. 113-114, Madrid, 1633, e do Suplemento à última edição do ano cristão do Padre Juan Croiset, tomo II, pág. 338 ss., por D. Juan Julián Caparrós, Madrid, 1743, conjecturam que esse templo pode ter estado onde, em seu tempo, estava a ermida de Nossa Senhora de Loreto, lamentavelmente desaparecida também, e cujo local de construção, próximo ao Matadouro Regional, também é objeto de conjecturas. A imagem reproduzida em vários santorais de internet possivelmente não seja de Santa Lucrécia de Mérida, mas a de Santa Lucrécia de Córdoba, muito mais difundida. Lucrécia aparece mencionada no Martirológio Jeronimiano e em outros martirológios antigos, como tendo vivido na época de Diocleciano, e embora não se possa considerar seguro este dado, parece que ela foi martirizada sob a presidência de Daciano.

Santa Felicidade e seus sete filhos também mártires (23/11)

Santa Felicidade de Roma
 (101-165)
[Foto de Wolfgang Sauber –
Obra do próprio,
CC BY-SA 3.0, Wikipedia]
 
Os senhores lembram aquela narração do martírio de um bispo espanhol na revolução de 1935, um fato heroico edificante, e eu mostrei como aquele narrador adocicava os fatos. E para mostrar como a narração de um fato heroico deve ser feita sem adocicamento, eu me propus a fazer a uma leitura de um martírio relatado pela Acta Martirum. E expliquei sumariamente aos senhores o que era a Acta Martirum: são os anais dos martírios da Igreja redigidos por analistas da Igreja primitiva e feitos com varonilidade e a sobriedade que representa a conjugação do espírito romano, com aquilo que valia incomparavelmente mais do que o espírito romano, que é o espírito católico. Tenho aqui o trecho de uma homilia de São Gregório Magno no dia do natalício de Santa Felicidade. Ela foi martirizada com seus sete filhos sob Antonino Pio, no século II. O trecho é da B.A.C. [coleção “Biblioteca de Autores Cristianos”], pg. 298: “Para confirmar essa doutrina, vem muito a propósito a bem-aventurada Felicidade. Considerai, irmãos amadíssimos, num coração feminino um valor varonil”. Os senhores já estão vendo como a entrada do tema é diferente daquela ficha logo de começo. Lembram-se daquela ficha dulçurosa: “o pobre do bispo que estava no cárcere e que cuidava da dor de cabeça de todo mundo…” Aqui é o contrário. Já vai assim: “Considerei, irmãos amadíssimos, num coração feminino um valor varonil. Ante a morte, esteve impávida. Temeu perder em seus filhos a luz da verdade, se não os tivesse perdido”. A frase não está muito ao gosto da geração nova. A frase quer dizer o seguinte: que ela, diante da possibilidade de os filhos serem martirizados também, mais temeu que eles perdessem a fé diante do medo, do que morressem.

Santa Cecilia Yu So-sa, Viúva e mártir - 23 de novembro

Cecilia foi elevada às honras dos altares acompanhada de seus dois filhos mártires: São Paulo Chong Ha-sang e Santa Isabel Chong Chong-hye. Nasceu em Seul, capital moderna da Coreia do Sul, em 1761, e se casou com o viúvo Agostinho Yak-jong, um dos primeiros cristãos da Coreia. Com ele foi para a capital e ali recebeu o sacramento do batismo das mãos do Pe. Chu Mun-mo, missionário chinês na Coreia. Seu esposo foi martirizado em 1801, e também Carlos Chong Chol-sang, filho do primeiro casamento de seu marido. Ela foi aprisionada e logo deixada livre, porém seus bens foram confiscados. Cecília, além de viúva se viu empobrecida e voltou para a região da família de seu marido, Majae, com seus filhos. Ali seu cunhado, inimigo do cristianismo, a recebeu friamente, e foi um amigo de seu falecido esposo que teve compaixão dela e lhe ofereceu uma casa para morar. A frieza dos antigos amigos e parentes a rodeou. Ela enfrentou a morte da viúva de Carlos, o filho de seu marido, martirizado; do filho daquele casal e de sua própria filha mais velha. Em meio a sua desgraça Cecilia conservou a fé e a paciência, e em vista da hostilidade de que era objeto, manteve uma conduta prudente, não fazendo alarde do cristianismo, porém transmitindo a doutrina cristã a seus filhos no âmbito de seu lar. Quando seu filho Paulo atingiu a idade de 20 anos, ela sugeriu que ele se casasse; ele lhe disse que queria dedicar-se a continuar a obra evangelizadora de seu pai mártir, e para tanto foi para a capital, deixando a mãe e a irmã em Majae.

Serva de Deus Henriqueta Aymer de la Chevalerie, Cofundadora – 23 de novembro

Henriqueta Aymer de la Chevalerie nasceu no dia 8 de novembro de 1767, numa família aristocrática, no pequeno Castelo de Aymer, em St. Georges-de-Noisne, perto de Poitiers, França. Tinha dois irmãos, um mais velho e outro mais novo. Quando criança, ela passou um tempo na Abadia da Santa Cruz de São Bento, em Poitiers, para melhor se preparar para sua primeira comunhão. Seu pai morreu quando ela tinha onze anos.
     Vivendo na sociedade francesa nos últimos anos do "Antigo Regime", Henriqueta recebeu uma educação nos valores religiosos da tradição francesa e na formação um tanto superficial considerada apropriada para uma mulher. Em sua juventude, sua vida centrou-se em eventos glamourosos da aristocracia.
     Após a morte do Rei Luiz XVI, na guilhotina, o terror se impõe em toda a França. Por ter escondido em sua casa sacerdotes perseguidos pela Revolução Francesa, ela foi presa em outubro de 1793 junto com sua mãe.
     Na prisão, iniciou uma vida religiosa. Foi libertada da prisão em setembro de 1794, aos vinte e oito anos de idade. Após sua libertação, ela se juntou à Associação do Sagrado Coração de Jesus, que foi fundada em 1792 por Susana Geoffroy e algumas companheiras. A Associação era composta por um grupo de mulheres que se reuniam secretamente para rezar e ajudar os sacerdotes que viviam escondidos.

Beata Margarida de Saboia, Marquesa, Viúva, Dominicana – 23 de novembro

A Beata Margarida de Saboia (não confundir com a homônima Rainha da Itália, que viveu uns cinco séculos depois) era aparentada com as principais famílias reais da Europa. Seu pai era o Conde Amadeu de Saboia-Acaja, e sua mãe era uma das irmãs de Clemente VII, que durante o Grande Cisma se declarou papa em Avinhão. Margarida mereceu o apelido de Grande, que adquiriu por ter sido realmente um exemplo de grandeza evangélica nos diferentes estados em que Deus a colocou: filha, esposa, soberana e religiosa.     Nasceu em Pinerolo, Turim, entre os anos de 1382 e 1390. Desde a infância foi a imagem da candura e de uma sabedoria precoce, o que a fazia aborrecer tudo que o mundo ama. Tendo ficado órfã bem cedo, junto com a irmãzinha Matilde foi entregue à tutela do tio Luís, que por falta de herdeiros homens, sucedeu o falecido príncipe Amadeu.     O primeiro passo de Luís de Saboia foi pôr um fim às longas discórdias entre Piemonte e Monferrato, e ambas as partes viu em Margarida um penhor seguro de paz duradoura. Há décadas o Piemonte era agitado por guerras que visavam dominar esta região da Itália. Os Saboia, o Marquês de Saluzzo, os marqueses de Monferrato e os viscondes de Milão disputavam-na ferrenhamente.  

Clemente de Roma Papa e Mártir século I

Papa-terceiro sucessor de São Pedro. 
Governou a Igreja de 88 a 97. 
Foi martirizado em 101, 
durante a perseguição 
ordenada pelo imperador Trajano.
São Clemente, natural de Roma, era discípulo de São Pedro e São Paulo. Acompanhando a este nas viagens evangelizadoras, com ele dividiu as fadigas, sofrimentos e perseguições da vida apostólica. É a ele que o Apóstolo dos Gentios se refere, quando na Epístola aos Filipenses (4,3) diz: "Peço-vos que auxilieis aqueles também que, como Clemente e outros, comigo trabalharam, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida". Estas palavras lhe documentaram a dedicação e fé, o zelo pelas causas de Deus e das almas. Se a mansidão e caridade lhe mereceram o nome de clemente, foi sem dúvida pela actividade apostólica, que São Pedro lhe conferiu a dignidade episcopal. Os primeiros sucessores de São Pedro, na Sé apostólica e no martírio, foram São Lino e Anacleto (São Cleto). Na quase certeza de perder a vida por Jesus Cristo e a Igreja, São Clemente assumiu o governo da Barca de São Pedro em 92. Eram tempos cheios de apreensões para a jovem Igreja. A Autoridade romana ameaçava com uma nova perseguição e no seio da Igreja mesma reinavam dissenções, que prometiam degenerar em cisma.

Columbano de Luxeuil Monge, Fundador de Mosteiros, Santo † 615

Abade irlandês em Luxeuil (France). 
Fundou diversos mosteiros na Europa. 
Morreu na sua caverna em Bobbio (Itália).
Monge extraordinário, esteio da Cristandade medieval nascente. Tendo fundado muitos mosteiros, nos quais imprimiu seu vigoroso carácter, esse heróico religioso deixou atrás de si um sulco de radicalidade na vida monástica e no combate à heresia ariana. Séculos depois, sua acção contribuiria para o apogeu medieval. 
 * * * * * 
Poucos dados há sobre o nascimento e os primeiros anos desse Santo que tanta influência exerceria na vida monacal do Ocidente, em seu século e na baixa Idade Média. Sabe-se que nasceu em Leinster, Irlanda, em 540, mesmo ano em que o patriarca São Bento falecia em Monte Cassino. O que é ressaltado na primeira biografia de Columbano, escrita por um de seus monges, Jonas de Bobbio, é que sua educação e instrução foram esmeradíssimas, tendo ele muito cedo se iniciado no estudo das Sagradas Escrituras. Fala também que era notável por sua beleza moral e física. Adolescente, sentia em si, como São Paulo, os aguilhões da carne.

Miguel Agostinho Pró Juarez Jesuíta, Mártir, Beato 1891-1927

Sacerdote Jesuíta, 
martirizado durante a perseguição 
religiosa no México, em 1927.
Miguel Agostinho Pró Juarez nasceu em 1891 em Guadalupe, no México, numa família abastada e profundamente cristã. O pequeno “Miguelito”, como era chamado, mostrou ser um rapaz muito alegre e brincalhão. Crescido, ele abandonou durante algum tempo a prática religiosa, mas voltou a ela, movido pela entrada da sua irmã num convento … foi o ponto de partida da sua vocação. Aos 20 anos, juntou-se aos jesuítas e fez os seus primeiros votos a 15 de Agosto de 1913. Atormentados pelo governo mexicano anticlerical, os jesuítas em formação exilam-se para os Estados Unidos. Miguel irá também para Espanha, Nicarágua, e Bélgica, onde completará a sua formação na casa dos jesuítas franceses, também exilado pelo seu governo. Apesar da sua débil saúde e contínuas dores no estômago, o jovem jesuíta se distinguiu pela sua alegria constante e expansiva. Foi ordenado sacerdote com 34 anos na cidade de Amiens (França), em Agosto de 1925.

ORAÇÕES - 23 DE NOVEMBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
23 – SábadoSantos: Clemente I, Columbano, Lucrécia
Evangelho (Lc 20,27-40)Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”.
Olhamos para a morte apenas como fim, separação, esquecimento.Também para Jesusfoi difícil aceitar essa realidade da qual não podemos fugir. A razão leva-nos a intuir que temos uma vida que dura para sempre. E fé, que Deus infunde em nós, garante-nos que isso não é ilusão. Cremos que fomos criados para viver eternamente, junto da Trindade, na felicidade, na união e na paz.
Oração
Senhor Jesus, alegro-me porque me dizeis que não caminho para o aniquilamento, mas para a plena realização de todos os meus anseios. Agradeço essa firme esperança. Creio em vós e espero que, por vós, viverei para semprena vida nova, na união com Trindade e com todos no amor final. Ajudai-nos a viver agora de modo que vivamos para sempre na visão, na posse, na paz.Amém

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Profetas para um mundo novo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Não fecheis o coração
 
Marcos relata em seu evangelho o ensinamento de Jesus em Cafarnaum. De Nazaré, Ele e sua família tinham ido morar nesta cidade, à beira do lago (Mt 4,13). Era um centro importante e de fácil acesso e irradiação. Dali a notícia corria melhor. Jesus ensina na sinagoga, lugar importante de reunião do povo. “Todos ficavam admirados com seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei” (Mc 1,22). No livro do Deuteronômio havia a promessa de um profeta como Moisés. Como o Messias e Elias, ele era esperado, pois os fariseus perguntaram a João se ele era o Profeta (Jo 1,21). Assim lemos: “Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um profeta semelhante a ti (Moisés). Porei em sua boca as minhas palavras e ele lhes comunicará tudo o que eu lhe mandar. Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome” (Dt 18,18-19). Jesus é o profeta esperado. Havia gente fazendo-se mestres. Jesus é identificado como o Profeta por seu ensinamento e autoridade e não era como os mestres da lei. Estes ficavam repetindo as normas da lei. Jesus transmitia o conteúdo da Palavra de Deus. Falava de Deus e de seu amor ao povo. Por isso, o convite do salmo é forte: “Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba... aquele dia em que outrora vossos pais me provocaram, apesar de terem visto as minhas obras”. Não fecheis hoje o coração. Ouvi hoje a voz de Deus. Jesus comprova sua autoridade sobre o mal: “Cala-te e sai dele”, diz ao demônio (Mc 1,25) que O combate. 
Anunciar a Palavra de Deus 
A temática desse domingo chama a refletir sobre a profecia. Quem anuncia a Palavra de Deus deve ter a autoridade de Jesus. Esta lhe vem da adesão à Palavra de Deus e da coerência de vida. Na base deve estar a experiência de Deus. Temos medo de Deus. Podemos até perguntar: Por que Deus não fala diretamente com as pessoas? Foi o povo que pediu um intermediário, pois tinha medo. Moisés realizou essa missão. O esplendor de Deus nos assusta. É preciso a penumbra. É o Espírito quem desfaz o medo. No amor não há temor (1Jo 4,18). Para não ter medo diante da grandeza de Deus é preciso saber acolher e por-se a serviço. Os que são profetas de Deus, isto é, os que falam sobre Deus, precisam dessa experiência para ter um ensinamento dado com autoridade. Nossa situação de carência espiritual e de pecados nos fazem fechados ao mistério de Deus. Encontraremos a recusa. As palavras colocadas na boca do endemoniado são a expressão de todos os que recusam a Palavra de Deus, mesmo sabendo que Cristo é o enviado de Deus, é a Palavra viva de Deus. Os que falam com autenticidade se comunicam em nome de Deus. O profeta também tem que de ser fiel a Deus. Não se deve ter medo da recusa, pois é um sinal da autenticidade. 
A vida é ensinamento 
Há outro tipo de profecia e ensinamento: o testemunho da vida. Por isso rezamos na oração: “Concedei-nos amar com verdadeira caridade” (oração). Na segunda leitura encontramos a visão que Paulo tem sobre o matrimônio. Não é contra o matrimônio. Quer que todos sejam como ele, disponíveis para a pregação (1Cor 7,7). Não desvia as pessoas do casamento. Está ensinando que é necessária disponibilidade total para ser profeta. Por isso, o casamento não é somente um estado social, mas uma profecia se vivido em sua intensidade de amor humano e espiritual. A família é o profeta para o mundo novo. 
Leituras: Deuteronômio 18.15-20; 
Salmo 94; 
1Coríntios 7,32-35;Marcos 1,21-28 
1. Jesus inicia seu ensinamento em Cafarnaum pregando na sinagoga. Todos se admiravam, pois ensinava com autoridade. Ele corresponde ao profeta anunciado no Deuteronômio. Transmitia o conteúdo da Palavra de Deus. Hoje continuamos ouvindo o convite a não fechar o coração. Jesus tem autoridade sobre o mal. 
2. A temática desse domingo chama a refletir sobre a profecia. Quem anuncia a Palavra deve ter a autoridade de Jesus que vem da adesão e coerência. Deus não nos deve assustar, pois o Espírito desfaz o medo. Para não ter medo é preciso saber acolher e por-se a serviço. É necessária a experiência de Deus. Os pecados nos fecham a Deus. Não ter medo da recusa. 
3. O testemunho de vida é um modo de profecia. Paulo fala como se o matrimônio impedisse o anúncio. O matrimônio tem outro modo de anunciar, diferente dos celibatários. A família é o profeta do mundo novo. 
Mudando de canal 
No livro do Deuteronômio havia uma profecia de Moisés sobre o Profeta. Não um profeta qualquer. Seria semelhante a ele. O povo teve medo de falar diretamente com Deus e pediu que Moisés falasse. Deus promete um profeta igual a Moisés. A esse se deve escutar. Deus colocará as palavras em sua boca. Ele deverá falar o que Deus mandar. O verdadeiro profeta está sempre em sintonia com Deus. O falso diz suas próprias palavras. Por isso é preciso mudar de canal e sintonizar em Deus. Jesus se apresenta na sinagoga prega e faz curas. Fala com autoridade, isto é, em sintonia com o Pai e tira o poder do mal das pessoas. As curas que faz são provas de seu poder diante de Deus. Ele é o Profeta que deveria vir. Paulo, num ensinamento difícil, diz que as pessoas não deveriam se casar para não terem dor de cabeça com os problemas e ficarem livres para a evangelização. Por outro lado, lembramos também que casamento não é um problema para a evangelização. Viver bem como casado já é uma profecia, um ensinamento sobre o evangelho. 
Homilia do 4º Domingo Comum (01.02.2015)

EVANGELHO DO DIA 22 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 19,45-48. 
Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: «Está escrito: "A minha casa é casa de oração" e vós fizestes dela "um covil de ladrões"». Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte, mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Missal Romano 
Prefácio da Dedicação de uma igreja 
«A minha casa é casa de oração» 
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças sempre e em toda a parte, por Cristo, Nosso Senhor. Nesta casa visível, que nos destes a graça de construir, incessantemente concedeis os vossos favores à vossa família, que, neste lugar, peregrina para Vós. Aqui nos dais o sinal admirável da vossa comunhão connosco e nos fazeis participar no mistério da vossa aliança; aqui edificais o vosso templo, que somos nós, e fazeis crescer a Igreja, presente em toda a Terra, na unidade do corpo do Senhor, que um dia tornareis perfeita na visão de paz da celeste cidade de Jerusalém. Por isso, com os anjos e os santos, nós Vos louvamos no templo da vossa glória, e Vos bendizemos e glorificamos, cantando a uma só voz: Santo, santo, santo...

AFIA

Ilustração de Áfia e sua família jovens
Ilustração de Áfia e sua família jovens

Áfia foi uma personagem bíblica mencionada na carta de Paulo a Filemom, no Novo Testamento. Ela é lembrada por ter sido esposa de Filemon e mãe de Arquipo. Apesar ser mencionada apenas um vez em toda Bíblia, sua história é lembrada e admirada por muitos cristãos no discorrer dos séculos. Muito devido aos relatos extra bíblicos, sustentados pela tradição católica. Neste artigo apresentamos a história desta personagem e sua família.

Nascimento e família de Áfia

Devido a ter apenas uma única menção a Áfia em toda Bíblia, pouco se sabe sobre esta personagem.Acredita-se que ela nasceu na Frígia na década de 30 d.C., poucos anos após Filemom. É possível que ela seja de origem grega, assim como seu esposo, dessa forma seu idioma era o grego koine.

São Prammazio (Pragmazio) de Autun Bispo - Festa: 22 de novembro

Século 6
 
Martirológio Romano: Em Autun, em julho, na Gália, agora na França, São Pragmazio, bispo. 
Provável sucessor de São Flaviano na sé de Autun, Prammatius (fr. Pragmace) participou do concílio de Epaona em 6 de setembro de 517 e morreu antes de 533, data do primeiro concílio de Orléans, que foi assinado por seu sucessor Agripino. Se Prammatius de Autun for de fato o bispo de mesmo nome correspondente a Sidônio Apolinário, o que é mais do que provável dado que nenhum outro bispo com esse nome estava familiarizado com as glórias episcopais da Gália, ele teria ocupado a sé não muitos anos depois de sua morte. antecessor Santo Eufrônio (falecido depois de 475 de Flaviano, e sua eleição para o episcopado seria anterior a 488, data da morte de Sidônio). Visto que, de acordo com a Vita s. Heptades, Flaviano teria sido contemporâneo do rei Clóvis (82-511) o seu episcopado deve ter sido entre 475 e 487. O episcopado de Prammazio, portanto, terá começado pouco antes de 488 e terminado antes de 533. Historiadores locais recordam, de facto, que sob seu episcopado ocorreu a destruição da cidade pelos filhos de Clóvis (523). Prammazio foi sepultado na igreja de Santo Estêvão, no cemitério de St-Pierre-l'Etrier. O mosteiro de St-Andoche em Autun preservou um osso de seu braço. O nome de Prammazio consta dos livros litúrgicos de sua cidade episcopal onde a festa é celebrada no dia 22 de novembro. 
Autor: Jean Marilier 
Fonte: Biblioteca Sanctorum

22 de novembro - Beatos Salvador Lilli e sete companheiros

É significativo que a Beatificação 
do Padre Salvador Lilli, 
missionário franciscano da 
Custódia da Terra Santa e 
pároco de Mujuk-Deresi, 
se realize precisamente na vigília da 
Festa de São Francisco de Assis. 
No sétimo centenário da morte do Santo de Assis, em 1926, o meu Predecessor Pio XI quis sublinhar a união que liga o Seráfico São Francisco à terra de Jesus, beatificando oito franciscanos da Custódia, mortos em Damasco em 1860. Hoje, no oitavo centenário do nascimento de São Francisco, um outro seu filho, também ele empenhado pastoralmente na terra do Oriente, é elevado às honras dos altares, juntamente com sete seus paroquianos mártires. A cronologia do Beato Salvador é simples, mas rica de fatos que atestam o seu grande amor a Deus e aos irmãos; ela culmina com o martírio que vem coroar uma vida de fidelidade à vocação franciscana e missionária. Dos sete Companheiros no martírio conhecemos os nomes, as famílias e o ambiente de vida: eram humildes camponeses e fervorosos cristãos, provenientes de uma estirpe que através dos séculos conservara Integra a própria fidelidade a Deus e à Igreja, não obstante momentos difíceis e às vezes também dramáticos.