quarta-feira, 30 de novembro de 2016

LIÇÃO DE FIDELIDADE

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
O casal de João-de-barro é um exemplo único, entre os passarinhos. O parzinho nunca se desfaz, a não ser com a morte. O macho não cobiça a fêmea de outrem e a fêmea não trai o companheiro. Eles não tem penas bonitas, pois trabalham com barro para fazer sua casinha. Vivem mais nos campos e não fogem do ser humano. Escolhem por instinto o lugar melhor para construir, estudando primeiro a direção do vento e da chuva. E quando abandonam a casinha, deixam-na limpa por dentro, sem vestígio do ninho e sem sujeira. Que exemplo para nós, dotados de tanta inteligência, mal aproveitada! (Seleção de Wany Ap.Cunha)
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REFLETINDO A PALAVRA - “Pão Nosso de cada dia”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
813. A rotina boa
            Um netinho, rezando com a vovó o Pai-Nosso, ao dizer o pão nosso de cada dia, perguntou: - “Vovó, por que a gente não fala o pão nosso para a semana inteira?” – “Não, filho, responde ela, Deus quer que seus filhinhos comam sempre pão fresquinho, não pão velho”. Essa é a sabedoria de minha avó, a Mãe Rita, que sempre fazia café novo para quem chegava. Na vida cotidiana, os momentos são sempre os mesmos. Nosso coração tem sua batida que, quando bate diferente, preocupa. Não é necessário fazer grandes coisas boas. O que faz a vida são os pequenos gestos de acolhimento, de carinho, de caridade, de ajuda mútua, de amor. O bem que fazemos, com toda a certeza, produzirá seu fruto. Não precisamos estar sempre criando novas modalidades de espiritualidade e mesmo de modos humanos de viver. O importante é tê-los sempre como uma novidade, e fazê-los sempre novos. Por que temos nossos ritmos, nossos caprichos, nossas manias sadias? Somos assim. Até os animais tem seu jeitinho próprio de agir, seus ritmos e suas manias. A natureza tem suas estações e  as fases. Sente-se, s vezes, que as pessoas se enfadam facilmente com a rotina. Querem sempre uma novidade, um embalo mais quente. A TV sempre apresenta novas chamadas. Muito do vazio que acontece nas pessoas é a falta de tornar denso o momento presente através da opção de viver a dimensão do serviço. O que fazemos, por menor que seja, é feito para Deus. Continuamos, como colaboradores, a construção do mundo como nos foi entregue na Criação: “Dominai terra!” (Gn 1,28). São os pequenos gestos que carregam o mundo, como as gotas o oceano, os grãos de areia as montanhas, as células dos corpos.
814. Tempo para viver
            Na Igreja celebramos grandes momentos como Páscoa, Natal e outros. Belas festas! Temos também um longo Tempo Comum que parece ser a mesma coisa. Acompanha o ritmo da vida com a Vida de Cristo que também tem seu ritmo. O que faz a beleza da celebração, sempre a mesma, e sua capacidade de ser sempre nova. A celebração faz a diferença dos dias. Ele é um momento único, como único é cada momento da vida. Certamente percebemos que não são os dias festivos que dominam a vida, mas o dia-a-dia com seu ritmo costumeiro. Se tivermos festa todos os dias, não haverá mais dia de festa. Sempre tomamos o mesmo cafezinho, que é sempre novo. E é sempre bom. A grande batalha que enfrentamos é fazer o bem no cotidiano da vida. S. Paulo nos orienta: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12,21). A espiritualidade vai costurar nossa vida na vida de Deus.
815. A cada dia sua pena
Jesus ensinava que “a cada dia basta seu cuidado” (Mt 6,34). Ele ensina que não devemos nos preocupar com o amanhã, pois o Pai do Céu cuida de nós como cuida dos passarinhos e das plantas (Mt 6,25-37). Eles não precisam se preocupar e dão um show de beleza e riqueza. Isso não significa irresponsabilidade ou jogar nas costas dos outros. Jesus ensina que, buscando o Reino de Deus e sua justiça, as outras coisas nos serão dadas por acréscimo (33). Isto quer dizer que, colocando o interesse do Reino no que fazemos, o amanhã estará garantido. O interesse do Reino é a dinâmica do amor.

EVANGELHO DO DIA 30 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo S. Mateus 4,18-22.
Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no. Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Liturgia bizantina 
Vésperas de 30 de Novembro, 
Festa de Santo André, o Protóclito 
«Vinde Comigo e Eu farei de vós pescadores de homens»
Quando ouviste a voz do Precursor [...], quando o Verbo Se fez carne e trouxe à terra a Boa Nova da salvação, vieste a seguir colocar-te na sua companhia e ofereceste-te como primícias, como primeira oferenda, Àquele que de imediato deste a conhecer e que apontaste a teu irmão como o nosso Deus (Jo 1,35-42). Roga-Lhe que salve e ilumine as nossas almas [...], André, irmão do corifeu dos apóstolos. 
Com a linha da pregação e o anzol da fé, trocaste a pesca do peixe pela pesca dos homens e afastaste do abismo do erro todos os povos; a tua voz ressoa por toda a Terra. Vem instruir e iluminar todos aqueles que celebram a tua benigna memória, André, o primeiro a ser chamado [Protóclito] entre os discípulos. 
Senhor, imitou a tua Paixão aquele que Te seguiu igualmente na morte e, pela cruz, pescou do abismo da ignorância os que por lá vagueavam, a fim de os levar até Ti. Por isso Te suplicamos, Senhor de bondade: por intercessão de André dá a paz às nossas almas. 
Alegra-te, André, tu que anuncias por todo o mundo a glória de Deus com a eloquência do Céu (Sl 18,2); tu, que foste o primeiro a responder ao chamamento de Cristo e te tornaste seu amigo íntimo; tu, que imitando a sua bondade, refletes a sua luz por sobre aqueles que habitam nas trevas. Por isso celebramos a tua festa e cantamos: «O seu eco ressoou por toda a terra, e a sua palavra até aos confins do mundo» (Sl 18,5).

ANDRÉ, APÓSTOLO século I

Entre os Doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo. Além de ser apontado por eles próprios como o "número dois", depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem está entre os quatro primeiros. Morava em Cafarnaum, era discípulo de João Baptista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galileia.   Foi levado por João Baptista à verde planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta in-dicou-o e disse a célebre frase: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo. A seguir, André levou o irmão Simão-Pedro a conhecer Jesus, afirmando: "Encontramos o Messias". Assim, tornou-se, também, o primeiro dos apóstolos a recrutar novos discípulos para o Senhor. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes: cinco pães e dois peixes. Pouco antes da morte do Redentor, aparece o discípulo André ao lado de Filipe, como um de grande autoridade. Pois é a ele que Filipe se dirige quando certos gregos pedem para ver o Senhor, e ambos contaram a Jesus. André participou da vida publica de Jesus, estava presente na última ceia, viu o Cristo Ressuscitado, testemunhou a Ascensão e recebeu o primeiro Pentecostes. Ajudou a sedimentar a Igreja de Cristo a partir da Palestina, mas as localidades e regiões por onde pregou não sabemos com exactidão. Alguns historiadores citam que depois de Jerusalém foi evangelizar na Galileia, Cítia, Etiópia, Trácia e, finalmente, na Grécia. Nessa última, formou um grande rebanho e pôde fundar a comunidade cristã de Patras, na Acaia, um dos modelos de Igreja nos primeiros tempos. Mas foi lá, também, que acabou martirizado nas mãos do inimigo, Egéas, governador e juiz romano local. André ousou não obedecer à autoridade do governador, desafiando-o a reconhecer em Jesus um juiz acima dele. Mais ainda, clamou que os deuses pagãos não passavam de demónios. Egéas não hesitou e condenou-o à crucificação. Para espanto dos carrascos, aceitou com alegria a sentença, afirmando que, se temesse o martírio, não estaria "pregando a grandeza da cruz, onde morreu Jesus". Ficou dois dias pregado numa cruz em forma de "X"; antes, porém, despojou-se de suas vestes e bens, doando-os aos algozes. Conta a tradição que, um pouco antes de André morrer, foi possível ver uma grande luz envolvendo-o e apagando-se a seguir. Tudo ocorreu sob o império de Nero, em 30 de novembro do ano 60, data que toda a cristandade guarda para sua . O imperador Constantino trasladou, em 357, de Patos para Constantinopla, as relíquias mortais de santo André, Apóstolo. Elas foram levadas para Roma, onde permanecem até hoje, na Catedral de Amalfi, só no século XIII. Santo André, Apóstolo, é celebrado como padroeiro da Rússia e Escócia.

30 DE NOVEMBRO - CATEQUIZOU DO ALTO DA CRUZ

Um dia André e João ouviram falar de Jesus e foram até ele. Mas não sabiam como iniciar o diálogo. Meio acanhados, perguntaram: 
-Mestre, onde moras? 
-Vinde e vede, respondeu. 
Andaram com Jesus o dia inteiro. Ouviram e viram tanta coisa, que ficaram fascinados por ele. André foi um dos primeiros discípulos de Jesus e um dos doze. Impetuoso e pronto como seu irmão Simão Pedro, após ouvir o apelo de Jesus “Ide pelo mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura...” abalou-se logo para a Grécia, o Curdistão e a Geórgia. Pagou com o sangue sua fidelidade ao Mestre, por quem se apaixonara desde jovem. O instrumento do seu martírio foi uma cruz em forma de X. Dizem que a transformou em púlpito, anunciando Jesus até morrer. Chegando ao céu, terá acrescentado:
- Agora sim, encontrei o Messias e ... para sempre. 
Outros santos para este dia: - Troiano; - Justina; Zósimo – Monge libanês do séc. V.Taumaturgo. 
Oração para este fim de novembro:Senhor, há tanta gente em quem não posso acreditar: Nos poderosos que oprimem os povos. . .Nos patrões que exploram seus empregados. . .Nos cristãos que dão contra testemunho. . .No homem egoísta e soberbo, hedonista e perverso...Nos partidos políticos que procuram seu próprio interesse. . .Tu somente, tens palavras de vida eterna. Que todos te conheçam e te sigam. Amém!
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE NOVEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.

30 – Quarta-feira – Santos: André, apóstolo, Troiano, Justina

Evangelho (Mt 4,18-22) “Jesus disse a eles: – Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens. Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram.”

Eles imediatamente o seguiram. É como termina a breve história do chamamento, primeiro dos irmãos Simão e André, e depois de Tiago e João. Os quatro não pedem nem dão explicações. Ouvem Jesus, largam tudo e daí em diante tudo será diferente para eles. Para cada um de nós é que Mateus conservou essa frase. É o que nos quer ensinar: quando Jesus chama, é preciso deixar tudo.

Oração

Senhor Jesus, admiro o poder de sedução de vossa graça. Os quatro tinham seus planos e compromissos, e largaram tudo para vos colocar em primeiro lugar na vida. Não sei o que me reservais no futuro. Mas peço que me ajudeis a estar pronto a vos seguir, sem perguntar por quê ou para onde. Depois de tudo que fizestes por mim, não posso ficar duvidando. Confio totalmente em vós. Amém.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

O QUEBRA-CABEÇA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
O pai estava em sua mesa de trabalho, e escrevia, com o filho ao lado. Para poder trabalhar concentrado, deu-lhe um jogo de quebra-cabeça: de um lado o mapa do Brasil e do outro, a figura de uma pessoa, dizendo: 
-Veja se consegue formar o mapa do Brasil. Quando ficar pronto, me chame. 
O menino assentou-se no chão, esparramou os recortes de papelão e começou a encaixa-los no lugar certo, de modo que aparecesse o mapa do Brasil. O garotinho entretanto, pouco afeito à Geografia, quebrava realmente a cabeça para formar aquele mapa: 
- Papai, não dou conta, não. 
- Vire todas as pedras e tente formar a figura que está no outro lado. 
Em poucos minutos o menino resolveu o problema: 
- Pronto, papai. Já formei uma figura de homem. 
- Muito bem. Agora vamos virar o quebra-cabeça sem tirar as pedras do lugar. Vejamos o que vai aparecer no outro lado.
Apareceu o mapa do Brasil com todos os detalhes. A lição é evidente: 
Formando-se o homem, está formado o mapa do Brasil. Se cada um de nós se transformar num bom cristão, a nação toda se transforma. 
PALAVRA DE DEUS: Corrigi vossos caminhos e vossas ações (Jr 18,11). 
ORAÇÃO: Senhor! Está na hora de assumir, ou sumir, dando espaço e lugar aos que querem trabalhar. - Não podemos ficar acomodados em nossa apatia, mas incomodados com a situação... Não nos falte a tua graça.
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REFLETINDO A PALAVRA - “Pedro e Paulo, colunas da Igreja”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Participantes da missão de Cristo
               A Igreja, sacramento de Cristo, está fundada sobre a profissão de fé de Pedro, como escreve Mateus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). Esta afirmação de Jesus dá-nos a certeza de nossa fé e “a alegria de celebrar estes dois apóstolos que nos deram as primícias da Igreja” (oração). Pedro e Paulo são os dois pilares que, juntamente com os demais apóstolos e a comunidade que “perseverando na partilha do pão, na doutrina dos apóstolos e enraizados no amor eram um só coração e uma só alma” (pós-comunhão), edificaram a Igreja. Eles são duas luzes para a compreensão da Igreja: Essas  luzes são o poder e o carisma: A Igreja é uma estrutura organizada e regida por fiéis administradores. Ela é também um mistério que dá espaço para o Reino crescer e não sabemos como (Mc 4,27). Paulo, na sua fé em Cristo, foi capaz de viver a herança dos pais numa dimensão nova. Pedro e Paulo foram capazes de sairem da prisão, não somente das correntes, mas de uma tradição que estagnou o crescimento da Igreja em sua missão universal, para um mundo novo a ser construído. Corremos o mesmo risco de bloquear o crescimento do Reino por tradições que não são suficientes para o anúncio do Evangelho. A missão de Cristo se realiza na liberdade da fé, como Ele próprio o fez, e o fizeram seus apóstolos. Poder e carisma têm que se conjugar.
Homens de fé
               Contemplamos a missão destes dois homens do povo que, “por meios diferentes congregaram a única família de Cristo”(prefácio).  Sua fé  sustentou sua vida em Cristo. Pedro é o primeiro a reconhecer em Jesus o enviado de Deus ao dizer: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Essa é a coluna base da fé. Crendo em Cristo torna-se pedra de fundamento. Paulo reconhece: “Combati o bom combate, completei a corrida e guardei a fé” (2Tm 4,7). Esta é a certeza que têm de estarem sempre protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve sempre a meu lado e me deu forças” (2Tm 4,17). A força de fé dos dois apóstolos está na fé em Jesus. Paulo diz: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20).
Fé nos fracos.
               Encontram sua força em sua fragilidade, pois Deus usa instrumentos fracos. É na fraqueza que se manifesta a força (2Cor, 12,9). Temos um momento de refletir sobre os homens que dirigem a Igreja. Não reconhecemos que são frágeis, como Pedro e Paulo. Por outro lado possuem o mesmo dom que possuíram para conduzir a Igreja de Deus. No momento em que nos esquecemos desta fragilidade, fazemos deles instrumento ineficientes, pois Jesus também foi frágil. É bom revisar como exercemos o poder na Igreja. Essa sede de poder e a ganância dos bens materiais tornam-se, nesta missão, um contra-testemunho que não é eficiente para a união dos cristãos. A infalibilidade está em pessoas frágeis e por isso necessitam da união de todos na fé. Na fragilidade, Deus é o socorro: “De todos os temores o livrou” (Sl 33). Em cada celebração estamos unidos aos pastores da Igreja pela oração e pela profissão da mesma fé. O poder e o carisma são para todo o povo de Deus. Quanto mais partilhado, mais firme se torna o poder e claro o carisma.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

EVANGELHO DO DIA 29 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 10,21-24.
Naquele tempo, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado.Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra 
«À espera de Cristo»,Sermões pregados em várias ocasiões,n.º 3 
«Felizes os olhos que veem o que estais a ver.»
Durante séculos, antes de Jesus vir à Terra, todos os profetas, um após outro, estiveram no seu posto, no alto da torre; todos O esperavam perscrutando a obscuridade da noite, ansiosos pela sua chegada; vigiavam sem cessar, para surpreenderem o primeiro brilho da aurora. [...]: «A Ti, meu Deus, eu busco desde a aurora. A minha alma tem sede de Ti, como terra árida, esgotada, sem água» (Sl 62,2). [...] «Ah! se rasgasses os céus e descesses! As montanhas fundir-se-iam na tua presença» (Is 63,19), como se o fogo as atingisse. [...] Desde as origens do mundo que os olhos nada puderam ver, meu Deus, das maravilhas que preparaste para aqueles que, esperando, permaneceram unidos a Ti (1Cor 2,9).   
Contudo, se houve jamais quem teve o direito de se apegar a este mundo e dele não se desinteressar, foram os servos de Deus; tinha-lhes sido prometida a Terra como herança e, de acordo com as próprias promessas do Altíssimo, ela seria a sua recompensa. Mas a nossa verdadeira recompensa diz respeito ao mundo que há-de vir. [...] E também eles, esses grandes servos de Deus, ultrapassaram o dom terreno de Deus, apesar do seu valor, para se apegarem a promessas mais belas ainda; e, em nome dessa esperança, sacrificaram aquilo cuja posse já detinham. Não se contentando com nada menos do que a plenitude do seu Criador, procuraram ver o rosto do seu Libertador. E, se para tal fosse preciso quebrar a Terra, rasgar os céus, e que os elementos do mundo se fundissem para que Ele finalmente aparecesse, então, mais valia que tudo se desmoronasse a continuarem a viver sem Ele! Tal era a intensidade do desejo dos adoradores de Deus em Israel que esperavam Aquele que havia de vir. [...] A sua perseverança prova que havia alguma coisa a esperar.  
Os apóstolos, depois de o seu Mestre ter vindo e regressado aos Céus, não ficaram atrás dos profetas na acuidade da sua percepção nem no ardor das suas aspirações. O milagre da espera na perseverança continuou.

Santa Matilde de Hackeborn - 29 de novembro

Hoje gostaria de vos falar de Santa Matilde de Hackeborn, uma das grandes figuras do mosteiro de Helfta, que viveu no século XIII. A sua irmã de hábito, Santa Gertrudes a Grande, no livro VI da obra Liber specialis gratiae (O livro da graça especial), em que são narradas as graças especiais que Deus concedeu a Santa Matilde, afirma assim: «O que escrevemos é muito pouco em comparação com o que omitimos. Publicamos estas coisas só para a glória de Deus e a utilidade do próximo, porque nos pareceria injusto manter o silêncio sobre as numerosas graças que Matilde recebeu de Deus, não tanto para si mesma, na nossa opinião, mas para nós e para aqueles que vierem depois de nós» (Mechthild von Hackeborn, Liber specialis gratiae , VI, 1). Esta obra foi redigida por Santa Gertrudes e por outra irmã de hábito de Helfta, e contém uma história singular. Matilde, com cinquenta anos de idade, atravessava uma grave crise espiritual, unida a sofrimentos físicos. Nesta condição, confiou as duas irmãs de hábito amigas, as graças especiais com que Deus a tinha guiado desde a infância, mas não sabia que elas anotavam tudo. Quando o veio a saber, ficou profundamente angustiada e perturbada. Porém, o Senhor tranquilizou-a, fazendo-lhe compreender que quanto estava a ser escrito era para a glória de Deus e a vantagem do próximo (cf. ibid., II, 25; V, 20). Assim, esta obra é a fonte principal da qual haurir as informações sobre a vida e a espiritualidade da nossa Santa. Com ela, somos introduzidos na família do Barão de Hackeborn, uma das mais nobres, ricas e poderosas da Turíngia, aparentada com o imperador Frederico II, e entramos no mosteiro de Helfta no período mais glorioso da sua história. O Barão já tinha dado ao mosteiro uma filha, Gertrudes de Hackeborn (1231/1232 — 1291/1292), dotada de uma personalidade acentuada, abadessa por quarenta anos, capaz de dar um cunho peculiar à espiritualidade do mosteiro, levando-o a um florescimento extraordinário como centro de mística e de cultura, escola de formação científica e teológica. Gertrudes ofereceu às monjas uma elevada educação intelectual, que lhes permitia cultivar uma espiritualidade fundada na Sagrada Escritura, na Liturgia, na Tradição patrística, na Regra e na espiritualidade cisterciense, com preferência especial por São Bernardo de Claraval e Guilherme de Saint-Thierry. Foi uma verdadeira mestra, exemplar em tudo, na radicalidade evangélica e no zelo apostólico. Desde a infância, Matilde acolheu e saboreou o clima espiritual e cultural criado pela irmã, oferecendo depois a sua contribuição pessoal. Matilde nasce em 1241, ou 1242, no castelo de Helfta; é a terceira filha do Barão. Com sete anos de idade visita com a mãe a irmã Gertrudes no mosteiro de Rodersdorf. Fica tão fascinada por aquele ambiente, que deseja ardentemente fazer parte dele. Entra como educanda e, em 1258, torna-se monja no convento que, entretanto, se tinha transferido para Helfta, na quinta dos Hackeborn. Distingue-se por humildade, fervor, amabilidade, pureza e inocência de vida, familiaridade e intensidade com que vive a relação com Deus, a Virgem e os Santos. É dotada de elevadas qualidades naturais e espirituais, como «a ciência, a inteligência, o conhecimento das letras humanas, a voz de uma suavidade maravilhosa: tudo a tornava apta para ser no mosteiro um autêntico tesouro, sob todos os aspectos» (Ibid., Introdução). Assim, «o rouxinol de Deus» — como é chamada — ainda muito jovem, torna-se diretora da escola do mosteiro, diretora do coro, mestra das noviças, serviços que desempenha com talento e zelo incansável, não só em vantagem das monjas, mas de quem quer que desejasse haurir da sua sabedoria e bondade. Iluminada pelo dom divino da contemplação mística, Matilde compõe numerosas orações. É mestra de doutrina fiel e de grande humildade, conselheira, consoladora e guia no discernimento: «Ela — lê-se — transmitia a doutrina com tal abundância, que jamais se tinha visto no mosteiro e, infelizmente, tememos que nunca mais se verá algo de semelhante. As religiosas reuniam-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus, como se fosse um pregador. Era o refúgio e a consoladora de todos e, como dom singular de Deus, tinha a graça de revelar livremente os segredos do coração de cada um. Muitas pessoas, não só no Mosteiro, mas também estranhos, religiosos e seculares, vindos de longe, testemunhavam que esta santa virgem os tinha libertado dos seus sofrimentos e que nunca haviam experimentado tanta consolação como nela. Além disso, compôs e ensinou tantas orações que, se fossem reunidas, excederiam o volume de um saltério» (Ibid., VI, 1). 
SANTA MATILDE INSTRUI
SANTA GERTRUDES
Em 1261 chegou ao convento uma criança de cinco anos, chamada Gertrudes: é confiada aos cuidados de Matilde, que tem apenas vinte anos, que a educa e guia na vida espiritual, a ponto de fazer dela não só a discípula excelente, mas também a sua confidente. Em 1271, ou 1272, entra no mosteiro também Matilde de Magdeburgo. Assim, o lugar acolhe quatro grandes mulheres — duas Gertrudes e duas Matildes — glória do monaquismo germânico. Na longa vida transcorrida no mosteiro, Matilde é afligida por sofrimentos contínuos e intensos, aos quais se acrescentam as duríssimas penitências escolhidas para a conversão dos pecadores. Deste modo, participa na Paixão do Senhor até ao fim da sua vida (cf. ibid., VI, 2). A oração e a contemplação são o húmus vital da sua existência: as revelações, os seus ensinamentos, o seu serviço ao próximo, o seu caminho na fé e no amor encontram aqui a sua raiz e o seu contexto. No primeiro livro da obra Liber specialis gratiae , as redatoras reúnem as confidências de Matilde, cadenciadas nas festas do Senhor, dos Santos e, de modo especial, da Bem-Aventurada Virgem. É impressionante a capacidade que esta Santa tem de viver a Liturgia nos seus vários componentes, mesmo as mais simples, levando-a na vida monástica quotidiana. Algumas imagens, expressões e aplicações às vezes estão longe da nossa sensibilidade, mas, se se consideram a vida monástica e a sua tarefa de mestra e diretora de coro, compreende-se a sua capacidade singular de educadora e formadora, que ajuda as irmãs de hábito a viver intensamente, a partir da Liturgia, cada momento da vida monástica. Na oração litúrgica, Matilde dá realce particular às horas canônicas, à celebração da Santa Missa e sobretudo à Sagrada Comunhão. Aqui é com frequência arrebatada em êxtase, numa profunda intimidade com o Senhor, no seu Coração ardentíssimo e dulcíssimo, num diálogo maravilhoso em que pede luzes interiores, enquanto intercede de modo especial pela sua comunidade e pelas suas irmãs de hábito. No centro estão os mistérios de Cristo, aos quais a Virgem Maria se refere constantemente para caminhar pela vida da santidade: «Se tu desejas a verdadeira santidade, está perto do meu Filho; Ele é a própria santidade, que santifica todas as coisas» (Ibid., I, 40). Nesta sua intimidade com Deus estão presentes o mundo inteiro, a Igreja, os benfeitores e os pecadores. Para ela, Céu e terra unem-se. As suas visões, os seus ensinamentos e as vicissitudes da sua existência são descritos com expressões que evocam a linguagem litúrgica e bíblica. É assim que se entende o seu profundo conhecimento da Sagrada Escritura, que era o seu pão de cada dia. Recorre a ela continuamente, quer valorizando os textos bíblicos lidos na liturgia, quer haurindo símbolos, termos, paisagens, imagens e personagens. A sua predileção é pelo Evangelho: «As palavras do Evangelho eram para ela um alimento maravilhoso e suscitavam no seu coração sentimentos de tanta docilidade, que muitas vezes, pelo entusiasmo, não conseguia terminar a sua leitura... O modo como lia aquelas palavras era tão fervoroso, que em todos suscitava a devoção. Assim também, quando cantava no coro, vivia totalmente absorvida em Deus, transportada por tanto ardor que às vezes manifestava os seus sentimentos com gestos... Outras vezes, como que arrebatada em êxtase, não ouvia quantos a chamavam ou a moviam, e mal conseguia retomar o sentido das coisas exteriores» (Ibid., VI, 1). Numa das visões, é o próprio Jesus quem lhe recomenda o Evangelho: abrindo-lhe a chaga do seu dulcíssimo Coração, diz-lhe: «Considera como é imenso o meu amor: se quiseres conhecê-lo bem, em nenhum lugar o encontrarás expresso mais claramente do que no Evangelho. Ninguém jamais ouviu alguém manifestar sentimentos mais fortes e mais ternos do que estes: Assim como o meu Pai me amou, também Eu vos amei (Joan. XV, 9)» (Ibid., I, 22). A oração pessoal e litúrgica, especialmente a Liturgia das Horas e a Santa Missa, estão na raiz da experiência espiritual de Santa Matilde de Hackeborn. Deixando-se guiar pela Sagrada Escritura e alimentar pelo Pão eucarístico, ela percorreu um caminho de união íntima com o Senhor, sempre em plena fidelidade à Igreja. Isto é para nós também um forte convite a intensificar a nossa amizade com o Senhor, sobretudo através da oração quotidiana e a participação atenta, fiel e concreta na Santa Missa. A Liturgia é uma grande escola de espiritualidade. A discípula Gertrudes descreve com expressões intensas os últimos momentos da vida de Santa Matilde de Hackeborn, duríssimos, mas iluminados pela presença da Beatíssima Trindade, do Senhor, da Virgem Maria e de todos os Santos, mas inclusive da irmã de sangue, Gertrudes. Quando chegou a hora em que o Senhor quis chamá-la para junto de Si, ela pediu-lhe para poder viver ainda no sofrimento, para a salvação das almas, e Jesus compadeceu-se deste ulterior sinal de amor. Matilde tinha 58 anos. Percorreu a última etapa caracterizada por oito anos de graves doenças. A sua obra e a sua fama de santidade difundiram-se amplamente. Quando chegou a sua hora, «o Deus de Majestade... única suavidade da alma que O ama... cantou-lhe: Venite vos, benedicti Patris mei... Vinde, ó vós que sois os benditos do meu Pai, vinde receber o reino... e associou-o à sua glória» (Ibid., VI, 8). Santa Matilde de Hackeborn confia-nos ao Sagrado Coração de Jesus e à Virgem Maria. Convida a louvar o Filho com o Coração da Mãe e a louvar Maria com o Coração do Filho: «Saúdo-te, ó Virgem veneradíssima, naquele orvalho dulcíssimo que do Coração da Santíssima Trindade se difundiu em ti; saúdo-te na glória e no júbilo com que agora te alegras eternamente, Tu que por preferência a todas as criaturas da terra e do Céu, foste eleita ainda antes da criação do mundo! Amém» (Ibid., I, 45). 
Fonte: 

SATURNINO DE TOULOUSE Primeiro Bispo de Toulouse, Mártir, Santo Século III

Saturnino forma um elo entre o Gaul, França, e Judeia. Entre a nossa civilização e a de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, ele era grego e viveu nos tempos de Cristo. Ele ouviu falar de São João Baptista e foi ouvi-lo pessoalmente e ficou tão comovido que se tornou um de seus discípulos. Ele foi baptizado no Rio Jordão no mesmo dia que Jesus, o qual ele seguiu sendo um dos seus 72 discípulos. Ele continuou com os apóstolos após a Crucificação e estava com eles no Cenáculo quando o Espírito Santo apareceu a eles. Foi com Pedro para evangelizar o Oriente Médio. De lá foi enviando a Gaule, e após foi para Arles e Nimes e acabou se fixando em Toulouse com dois de seus companheiros: Paoul, que Pedro havia enviado com ele, e Honestus que ele converteu em sua jornada. Quando chegou a Toulouse ele começou a destruir os ídolos pagãos e o povo estava muito desconfiado. Saturnino sentiu que algo mais deveria ser feito. Assim um dia Saturnino curou a lepra de Austris da Saxónia, filha de Marcellus o governador de Toulouse! Imediatamente quase toda a cidade se converteu. De lá ele enviou seu discípulo Honestus para Pamplona e ele conseguiu chegar até Toledo onde converteu centenas. Se encontrava multidões desconfiadas, ele simplesmente fazia um milagre com sua benção, invocando os poderes de Jesus, curava um paralítico, um leproso ou um cego e seguia em frente. Mais tarde retornou a Toulouse a qual encontrou e boas condições. Outro grande milagre: O evangelista fora para longe por anos e quando retornava tudo estava como se ele estivesse presente! Mas o trabalho de Saturnino não estava completo. Agora restava a ele morrer. Morrer como São Pedro ou como São João Baptista. Diz a tradição que ele expulsou as estátuas dos deuses pagãos de um templo que ainda havia na cidade e que os padres pagãos da época, colocaram outras estatuas de ídolos e elas simplesmente quebravam ou, o que era mais impressionante, saíam andando para fora da cidade. Com isso silenciou-se os oráculos pagãos de onde os padres recebiam sua principal renda. Eles capturaram Saturnino e ataram seus pés a um touro selvagem e este saiu arrastando Saturnino pela cidade afora e mesmo quando seus devotos o socorreram ele já estava com a cabeça e o corpo estilhaçados. Hoje a igreja de São Saturnino em Toulouse é a maior igreja (no estilo romanesco) da França e o seu corpo está colocado numa grande campa construída em 1746. Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um Bispo sendo arrastado por um touro; ou com um touro a seus pés.

Beato Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638

Chamava-se Pierre Berthelot e nasceu na Flandres, onde hoje é a Bélgica, em 1600. Era navegador e, por vicissitudes várias, serviu a armada holandesa quando tinha vinte anos. Mas, em breve, trocou o reino da Holanda pelo de Portugal, onde foi nomeado cosmógrafo e piloto-mor. Em Goa, tentou em vão ser jesuíta. Mas, em 1635, acabou por ser aceite na ordem carmelita, onde recebeu o nome de Dionísio da Natividade. Já carmelita, participou na defesa de Goa mas, em 1638, quando se dirigia a Samatra acompanhando uma embaixada real, foi apanhado pelos mouros que o quiseram forçar a aderir à religião islâmica. Seguia com ele o irmão Redento da Cruz. Os dois, com mais sessenta companheiros, resistiram até ao martírio que ocorreu nos finais desse mesmo ano.

REDENTO DA CRUZ Religioso, Missionário, Mártir, Bem-aventurado 1598-1638

Dionísio da Natividade e Redento da Cruz Beatos Os carmelitas, Dionisio e Redento, encontraram-se no ano de 1635, no Convento do Carmo, em Goa. Sem antes se conhecerem, aqui se juntaram para virem a ser os primeiros mártires da família fundada por Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz. O Beato Redento da Cruz é portugês, natural de Cunha, Paredes de Coura, Viana do Castelo. Aqui nasceu em 1598. O seu nome de baptismo foi Tomás Rodrigues da Cunha. Cresceu embalado por sonhos dourados de guerreiro e de glória. Muito jovem ainda dirigiu-se a Lisboa, onde embarcou para a India vindo a ser nomeado capitão pela sua valentia nas batalhas em que tomou parte. Não só devido à sua valentia, mas também à destreza e ao seu espírito afável e temperamento comunicativo e alegre, conquistava as simpatias de quantos o conheciam. Na cidade de Tatá, no reino de Sinde, conheceu os carmelitas descalços que aí tinham uma comunidade. Depressa se sentiu atraído peio estilo de vida destes homens que, seguindo os passos de S. Teresa de Jesus e S. João da Cruz, viviam uma santidade alegre e comunicativa. A princípio, o prior do convento escusou-se a admitir o capitão da guarda de Meliapor pensando que ele não era para aquele género de vida. Mas Tomás Rodrigues da Cunha tanto insistiu que o prior acedeu ao seu pedido deixando-o tomar hábito e iniciar o noviciado. Tomás deixou tudo: a carreira militar, a posição social, a glória e até o nome vindo a chamar-se, desde então, Frei Redento da Cruz. No ano de 1620, foi fundado o nosso convento do Carmo de Goa, para onde foi enviado Frei Redento, depois de também ter sido frade conventual no convento de Diu. Frei Redento cativava com a sua simpatia e era estimado por todos por ser alegre, simpático e com um grande sentido de humor. Em Goa, deram-lhe o ofício de porteiro e sacristão. No ano de 1600, em França, nasceu Pedro Berthelot. Também este jovem se inclinou para o mar fazendo-se marinheiro apenas com 12 anos de idade. Em 1619, também ele embarca para a India, onde trabalhou para a armada francesa e holandesa, ao serviço de quem se tornou célebre, ascendendo a piloto de caravela. Finalmente colocou-se ao serviço dos portugueses que o nomearam Piloto-mor e Cosmógrafo das Indias. Deixou-se contagiar pelo testemunho do carmelita, Frei Filipe da Santíssima Trindade e decidiu, como ele, fazer-se carmelita. Todos os dias visitava a igreja do Carmo e um dia decidiu tomar hábito. Era a véspera do Natal e recebeu o nome de Frei Dionísio da Natividade. Em 1636, os holandeses atacaram Goa. O Vice-rei das índias escreve ao Prior do Carmo pedindo-lhe licença para o noviço Frei Dionísio comandar as operações. O que aconteceu. O Piloto-mor e Cosmógrafo das Indias, agora vestido de hábito castanho e capa branca e calçando sandálias, conduziu a esquadra portuguesa à vitória. Em 1638 foi ordenado sacerdote. O Irmão Redento da Cruz continuava o seu ofício de porteiro do convento do Carmo de Goa, enquanto Frei Dionísio se preparava para o sacerdócio. Todos conheciam o porteiro do Carmo e todos o tinham por santo. Não perdia ocasião de a todos edificar oferecendo fios, que arrancava do seu hábito, às pessoas suas amigas, dizendo-lhes que eram relíquias de santo. As pessoas riam-se com Frei Redento, mas ele apenas dizia: «agora riem-se, mas esperem um pouco e haveis de ter pena de não ter mais relíquias minhas». Deus segredava-lhe ao coração que um dia seria santo. Em 1638 novamente foi solicitado ao Prior dos carmelitas que autorizasse Frei Dionísio a comandar uma nova expedição. Concertadas as coisas, Frei Dionísio escolheu e pediu por companheiro a Frei Redento da Cruz que ao despedir-se da comunidade disse sereno e de bom humor: «se eu for martirizado pintem-me com os pés bem de fora do hábito, para que vendo as sandálias todos saibam que sou carmelita descalço». Tentaram, as pessoas e benfeitores do convento, impedir por todos os meios a saída do santo porteiro do Carmo temendo o seu martírio. Finalmente, como último recurso, colocaram-lhe drogas na comida para o adormecerem, mas estas não surtiram efeito. Seguidamente embarcou o santo exclamando: «vamo-nos que tenho de ser mártir». De facto, traídos pelo rei de Achem, a armada portuguesa foi surpreendida e detida. Forçaram-nos a renegar a fé mas não conseguiram tal traição a Cristo de nenhum dos 60 prisioneiros. Decidiram o seu martírio. Muitos dos sessenta prisioneiros eram rapazes jovens. Havia também um sacerdote indiano que recusou a liberdade. Frei Redento foi o primeiro a ser martirizado, encorajando os companheiros de martírio; Frei Dionísio, o último para a todos confortar. Era o dia 29 de Novembro de 1638. Quando em Goa se soube do acontecimento, repicaram os sinos na igreja do Carmo como em dia de grande festa e cantaram um Te Deum em acção de graças.

ANTÓNIO FASANI (Francisco António de Lucera) Sacerdote franciscano, Santo 1681-1742

Nasceu em Lucera, Apúlia, Itália no dia 56 de agosto 1681. Donato António João Nicolau Fasani nasceu de um família de camponeses. Sua mãe casou-se após a morte de seu pai ainda quando Francisco era muito jovem e foi o seu padrasto que o enviou para os frades Conventuais para ser educado. Com a idade de 15 anos ele foi enviado para Monte Gargano para iniciar seu noviciado. Quando entrou para a Ordem dos Franciscanos em 23 de agosto de 1696 ele mudou seu nome para Francisco António. Em1703 foi enviado a Assis onde ele foi ordenado sacerdote em 11 de setembro de 1705. Ele completou seu mestrado em teologia no Colégio São Boaventura em Roma. Daquele tempo em diante ele passou a ser chamado de “Padre Mestre” em sua cidade natal onde ele ensinava teologia desde 1707. No Convento de Lucera ele também serviu como guardião, noviço e mestre e ministro provincial em Sant’Angelo. Embora sua escolaridade fosse notável ele era mais conhecido pelos seus sermões na cidade e no campo. Ele falava de um jeito que as pessoas podiam entender e dirigiu seus esforços para catequizar os pobres. Ele produziu vários volumes de sermões, alguns em Latim. Francisco António era devotado aos pobres, aos que sofriam e aos prisioneiros. Várias vezes ele acompanhava aqueles condenados à morte até o patíbulo. Francisco António promoveu a devoção a Imaculada Concepção a qual tinha grande devoção e especial amor muito antes deste dogma ter sido definido. Ele trouxe de Nápoles uma estátua da Imaculada Conceição que ele colocou na igreja de São Francisco de Assis e ele escreveu hinos a ela para serem cantados pelo povo de sua terra. Essa estátua ainda é objecto de veneração em Lucera. Ele também estabeleceu a Novena a Nossa Senhora da Imaculada Conceição. No dia 29 de novembro, no primeiro dia desta Novena Francisco António faleceu, como outro notável e também reverenciado Francisco, o de Assis. Foi beatificado pelo Papa Pio XII em 15 de abril de 1951 e canonizado pelo Papa João Paulo II em 13 de abril de 1986.

29 DE NOVEMBRO - PISOTEADO POR UM TOURO SELVAGEM

Na França, ergue-se uma das mais robustas e majestosas igrejas do mundo, centro de grandes peregrinações, dedicada a São Saturnino (século II), popularíssimo na Europa. Mas sabe-se pouca coisa dele.Na falta de dados históricos, o povo deu largas à imaginação, chegando a dizer que Saturnino ouviu as pregações de Jesus, ofereceu-lhe pão e peixe após a ressurreição, esteve no cenáculo no dia de Pentecostes, foi sagrado bispo por São Pedro e foi trabalhar na França e na Espanha.Segundo outros, teria sido arrastado pelos chifres por um touro selvagem, morrendo pisoteado na perseguição do imperador Décio. É invocado nas dores de cabeça e desmaios; nas angústias e agonias; nas epidemias e pragas de formigas. 
– São Francisco Antônio Fasani, ainda jovem entrou para o convento de sua cidade. Ordenou-se padre e dedicou-se aos trabalhos apostólicos da pregação, do confessionário e também de escritor. Percorria todas as aldeias de sua região, o que o fez merecer o título de "apóstolo de sua terra". Dava assistência aos encarcerados e aos condenados à morte. Os últimos momentos de sua vida passou-os em sua terra nata. Sua novena preferida era a da Imaculada Conceição. Foi canonizado pelo Papa João Paulo II em 1986.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE NOVEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.

29 – Terça-feira – Santos: Iluminada, Brás de Véroli, Paramão

Evangelho (Lc 10,21-24) “Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes, e não puderam ver; quiseram ouvir o que ouvis, e não puderam ouvir.”

Não só profetas e reis dos hebreus ansiaram pelos tempos do Salvador prometido. Desde o começo da humanidade, uma infinidade de homens e mulheres procuraram o bem e a verdade, nas mais difíceis condições. Somos privilegiados, pois para nós a misericórdia de Deus mostrou-se em Jesus. Não procuramos a salvação no meio de trevas e incertezas. Não podemos fechar o coração.

Oração
Senhor Jesus, eu seria muito ingrato se reclamasse dos tempos em que vivo. Há males, sim, mas agora o mundo é muito melhor que antes. Hoje vos posso conhecer mais facilmente, vivo num mundo que já foi muito melhorado por vossa palavra. Tenho ao meu redor minha família e minha comunidade-igreja, que me amam, apoiam e ajudam. Bendito sejais porque vosso poder nos salvou. Amém.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

CASA DE OURO, VIDA DE CHUMBO

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Aquele industrial tinha uma casa que era um castelo, digno das “Mil e uma noites”. Suas duas filhas pareciam duas princesas. Viviam como em redoma de vidro, protegidas contra todo e qualquer contato com “gentinha da periferia”. Cada qual tinha duas criadas de quarto. Eram levadas para o colégio e trazidas em carro de luxo, conduzido por um motorista de libré. Certo dia, um padre foi convidado para jantar naquela família. Depois da rica refeição, uma das meninas, de aproximadamente 14 anos, foi desabafar-se com ele: 
- O senhor não pode imaginar como a minha vida vai se tornando intolerável. Não suporto mais tanto luxo. Estou ficando nervosa, estressada. Penso até em suicídio. 
E foi por aí a fora, descrevendo o excesso de cuidados que todos tinham por elas. Por outro lado, via meninas de sua idade vivendo na maior penúria e miséria. Eram contrastes chocantes. Muitas vezes, numa casa de ouro, vive-se uma vida de chumbo.
OUVINDO A PALAVRA Eis o fundamental para se viver: água, pão, roupa e casa, para resguardar a própria intimidade... (Eclo 29,21). 
FALANDO COM DEUS Senhor Jesus, tu nos ensinas: 
— Nasci nu — para você aprender a despojar-se. 
— Nasci pobre — para você aprender de mim a única riqueza. 
— Nasci numa estrebaria — para você ajudar os que não têm casa. 
— Nasci pequenino e fraco — para você não ter medo de mim. 
— Nasci por amor — para você praticar o bem sem interesse. 
— Nasci gente — para você não ter vergonha de ser você mesmo.— Nasci perseguido — para você não desanimar nas perseguições. 
— Nasci à noite — para tranqüilizar as suas noites. 
— Nasci na simplicidade — para você deixar de ser complicado.
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REFLETINDO A PALAVRA - “A Família se alarga”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Amor que acolhe
                        Em sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia – Alegria do Amor, o Papa Francisco reflete todas as questões que envolvem a família. Nos próximos números vai se dedicar à extensão que a família possui além de seu pequeno mundo. Toca em primeiro lugar, no caso das famílias que não têm filhos. Mesmo assim, o casamento não perde seu valor. A maternidade e paternidade se manifestam de outro modo. O casal sem filhos não é incompleto. Tem a possibilidade de fazer de seu matrimônio uma fonte de vida para os outros. Trata a seguir da adoção de filhos. É uma responsabilidade maravilhosa, mas por outro lado muito difícil. É uma grande oportunidade promover a vida. “Adotar é um ato de amor que oferece uma família a quem não tem... tornam-se assim, mediação do amor de Deus” (AL 179). “A escolha da adoção e do acolhimento expressa uma fecundidade particular da experiência conjugal” (AL 180). A leitura do Evangelho nos faz notar que a Família de Nazaré era muito alargada, onde encontra os parentes e amigos. “O casal que experimenta a força do amor, sabe que esse amor é chamado a sarar as feridas dos abandonados, estabelecendo a cultura do encontro e a luta pela justiça... e chegar a sentir cada ser humano como um irmão” (AL 183). O casal também fala de Jesus aos outros, transmite a fé, desperta o desejo de Deus e mostra a beleza do Evangelho e do estilo de vida que nos propõe (AL 184). Paulo nos convida a distinguir o Corpo do Senhor. Aqui está reclamando também a necessidade de reconhecer o Corpo do Senhor nos sofredores num exercício de fraternidade. A Eucaristia é fonte de vida espiritual e fraternidade para com todos.
Família no sentido amplo
            Entramos numa questão que vai contra a corrente. A família se dilui e se reduz ao pai, mãe e filho (a). Mas a fé cristã não está aí para fazer acordos, nem ceder os princípios fundamentais. Ela quer iluminar onde começam a surgir as trevas, frutos do pecado. Como a família se torna cada vez mais restrita, o Papa Francisco diz: “O núcleo familiar restrito não deveria isolar-se da família alargada, onde estão os pais, os tios, os primos e até os vizinhos”. Continua dizendo que há pessoas que necessitam de companhia, gestos de carinhos e ajuda. Os outros não são incômodos. Como o amor não é egoísta e fechado em si, o amor do casal transborda para a família alargada. É comum encontrarmos reunião de todos que têm sobrenome comum. Fizemos uma dessa para os netos de meu avô materno. Eram mais de 200 pessoas. Lembra ainda que a consciência de ser filho é muito rica. Recebemos o dom da vida. Há algo Divino e comporta até um mandamento. Aqui está o vínculo das gerações. O fato de deixar os pais para unir-se e fundar um novo lar não destrói a união, mas fortalece pela continuidade da vida (AL 188-190).
Muitos e um só corpo
            A comunidade da família se constitui também de idosos e irmãos. Os idosos são tesouros que necessitam muito trabalho para serem descobertos. Por isso, são facilmente descartados, abandonados e rejeitados. O carinho com eles é um investimento em nosso futuro. Foram heróis. Hoje podemos comprar tudo feito. Eles foram capazes de criar e levar adiante os filhos com poucas condições. Não podem ser descartados, muito menos pela Igreja. A história não começa conosco. Eles nos transmitem valores e fazem a passagem. A família que recorda é uma família de futuro (AL 193). Tive a felicidade de ter os pais por longos anos. Chegaram aos 75 anos de casados. Foram muito amados pelos filhos, netos e bisnetos. Foi uma bênção. Eles estarão sempre melhores quando nosso amor por eles for melhor.

EVANGELHO DO DIA 28 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo S. Mateus 8,5-11.
Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo: «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente». Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo». Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado. Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai!’ e ele vai; a outro ‘Vem!’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto!’ e ele faz».Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé. Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus.
Tradução litúrgica da Bíblia 
Comentário do dia: 
Beato Guerric de Igny (c. 1080-1157), abade cisterciense 
3.º sermão para o Advento 
Aproximou-se dele um centurião.
Ó verdadeira Israel, apronta-te para o encontro com o Senhor! Não te aprontes apenas para Lhe abrir a porta logo que Ele chegar e bater (Lc 12,36), mas vai ao seu encontro alegre e jubilosamente enquanto ainda está longe (Lc 14,32) e, tendo, por assim dizer, plena confiança no dia do julgamento (1Jo 4,17), clama com todo o coração que o seu Reino venha. [...] Que a tua boca possa cantar: «O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme!» (Sl 56,8) [...] 
E Tu, Senhor, vem ao meu encontro, pois estou diante de Ti! De facto, a despeito de todos os meus esforços, não poderei elevar-me à tua altura, a menos que, inclinando-Te, estendas a tua direita para a obra das tuas mãos. Vem pois ao meu encontro e vê se há em mim algum caminho de iniquidade (Jb 14,15); e se achares em mim um caminho de iniquidade que eu ignoro, afasta-o de mim e tem piedade de mim, conduz-me pela via eterna (Sl 124,8), quer dizer, por Cristo, pois Ele é a via por onde se caminha e a eternidade à qual se chega, via imaculada e morada bem-aventurada.

TIAGO DAS MARCAS Franciscano, Santo 1394-1476

Também conhecido como Giacomo della Marca. 
Nasceu em Monteblandone, Marca, em 1 de setembro de 1394 como Domingos. Tomou o hábito dos franciscanos com 22 anos em 1416. Ele tomou o nome de James e da província de onde veio, assim passou a se chamar Giacomo della Marca. Nos países latinos seu nome é Tiago della Marca. Antes de ser missionário por 50 anos ele foi educado com Sã Bernardino de Sena em Fiezole, perto de Florença, Itália e foi ordenado em 1423 com 29 anos. Ele tornou-se um notável pregador. Ele pregou por todos dias durante 40 anos e era sua vocação andar por toda a Europa e pregar o Cristianismo, sempre onde ele sentisse necessário. Ele tinha a paciência de um Beneditino para reconstruir todas as suas jornadas inclusive aquelas que fez com São João Capristano através da Itália ,Alemanha, Boémia, Polónia e Hungria. Esse franciscano cheio de incrível energia andava por todos os lados. Ele apareceu na Bósnia em 1432 onde o Rei Tuerko o recebeu de braços abertos Ali ele pregou contra a heresia dos Bogomils. Em 1436 Tiago estava na Boémia, Hungria e Áustria, fundando um mosteiro por mês. Em 1437 o Imperador Segismundo iniciou uma cruzada contra os turcos e Tiago foi junto. Em 1438 ele retornou a Itália, fez um sermão em Bolonha, atendeu a um Concilio em Ferrara e voltou para a Hungria. Tudo a pé ou no lombo de cavalos ou mulas. Em 1440 ele ficou doente em Chipre e, em um raro evento ele em 1444, ficou três dias descansando no mosteiro de Trasimene onde se encontrou com São João Capristrano e São Bernardino de Sena, que morreu no mês seguinte. Sucedendo São João Capristrano como Legado Papal em 1456 ele foi para a Áustria e Hungria para combater os Hussites. A ele foi oferecido o bispado de Milão mas ele recusou porque preferia continuar pegando. Em 1462 como resultado de um sermão em Brescia, no qual ele deu sua opinião teológica sobre o "Precioso Sangue de Cristo", ele tornou-se sujeito a uma inquisição local. O caso era controvertido e Tiago recusou-se a comparecer ante a Inquisição e recorreu a Roma. Um silencio sobre o assunto, foi imposto aos inquisidores Dominicanos e aos Franciscanos e nenhuma decisão foi jamais alcançada. E assim ele estava sempre indo de um lugar para o outro, sempre pregando e lutando uma boa causa até que em 28 de novembro de 1476 ele deixou Nápoles seguindo para o Céu em sua última jornada, onde temos razão para acreditar que o incansável franciscano ainda esteja. Ele era magro e só dormia 3 horas por noite e usava um hábito feito de pano grosso. Ele jejuava dia sim, dia não. No final o papa proibiu que ele jejuasse porque sua saúde era de interesse público. O bom senso do Papa Sixto IV foi notável para a época ao recomendar ao santo que cuidasse de sua saúde. Mas o bom frei comia apenas pão, feijão, alho e cebola. Dizia que o Espirito Santo o inspirava a grandes sermões com grande poder e ferocidade e com sucesso incrível, mesmo com o estômago vazio. E era verdade. Em Camerino, certa vez seu discurso quase fez com que a plateia queimasse seu adversário. Em Aquila, 40.000 pessoas aguardavam ele descer do púlpito para dar o que seria hoje uma espécie de autógrafo. Queriam que ele escrevesse o nome de Jesus em um pedaço de pergaminho. Para conseguir satisfazer a demanda, os frades do mosteiro produziam milhares desses pergaminhos e Tiago colocava sua mão neles abençoando a todos os pergaminhos. Diz a tradição que a sua benção curava várias doenças. Ele era também um grande pacificador. Nos turbulentos anos do 15° século, onde a paz parecia desaparecer por todos os cantos, ele conseguiu com seu dom especial, reconciliar lados opostos de franciscanos que tinha interpretações diferentes sobre o verdadeiro espirito do seu fundador, São Francisco de Assis, com o seu notável raciocínio teológico. Ele reconciliou católicos de todos os lados. Por exemplo: ele moderou a oposição aos Hussites da Hungria oferecendo no Concílio de Basle a prática das Comunhões em ambos os credos. Ele participou em 1438 do Concílio de Florença e da Reunião das Igrejas Orientais e Ocidentais. E acima de tudo ele reconciliou o homem com Deus, o que sem duvida é o melhor meio de reconciliar o homem com o homem. Em 1473 ele foi para Nápoles, onde veio a falecer em foi enterrado na Igreja de Santa Maria Nuova. Seu túmulo se tornou local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Papas e reis chamavam por ele, porque queriam ouvir a voz de Deus. Cada manhã ele pregava diferente porque, segundo ele, a noite havia respirado o Espirito Santo. Na arte litúrgica da Igreja, São Tiago della Marcha é representado com um cálice e uma serpente saindo do cálice, as vezes com um cálice e um véu, e outras vezes com um báculo e um lírio apontando para IHS. Ele é venerado em Ancona e é o padroeiro de Nápoles. Foi beatificado em 1624 pelo Papa Urbano VIII e canonizado em 1726 pelo Papa Benedito XIII.

CATARINA LABOURÉ Religiosa Lazarista, Vidente, Santa 1806-1876

A VIDENTE DA MEDALHA MILAGROSA

Por muitos anos ninguém soube como surgiu a Medalha Milagrosa. Apenas em 1876 tornou-se público que uma humilde religiosa, falecida naquele ano, é que recebera da Mãe de Deus a revelação dessa Medalha.
*****
Na pequena aldeia de Fain-les-Moutiers, na Borgonha, Catarina nasceu a 2 de maio de 1806, a nona dos onze filhos de Pedro e Luísa Labouré, honestos e religiosos agricultores.
Quando tinha apenas nove anos, Catarina perdeu a mãe. Após o funeral, a menina subiu numa cadeira em seu quarto, tirou uma imagem de Nossa Senhora da parede, osculou-a e pediu-lhe que Ela se dignasse substituir sua mãe falecida.
Três anos depois, sua irmã mais velha entrou para o convento das Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo. Couberam a Catarina, então com 12 anos, e à sua irmã Tonete, com 10, todas as responsabilidades domésticas. Foi nessa época que ela recebeu a Primeira Comunhão. A partir de então a menina passou a levantar-se todos os dias às quatro horas da manhã, para assistir à Missa e rezar na igreja da aldeia. Apesar dos inúmeros afazeres, não descuidava sua vida de piedade, encontrando sempre tempo para meditação, orações vocais e mortificações.
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES:

28 de novembro - O pregador das verdades eternas

São Tiago da Marca (1414-1476) Franciscano, levou vida muito austera, fazendo continuamente jejuns e penitências. Grande pregador das verdades eternas. Sua palavra obteve verdadeiros prodígios, conseguindo conversões que pareciam impossíveis.Depois de ter feito maravilhas nas regiões da Alemanha, dispunha-se a ir pregar aos próprios turcos, na esperança de receber assim a palma do martírio, mas o Papa o chamou a Roma, confiando-lhe o cargo de inquisidor-mor. Por defender sempre o que era direito, atraiu sobre si ódios e perseguições. Morreu com 90 anos, em Nápoles.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
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ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 28 DE NOVEMBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 

As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.

28 – Segunda-feira – Santos: José Pignatelli, Estêvão, o Moço

Evangelho (Mt 8,5-11) “– Senhor, meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia. Jesus respondeu: – Vou curá-lo.”

O romano deve ter ficado impressionado. Primeiro com a prontidão de Jesus que, sem perguntas nem demora, acolhe seu pedido. Depois, com o poder que Jesus diz ter. Não vai tentar, não vai pedir pelo doente; simplesmente diz que vai curá-lo. Isso é que nos leva a acreditar em Jesus, a reconhecer que ele é o enviado pelo Pai, o Deus que vive entre nós e pode salvar-nos. Ele nos basta.

Oração
Senhor Jesus, eu preciso muito de vós, porque somente vós me podeis ajudar, livrar-me do erro e da morte. Peço ajuda, cura e proteção. Ajudai minha fraqueza, curai minhas maldades, protegei-me de mim mesmo e das minhas ilusões. Confio em vosso poder e em vossa misericórdia divina. Conheceis meus trabalhos e minha lutas, minhas derrotas e minhas tristezas. Socorrei-me, Senhor. Amém.