Esta invocação está relacionada as aparições da Virgem a Santa Catarina Labouré, então noviça das Irmãs da Caridade, em Paris, França, no século XIX.
A primeira aparição aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, 19 de julho, quando a Madre Superiora de Catarina pregou às noviças sobre as virtudes de seu santo fundador, dando a cada uma um fragmento de sua sobrepeliz. Catarina então orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela mesma noite.
Indo ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito tempo foi despertada por uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia:
"Irmã Labouré, vem à capela. Santa Maria te aguarda".
Mas ela replicou:
"Seremos descobertas!"
A voz angélica respondeu:
"Não te preocupes, já é tarde, todos dormem... Vem, estou à tua espera".
Catarina então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e toda iluminada. Ajoelhou-se junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na cadeira da superiora, rodeada por um esplendor de luz. A voz continuou:
"A santíssima Maria deseja falar-te". Catarina adiantou-se e ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu regaço, e Maria lhe disse:
"Deus deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas, terás a graça de poder fazer todo o necessário. Conta tudo a teu confessor. Os tempos estão difíceis para a França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem. Terás a proteção de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti. Haverá muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue correrá".
Depois de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu. Guiada pelo anjo, Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.
Catarina continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade até o Advento. Em 27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina dirigiu-se à capela com as outras irmãs para as orações vespertinas. Erguendo seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem.
Eis como Santa Catarina Labouré conta o sublime contato com a Virgem Mãe:
No dia 27 de novembro, que era o sábado anterior ao primeiro domingo do Advento, no fim da tarde, estava eu fazendo a meditação em profundo silêncio quando me pareceu ouvir do lado direito da capela um rumor, como o roçar de uma roupa de seda. Ao dirigir o olhar para aquele lado, vi a Santíssima Virgem na altura do quadro de São José.
A sua estatura era mediana, e tal era a sua beleza, que me é impossível descrevê-la. Estava em pé, a sua roupa era de seda e de cor branca-aurora, feita, como se diz, “à la vierge”, isto é, bem fechada e com as mangas simples. Da cabeça descia um véu branco até os pés.
O rosto estava suficientemente descoberto, os pés se apoiavam sobre um globo, ou melhor, sobre metade de um globo, ou pelo menos eu vi somente a metade. Suas mãos, erguidas à altura da cintura, seguravam de modo natural um outro globo menor, que representava o universo. Ela tinha os olhos voltados para o céu, como se quisesse oferecer a Deus o universo inteiro e o seu rosto irradiava uma luz cada vez mais intensa. De repente, seus dedos se cobriram de anéis, ornados de pedras preciosas, uma mais bela do que a outra, algumas maiores, outras menores, e que emitiam raios luminosos.
Fez me compreender o quanto é doce invocar a Santíssima Virgem, o quanto Ela é generosa com as pessoas que a invocam, quantas graças Ela concede às pessoas que a procuram e que alegria Ela sente em concedê-las.
Naquele momento eu era e não era… Estava exultante. E então começou a se formar ao redor da Santíssima Virgem um quadro um tanto oval, sobre o qual, no alto, numa espécie de semicírculo, da mão direita para a esquerda de Maria se liam estas palavras, escritas com letras de ouro:
“Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Então ouvi uma voz que me disse:
“Mande cunhar uma medalha conforme este modelo; todas as pessoas que a carregarem, receberão grandes graças; leve-a principalmente no pescoço. As graças serão abundantes para as pessoas que a carregarem com confiança”.
No mesmo instante pareceu-me que o quadro virou e eu vi o reverso da medalha. Havia o monogramo de Maria, isto é, a letra “M” com uma cruz em cima e, como base dessa cruz, uma linha grossa, ou seja, a letra “I”, monograma de Jesus. Sob os dois monogramas haviam os Sagrados Corações de Jesus e de Maria, o primeiro rodeado por uma coroa de espinhos e o segundo transpassado por uma espada.
Entre as pedras preciosas havia algumas que não emitiam raios. Enquanto se espantava, Catarina ouviu a voz de Maria que dizia:
“As pedras preciosas das quais não saem raios são símbolo das graças que não me foram pedidas por esquecimento”.
Catarina perguntou como deveria proceder para que a sua ordem fosse cumprida. A Virgem disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o Padre Jean Marie Aladel.
De início o Padre Aladel não acreditou no que Catarina lhe contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação do proceder de Catarina, ele finalmente dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas mil medalhas, ocorrida em 20 de junho de 1832. Dois anos após as aparições, o pedido de Maria foi atendido e a Medalha foi cunhada. Uma das primeiras pessoas a recebê-la foi a Irmã Catarina, a qual, logo que a teve entre as mãos, a beijou várias vezes com afeto e disse:
“Agora é preciso difundi-la”.
Desde então a devoção a esta medalha, sob a invocação de Santa Maria da Medalha Milagrosa, não cessou de crescer. A Medalha, num certo sentido, se propagou por si. As graças e os milagres obtidos – seja em benefício das almas, seja em benefício dos corpos – foram tantos e tão evidentes que em pouco tempo a Medalha foi chamada de “milagrosa”.
Santa Catarina nunca divulgou as aparições, salvo pouco antes da morte, autorizada pela própria Mãe de Deus.
A invocação à Virgem das Graças
A medalha contém as palavras com que a Santa Mãe de Deus quis ser invocada:
"Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós".
Essa inscrição já sintetiza boa parte da mensagem que a Virgem Mãe revelou: a Imaculada Conceição, pela primeira vez objeto de revelação particular, em 1858 ratificada em Lourdes, e transformada em dogma pelo Papa Pio IX com a bula Ineffabilis Deus, e a mediação da Mãe de Deus junto ao seu Divino Filho. Usar essa invocação, portanto, significa acreditar que a Virgem das virgens é a Medianeira Imaculada.
Simbolismo da Medalha Milagrosa
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A serpente: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente. A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis:
"Porei inimizades entre ti e a mulher... Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar".
Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o "novo Adão", juntamente com Maria, a corredentora, a "nova Eva". É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.
· Os raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
· As 12 estrelas: Correspondem aos doze apóstolos e representam a Igreja. Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é saudada como "Estrela do Mar" na oração Ave, Stella Maris.
· O coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor.
· O coração transpassado por uma espada: É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor, sendo a nossa corredentora.
· O M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o Calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.
· O travessão e a Cruz: Simbolizam o Calvário. Para a doutrina católica, a Santa Missa é a perpetuação do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.
Santa Catarina Labouré |
http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/
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