quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Maria, a Imaculada”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Redenção de todos
 
Na preparação para a vinda do Senhor no Natal celebramos a Imaculada Conceição de Maria. Celebramos uma verdade da fé: Desde o primeiro instante, a Virgem Maria foi preservada de todo o mal porque seria a Mãe do Salvador: Rezamos: “Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para vosso Filho, pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo o pecado, em previsão dos méritos de Cristo” (Oração). A data de 8 de dezembro já é muito antiga. Já desde os séculos X e XI temos a celebração da festa. Por que somente em 8 de dezembro de 1854 foi proclamado dogma? Havia discussão sobre essa doutrina. O Papa Pio IX quis definir, isto é, dizer com segurança que Maria, desde o primeiro instante de sua existência, foi preservada do pecado original e de todo pecado. Essa doutrina coloca Maria como modelo do que a Redenção realizará em nós. Ela é o primeiro fruto bendito da Redenção. O pecado, provocado pela tentação de que foram vítimas Eva e Adão atinge toda a humanidade, não atingiu Maria por um dom especial de Deus. Ela foi preservada em vista dos méritos de Cristo. Quer dizer que a Redenção atingindo todos os tempos aconteceu em primeiro lugar em Maria. Deus não falhou no seu desígnio de salvação, pois nela, temos a certeza que todos podemos ser redimidos. Celebramos nesse dia não tanto um dom que Maria recebeu, mas a Graça generosa de Deus que nos salva. Maria está no coração da Redenção. Mostra que a Redenção está em seu pleno vigor e se estende a todos os tempos e a todas as pessoas. 
A cheia da Graça 
O Anjo diz que ela é repleta de toda a graça de Deus. Por Maria não estar sujeita ao mal, pode ser a Mãe do Filho de Deus. Mãe em todos os sentidos. Ela não gera Deus, mas Aquele que ela gera é o Filho de Deus. Tudo isso por obra do Espírito Santo, que é presença de Deus do qual ela concebe. “O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. O Filho que nascerá de Ti será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,31-32). Por isso, Imaculada, Virgem, é Mãe de Deus, pois seu Filho é Deus. A narrativa do pecado de Adão e Eva não quer mostrar como aconteceu, mas que o mal entrou no mundo por opção do homem e da mulher. Mas a graça de Deus vence no mundo por Jesus e por Maria que representa toda a humanidade que opta por Deus e pela graça. Deus fez prodígios. Maria reconhece: “Grandes coisas fez em mim o todo poderoso” (Lc 1,49). Não foi mérito seu ter recebido esse dom, mas ter colaborado com a Graça dizendo: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). 
Ser santos e irrepreensíveis 
Celebrar Maria Imaculada é celebrar também nossa vitória sobre o mal com a graça de Deus. É também um compromisso nosso para com Deus de por nosso esforço para acolher o dom de Deus, como Maria acolheu e Nele perseverou. O dom da graça, para o mal é um veneno. O diálogo com o mal levou Eva à desgraça. O diálogo com Deus nos dá a graça e nos introduz no Paraíso fechado pelo pecado dos primeiros pais. Nele temos o fruto bendito da Virgem Maria Imaculada, Jesus Cristo. Podemos tomar do fruto da árvore da Vida que é Jesus Cristo na Eucaristia. Rezamos na oração de ação de graças: “Que a comunhão na vossa Eucaristia, cure em nós as feridas do pecado original do qual Maria foi preservada de modo admirável ao ser concebida sem pecado”. Comungando somos curados. A certeza de nossa devoção a Maria é a busca de vencer todo o mal com sua poderosa intercessão.
ARTIGO PUBLICADO EM DEZEMBRO DE 2015

EVANGELHO DO DIA 20 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 8,27-33. 
Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?». Eles responderam: «Uns dizem João Batista; outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes então severamente que não falassem dele a ninguém. Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-lo. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Crisóstomo(345-407) 
Presbítero de Antioquia, 
bispo de Constantinopla, 
doutor da Igreja 
Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, n.° 54 
«Não compreendes as coisas de Deus, 
mas só as dos homens» 
Pedro considera os sofrimentos e a morte de Cristo de um ponto de vista puramente natural e humano, e esta morte parece-lhe indigna de Deus, vergonhosa para a sua glória. Cristo repreende-o e parece dizer-lhe: «Não, o sofrimento e a morte não são indignos de Mim. As ideias mundanas baralham e confundem a tua capacidade de ajuizar. Afasta essas ideias humanas; ouve as minhas palavras como expressão dos desígnios de meu Pai e compreenderás que esta morte é a única que convém à minha glória. Julgas que é uma vergonha para Mim sofrer? Pois quero que saibas que é vontade do diabo que Eu não cumpra assim o plano da salvação». Que ninguém se envergonhe dos sinais da nossa salvação, que são tão dignos de veneração e de adoração: a cruz de Cristo é a fonte de todos os bens, é através dela que vivemos, que somos regenerados e salvos. Carreguemos a cruz como uma coroa de glória. Ela põe a sua marca em tudo o que nos conduz à salvação: quando somos regenerados pelas águas do batismo, a cruz lá está; quando nos aproximamos do altar para receber o corpo e o sangue do Salvador, lá está; quando impomos as mãos sobre os eleitos do Senhor, lá está. O que quer que façamos, ela aparece, como sinal de vitória para nós. É por isso que a pomos em nossas casas, nas nossas paredes, nas nossas portas; que fazemos esse sinal na testa e no peito; que a trazemos no coração: porque ela é o símbolo da nossa redenção e da nossa libertação, e da misericórdia infinita de Nosso Senhor.

São Zenóbio Sacerdote e mártir - Festa: 20 de fevereiro

Zenóbio, sacerdote da Igreja de Sidon, é comemorado no 'Martirológio Romano' em 20 de fevereiro em uma única celebração junto com os bispos e mártires Tiranião, Silvano, Peleu e Nilo, todos da Fenícia. Eles sofreram o martírio durante a perseguição de Diocleciano, mas em diferentes épocas e lugares: Silvano, bispo, foi alimentado com animais selvagens em Emesa, Tiranião, bispo de Tiro, foi jogado no rio Orontes em Antioquia e transportado para o mar, e Zenóbio, um padre e médico famoso, morreu enquanto seus quadris foram despojados de sua carne. 
Etimologia: Zenóbio = poder de Júpiter, do grego 
Emblema: Palma 
Martirológio Romano: Comemoração dos cinco bem-aventurados mártires que, sob o imperador Diocleciano, foram mortos em Tiro, na Fenícia, hoje no Líbano: primeiro dilacerados por todo o corpo com açoites, depois despidos e colocados na arena e expostos a animais de vários tipos, eles mostraram em seus corpos juvenis uma constância firme e imóvel; um deles em particular, nem mesmo vinte anos, não constrangido por correntes, abriu os braços em forma de cruz, dirigiu orações a Deus; todos, a princípio intocados pelas feras, embora instigados, foram finalmente perfurados pela espada.

São Francisco Marto vidente de Fátima, +1919

São Francisco Marto, vidente de Fátima Francisco, nascido numa povoação chamada Aljustrel, pertencente à paróquia de Fátima, em Portugal, no dia 11 de Junho de 1908, era filho de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus Marto, modestos agricultores e bons cristãos; no dia 20 do mesmo mês, recebido o baptismo, tornou-se membro do povo da nova aliança. De carácter dócil e condescendente, recebeu com fruto a boa educação que os pais lhe deram. Em casa, começou a conhecer e a amar a Deus, a rezar, a participar nas sagradas funções paroquiais, a ajudar o próximo necessitado, a ser sincero, justo, obediente e diligente. Viveu em paz com todos, quer adultos quer da mesma idade. Não se irritava quando o contrariavam e nos jogos não encontrava dificuldades em se adequar à vontade dos outros. Era sensível à beleza da natureza, que contemplava com sensibilidade e admiração; deleitava-se com a solidão dos montes e ficava extasiado perante o nascer e pôr do sol. Chamava ao sol «candeia de Nosso Senhor» e enchia-se de alegria ao aparecerem as estrelas que designava «candeias dos Anjos».

20 de fevereiro - Beata Júlia Rodzinska

No dia 13 de junho de 1999, João Paulo II beatificou em Varsóvia, durante sua sétima viagem apostólica a Polônia, 108 mártires vítimas da perseguição contra a Igreja polonesa durante a ocupação alemã nazista de 1939 a 1945. O ódio racial forjado pelo nazismo provocou mais de cinco milhões de vítimas entre a população civil polonesa, muitos deles eram religiosos, sacerdotes, bispos e leigos católicos. Compilando informações e testemunhos foi possível abrir vários processos de beatificação. O primeiro foi aberto pelo bispo de Wloclawek, onde um grande número de vítimas padeceu o martírio. A este processo confluíram outros e o número de Servos de Deus, que inicialmente era de 92, paulatinamente chegou a 108. Dentre estes nomes se destaca no dia de hoje o da religiosa professa dominicana Maria Júlia Rodzinska, que nasceu em 16 de março de 1899 em Nawojowa, Malopolskie, Polônia e que na pia batismal recebeu o nome de Estanislava Maria José. Ela cresceu em um ambiente familiar muito religioso, seus pais eram ativos na paróquia, colaborando nas missas e no coral. Com oito anos de idade perde sua mãe e seu pai morre quando ela completa dez anos. Ficando órfã, ela e sua irmã foram acolhidas pelas irmãs dominicanas. Iingressou na Ordem Dominicana no ano de 1916 e realizou sua profissão solene em 5 de agosto de 1924. Durante vinte e dois anos desempenhou o papel de educadora, sendo muito próxima de seus alunos, seja como babá do orfanato ou como professora de música, bordado e outras disciplinas. Ficando então conhecida como a “mãe dos órfãos”, além disto, era também chamada “a apóstola do Rosário”.

20 de fevereiro - São Leão de Catânia

 São Leão viveu entre os anos 720 e 789. Era natural da região de Ravena, na Itália. Seus pais buscavam lhe dar uma educação enciclopédica, em que fosse possível conciliar vários conhecimentos. Acreditavam que tanto a criança quanto sua educação só eram frutuosas se estivessem baseadas no que a Palavra de Deus dizia: “Criem vossos filhos, educando-os e aconselhando-os segundo os preceitos de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Assim Leão foi educado. Estudou ciências com esmero e dedicação e nelas sempre se destacava. Sua formação cristã o ajudou a conservar sua humildade, protegendo-o da vaidade e do orgulho. Tinha forte desejo de servir a Deus e a Igreja, decidindo-se, por isso ser ordenado sacerdote.Serviu a Igreja nos três graus do sacerdócio, e em cada etapa cumpriu perfeitamente suas obrigações religiosas. Suas preciosas virtudes o elevaram ao grau do episcopado, tornando-se bispo de Catânia. Em seu apostolado como bispo, trabalhou incansavelmente, ensinando e preocupando-se não só com as almas, mas acolhendo e alimentando os órfãos.Deus lhe deu a graças de operar milagres. Deixou serenamente este mundo e seu santo corpo foi sepultado na Igreja de Santa Lúcia que foi ele havia edificado.

COISAS DE SANTOS: 20 de fevereiro - São Leão de Catânia


São Serapião Mártir Festa: 20 de fevereiro

Martirizado em Alexandria. 
Deslocaram-lhe os membros e 
depois foi atirado duma janela.
Alexandria, Egito, século III. 
Nascido no século III d.C., Serapião era um cristão de Alexandria, no Egito, que, durante a perseguição de Décio, foi submetido a torturas cruéis. De acordo com o Martirológio Romano, Serapião foi primeiro submetido a tortura que quebrou todas as articulações de seus membros. Então, ele foi jogado dos andares superiores de sua casa. 
Martirológio Romano: Em Alexandria, Egito, comemoração de São Serapião, mártir, que, sob o imperador Décio, foi submetido a torturas tão cruéis, que primeiro todas as articulações de seus membros foram quebradas e depois ele foi jogado dos andares superiores de sua casa. 
Em 20 de fevereiro, a Igreja celebra a memória de São Serapião, mártir alexandrino que sofreu o martírio sob o imperador Décio, no século III. Serapião era um jovem cristão que morava em Alexandria, Egito. Durante a perseguição de Décio, ele foi preso e levado perante o juiz. O juiz insistiu com ele para abjurar a fé cristã, mas Serapião recusou firmemente. O juiz então o submeteu a torturas cruéis. Todas as juntas de seus membros foram quebradas e então ele foi jogado dos andares superiores de sua casa. Serapião morreu pouco depois, nunca negando sua fé. 
ORAÇÃO Ó São Serapião, mártir da fé, que deste testemunho de Cristo com coragem e firmeza, interceda por nós junto do Senhor. Ajudai-nos a viver a nossa fé com alegria e determinação, mesmo nas dificuldades. Obtende-nos do Senhor a força para nunca negar a nossa fé, mas para a testemunhar sempre com coragem e amor. Amém. 
Autor: Franco Dieghi

Santo Eleutério de Tournai

Bispo de Constantinopla. 
Martirizado pelos adversários
 que combatia heroicamente.
Eleutério – cujo nome significa Libertador – nasceu no ano de 456 na cidade de Tournai, França. São Gregório de Tours, que foi um dos primeiros historiadores da Igreja da França, narrou que na infância enquanto Eleutério brincava com os amiguinhos, um deles lhe disse que iria chegar a ser um bispo. Não foi um aviso profético. Certamente foi um gracejo maldoso, pois na sua época, as responsabilidades desta função geralmente incluíam ameaças de morte. Ele viveu num período conturbado da história da França, que ainda estava sendo evangelizada, e sentia o domínio dos povos do norte europeu. Foi alvo de sucessivas invasões, ora dos visigodos ora dos burgundis, ainda pagãos, que só obedeciam à força militar, identificada na pessoa do rei ou dos generais. Assim, tornou-se, em parte, um território dos Francos, cujo rei era Clodoveo, também pagão. Eleutério seguiu a carreira eclesiástica, desenvolvendo sua ação pastoral neste campo. Chegou de fato a ser eleito bispo, o primeiro da diocese de Tournai, da qual foi o desbravador, que com imenso sacrifício, mas vencendo as dificuldades, fixou as bases para a futura grandeza daquela diocese. Somou-se ao incessante esforço da Igreja da França pela conversão dos povos recém-migrados, começando com o rei Clodoveo e a rainha Clotilde, que ele conseguiu converter com ajuda do amigo, também santo, bispo Remígio, de Reims.

Euquério de Orleans Bispo, Santo † 738

Monge em Jumières (França) 
e depois Bispo de Orleães. 
Foi exilado em Colónia e depois em Liège, 
por causa de calúnias. 
Morreu em Saint-Trond (Bélgica).
A França foi a terra deste grande Santo, que nasceu de pais virtuosíssimos, que deram ao filho uma educação esmerada, sobre a base de princípios cristãos. Antes de dar à luz o menino, a mãe já o dedicara a Deus. De boa inteligência, Euquério ocupou sempre um dos primeiros lugares entre os condiscípulos. Cedo se acostumou a ler um ou outro trecho da Escritura. Certa vez leu as palavras de S. Paulo (I. Cor. 7, 29, 31.) “O tempo é breve! O que resta é que, não só os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem, mas também os que choram, como se não chorassem; e os que usam deste mundo, como se dele não usassem; porque a figura deste mundo passa”. Impressionado e iluminado por estas palavras, conheceu a vaidade do mundo e resolveu dizer-lhe adeus, entrando numa ordem religiosa. Fez-se religioso no convento de Jumièges, na diocese de Rouen. Chegou a um grau tão alto de virtude e santidade que foi eleito sucessor do Bispo, quando este, seu tio do lado paterno, morreu. Prevendo, porém, os eleitores que recusaria aceitar esta dignidade, mandaram uma comissão a Carlos Martelo, com o pedido de aprovar e continuar a eleição.

Beata Amata (de Qur'an) de Assis Religiosa - Festa: 20 de fevereiro

Sobrinha de Santa Clara. 
Religiosa clarissa em Assis.
(†)Assis, 1254
Sobrinha de Santa Clara, Amata nasceu em Assis no final dos anos 1200, destinada a se casar com um nobre da cidade. Orgulhosa de sua beleza, ela levou uma vida frívola, até que visitou sua tia e foi iluminada pela pobreza humilde e serena dos damianitas. Ele mudou ideais, renunciou ao casamento e em 1213 entrou no mosteiro de São Damião. A pureza de vida e o amor fervoroso por Cristo fizeram dela uma das filhas mais eminentes de Santa Clara, que a curou da hidropisia com um simples sinal da cruz. Presente na morte da santa, a pergunta foi feita a ela: "Você vê, filha, o rei da glória que eu vejo?"

Jacinta de Jesus Marto Virgem, vidente de Fátima, Beata 1910-1920

A mais jovem dos videntes de Fátima. 
Beatificada a 13 de Maio de 2000.
Jacinta de Jesus Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, a 11 de março de 1910. Foi baptizada uma semana depois. Á ela junto com o irmão Francisco e a prima Lúcia, três simples crianças pastoras analfabetas, foi dada a graça de presenciar as aparições de Nossa Senhora, na sua pequenina aldeia. Além das cinco aparições da Cova da Iria e uma dos Valinhos, Nossa Senhora apareceu à Jacinta mais quatro vezes em casa durante a doença, uma grave pneumonia que a acometeu junta-mente com seu irmão Francisco. Nessa primeira aparição, quando ambos já estavam acamados, assim descreve a pequenina: "Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito em breve. E a mim perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-lhe que sim". De fato, logo de-pois Francisco morreu santamente. Nessa ocasião, ao aproximar-se o momento da partida de Francisco, Jacinta recomenda-lhe: "Leve muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter os pecadores". Jacinta ficara tão impressionada com a visão do inferno durante uma das aparições da Virgem em Fátima, ocorrida em 13 de julho de 1917, que nenhuma mortificação e penitência era demais para salvar os pecadores. A vida da pequena Jacinta foi caracterizada por esse extremo espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria, ao Santo Padre e aos pecadores. Sempre levada pela preocupação da salvação dos pecadores e do desagravo ao Coração Imaculado de Maria, de tudo oferecia um sacrifício a Deus, dizendo sempre a oração que Nossa Senhora lhes ensinara: "Ò Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".

Santos Jacinta e Francisco Marto, mensageiros de Na. Sra. de Fátima – 20 de fevereiro

Rezem, rezem muito e façam sacrifícios pelos pecadores, pois muitas almas vão ao inferno porque não há quem se sacrifique e peça por elas”, foi o que pediu a Virgem de Fátima a Lúcia, Francisco e Jacinta. E, neste dia 20 de fevereiro, a Igreja recorda a memória de dois desses videntes, os Santos Francisco e Jacinta.
     Francisco nasceu em 1908 e Jacinta, dois anos depois. Desde pequenos aprenderam a tomar cuidado com as más companhias e, por isso, preferiam estar com sua prima Lúcia, que lhes falava sobre Jesus. Os três cuidavam das ovelhas, brincavam e rezavam juntos.
     De 13 de maio a 13 de outubro de 1917, a Virgem lhes apareceu em várias ocasiões na Cova de Iria (Portugal). As três crianças suportaram com valentia as calúnias, injúrias, más interpretações, perseguições e a prisão. Eles diziam: “Se nos matarem, não importa, vamos ao céu”.
Logo depois das aparições, as crianças seguiram sua vida normal. Lúcia foi para a escola, tal como pediu a Virgem, e era acompanhada por Jacinta e Francisco. No caminho, passavam pela Igreja e saudavam Jesus Eucarístico.
     Francisco, sabendo que não viveria muito tempo, dizia a Lúcia: “Vão vocês ao colégio, eu ficarei aqui com o Jesus Escondido”. À saída do colégio, as meninas o encontravam o mais perto possível do Tabernáculo e em recolhimento.

ORAÇÕES - 20 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
20 – Quinta-feira – Santos: Eleutério, Zenóbio, Leão de Catânia, Nilo
Evangelho (Mc 8,27-33) E começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos... devia ser morto, e ressuscitar.”
Nos evangelhos vemos como havia muitas opiniões sobre Jesus. Era compreendido ou malinterpretado, acolhido ou rejeitado, odiado ou amado. Jesus quis que seus seguidores mais próximos se definissem. Pedro, em nome de todos, reconheceu-o como o salvador esperado. Jesus disse-lhes que não seria salvador como esperavam, poderoso, dominador, glorioso. Tudo seria muito diferente.
Oração
Senhor Jesus, minha reação seria como a de Pedro.Imagino o torvelinho na cabeça de todos, a dúvida, o esforço para continuar confiando em vós, aindasem compreender por onde Deus os levava.Eu também preciso de vossa ajuda, muita ajuda, para continuar acreditando em vós quando não veja claro o que quereis. Senhor, apesar de tudo, agarro-me a vós, segurai-me bem firme. Amém.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Verão a salvação de Deus”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Conversão remove montanhas
 
Estamos ainda no clima da Vinda de Cristo no final dos tempos, como lemos no prefácio. Mas já rezamos também a vinda de Cristo para o anúncio do Reino. Assim nos preparamos para sua vinda na carne, no Natal: “Revestido de nossa fragilidade, Ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, Ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que vigilantes esperamos”. Para anunciar a Vinda Gloriosa temos João Batista, profeta-sacerdote. O texto é grandioso e coloca sua mensagem num tempo bem determinado da história. Está quase a dizer: esses não resolveram o mundo. Deus resolverá. João está no deserto, onde ouve a Palavra de Deus. É um homem fiel a Deus. Ali se mostra a fidelidade ao Senhor. Foi no deserto que Deus falou a seu povo. Ali mostrou sua fidelidade e cobrou fidelidade. Distante da cidade está longe das infidelidades que se praticam. João prega o batismo de conversão para o perdão dos pecados (Lc 3,3). Para ele, que significa pecado? Significa fechamento nos egoísmos que não abrem caminhos para Aquele Que Vem. Sua pregação mostra simbolicamente onde atuará a conversão: sua palavra gira em torno do caminho: endireitar as veredas, pois os caminhos tortuosos levam ao mal; abaixar as montanhas do orgulho e da prepotência e aterrar os vales das ausências da obediência a Deus. Assim todas as pessoas verão a salvação de Deus (6). Tudo para que chegue a salvação de Deus. Esta será cantada pelo ancião Simeão que tomou o Menino nos braços e disse: “Agora, Senhor, podeis deixar ir em paz o vosso servo porque meus olhos viram a salvação” (Lc 2,29-32). João prepara o caminho para que essa salvação chegue a todo Israel e, por meio dele, a todos os povos. 
Maravilhas fez o Senhor 
O salmo nos mostra as maravilhas que Deus realizou na libertação do povo no cativeiro. Realizou e continuará realizando. Nas dificuldades podemos clamar: “Mudai, ó Senhor, nossa sorte, como torrentes no deserto. Os que lançam a semente entre lágrimas, ceifarão com alegria” (Salmo 125). Em cada Eucaristia fazemos memória do Mistério Pascal de Cristo. Fazemos memória para que os mistérios de Cristo se realizem entre nós. Mas fazemos memória também a Deus como que lembrando a Ele para que renove novamente para nós as maravilhas que realizou a um tempo. “Lembrai-Vos das maravilhas que realizastes outrora”. Cada Eucaristia é uma ação de graças por tudo o que fez por nós. João é a expressão mais forte do Antigo Testamento que mostra o Deus que age por seu povo. 
Deus leva à perfeição 
Deus nos conduz à perfeição por sua misericórdia e nos deixa à responsabilidade fazer opções coerentes. Contamos com a misericórdia de Deus para “que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro de vosso Filho” (Oração). “E aprendamos a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos” (Pós-Comunhão). Deus nos salva, mas quer que tenhamos coragem de abaixar as montanhas e encher os vales de nosso coração. João Batista é muito necessário para nos preparar para a vinda do Senhor. Paulo nos assegura: “Tenho certeza de que Aquele que começou em vós uma boa obra, há de levá-la à perfeição no dia de Cristo Jesus” (Fl 4,6). 
Leituras: Baruc 5,1-9; Salmo 125; 
Filipenses 1,4-6.8-11; Lucas 3,1-6 
1. Estamos no clima das três vindas de Cristo. João Batista, num clima de solenidade, anuncia a vinda gloriosa Daquele que Vem. Os grandes não resolveram, Deus resolverá. João está no deserto onde Deus é fiel. Esta longe das infidelidades. Prega o batismo para a conversão. Vai ajeitar os caminhos. 
2. O Salmo nos mostra que Deus realizou maravilhas e continua realizando. Fazemos memória na Eucaristia e pedimos que Deus renove as maravilhas de outrora. Fazemos ação de graças. 
3. Deus nos conduz à perfeição por sua misericórdia e nos deixa a responsabilidade de sermos coerentes. Aprendamos a julgar os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos. Deus nos conduzirá à perfeição. 
O homem que era arado 
Quando morei na África, Ir. Paulo, religioso negro, contou-me que teve alguém da Igreja africana que o fazia a puxar arado junto com o animal. Triste pensar que isso aconteceu. Temos também caso de um homem trator que arou as terras de Deus, preparando os caminhos para a vinda do Senhor. A narrativa do início da pregação de João Batista se reveste de solenidade. Entre as personalidades do tempo está o João, o homem arado. João se coloca como sendo ele o citado na profecia de Isaias para preparar os caminhos para o Senhor. Clama no deserto, pregando a conversão dos pecados. Essa pregação é preparação para a vinda do Messias. Conversão é endireitar os caminhos, abaixar as montanhas do mal que amontoamos e nivelar os vales do mal que temos dentro de nós. Assim poderemos ver a salvação que vem de Deus. Hoje temos tantos meios para nivelar as montanhas, encher os vales, fazer as estradas por melhores lugares. São maravilhosas. Mas, o coração não encontra um trator capaz de nos ajeitar para a vinda de Deus. Por isso a conversão é necessária. Só ela que pode nos preparar para a vinda do Messias no Natal e no fim dos tempos. A conversão é o trator que Deus usa para prepararmos os caminhos do Senhor. 
Homilia do 2º Domingo do Advento (06.12.2015)

EVANGELHO DO DIA 19 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 8,22-26. 
Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram a Betsaida. Trouxeram-Lhe então um cego, suplicando-Lhe que o tocasse. Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da localidade. Depois deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?». Ele abriu os olhos e disse: «Vejo as pessoas, que parecem árvores a andar». Em seguida, Jesus impôs-lhe novamente as mãos sobre os olhos e ele começou a ver bem: ficou restabelecido e via tudo claramente. Então Jesus mandou-o para casa e disse-lhe: «Não entres sequer na povoação». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Teófilo de Antioquia
Bispo(186) 
Primeiro discurso a Autólico 
«Bem-aventurados os puros de coração, 
porque verão a Deus» (Mt 5,8) 
O homem deve ter uma alma pura, qual espelho bem polido. Quando o espelho começa a ter ferrugem, deixamos de poder ver nele o reflexo do nosso rosto. Assim também, quando há pecado no coração do homem, deixa de lhe ser possível ver Deus. Mas, se quiseres, podes ser curado. Confia-te ao médico; Ele abrirá os olhos da tua alma e do teu coração. Quem é o médico? É Deus, que cura e vivifica pelo Verbo e pela sabedoria. Foi pelo seu Verbo e pela sua sabedoria que Deus criou o Universo. « A palavra do Senhor criou os céus, o sopro da sua boca os adornou» (Sl 33,6). A sua sabedoria é omnipotente: «O Senhor fundou a terra com sabedoria e ordenou os céus com inteligência» (Pr 3,19). Se isto souberes, ó homem, e se levares uma vida pura, santa e justa, poderás ver a Deus. Se a fé e o temor de Deus tomarem lugar no teu coração, compreendê-lo-ás. Quando tiveres abandonado a condição mortal e revestido a incorruptibilidade, então serás digno de ver a Deus. Porque Deus terá ressuscitado a tua carne, tornada imortal como a tua alma. E então, tornado imortal, verás o Imortal, desde que agora deposites nele a tua fé.

19 de fevereiro - Beato Álvaro de Córdoba

O Beato Álvaro de Córdoba, é um frade dominicano do século XIV que promoveu a reforma religiosa ao fundar o Convento de Scala Coeli em Córdoba. Nesse local, ele estabeleceu a primeira "Via Crucis" localizada conhecida. Álvaro nasceu em Zamora e em 1368 e entrou na Ordem dos Pregadores. Formado em Salamanca, ele estava inicialmente destinado a ensinar as Escrituras Sagradas, mas suas habilidades extraordinárias foram reveladas quando a obediência lhe confiou o ministério da pregação. Ele foi por muitos anos professor em San Pablo de Valladolid e depois professor de teologia de Salamanca e confessor do rei Juan II de Castela. Depois de uma peregrinação à Terra Santa e à Itália (1418-1420) para aprender sobre a reforma da Ordem realizada pelo Beato Raymond de Cápua, iniciou o mesmo trabalho de reforma na Espanha, fundando o convento de Scala Coeli (Córdoba), berço da reforma. Ansioso para viver uma existência em solidão e perfeição, onde temperar o espírito por um apostolado mais lucrativo, com o favor do rei Juan II de Castela, ele foi capaz de fundar as famosas e observadoras três milhas de Córdoba, onde havia vários oratórios que reproduziam o “caminho doloroso”, venerado por ele em Jerusalém. Essa representação sagrada foi imitada em outros conventos, dando origem à bela devoção da "Via Crucis", muito apreciada na piedade cristã. A devoção popular o chamou de santo. Ele morreu em 19 de fevereiro por volta do ano de 1430 e seu corpo é venerado no convento de Scala Coeli. Seu culto foi confirmado em 22 de setembro de 1741.

19 de fevereiro - Beata Isabel Picenardi de Mântua

Em Mântua, na Lombardia, venera-se a beata Isabel Picenardi, uma virgem que, tendo usado o hábito da Ordem dos Servos de Maria, consagrou-se a Deus na casa de seu pai, recebendo frequentemente a comunhão eucarística, dedicando-se à celebração da Liturgia das Horas, à meditação das Sagradas Escrituras e à devoção à Santíssima Virgem . Ela provavelmente nasceu em Cremona, seu pai era um cavalheiro a serviço da família reinante dos Gonzagas e, assim, eles foram morar em Mântua. Isabel foi educada nesta cidade e viveu perto da Igreja de São Barnabé, que era então governada pelos Servos de Maria da Congregação da Observância, motivo de frequente encontros com os frades desta Ordem; esta circunstância não deixaria de influenciar a formação espiritual da jovem Isabel. Seu pai queria casa-la, mas ela recusou-se e afirmou que queria se consagrar-se a Deus. Após a morte de sua mãe, entrou como terciária dos Servos de Maria (mantelata). Primeiro Isabel morava na casa paterna à maneira de uma freira; então, quando seu pai morreu, ela foi morar com sua irmã Orsina, casada com o aristocrata Bartolomé de Gorno. Lá, em uma sala isolada, ela passou o resto de sua vida, não muito longe da Igreja dos Servos. A fama de sua santidade se espalhou, o povo vinha até ela para consultá-la, porque a consideravam um oráculo divino; e porque muitas vezes recebia favores celestiais para seus concidadãos através da intercessão de Nossa Senhora, Isabel recebeu o nome de "Confidente da Mãe de Deus".

19 de fevereiro - Beato John Sullivan

O sacerdote jesuíta John Sullivan é um exemplo de uma vida virtuosa dedicada à pobreza e à obediência, convidando todos a conversão para o bem. 
Cardeal Angelo Amato 
John Sullivan nasceu em 8 de maio de 1861 em uma família proeminente. Edward, seu pai de fé protestante, era um advogado brilhante que mais tarde se tornaria Lord Chanceler da Irlanda. Sua mãe, Elizabeth Bailey, uma católica, fazia parte de uma família de proprietários de terras. Como era costume do tempo, os meninos da família foram batizadas na fé protestante do pai e as meninas foram batizadas como católicas. Em 1872, John foi enviado para a Portora Royal Scholl, em Enniskillen, Irlanda do Norte. O excelente aluno então frequentou o Trinity College, em Dublin, onde estudou os clássicos. Finalmente ele estudou direito e por um tempo ele praticou como advogado. Edward Sullivan morreu de repente em 1885. O que John recebeu como herança lhe deu independência financeira. Ele gostava de se vestir bem e chegou a ser considerado o homem mais bem vestido em Dublin. Durante este período, fez longas jornadas pela Europa, especialmente fazendo passeios a pé pela Macedônia, Grécia e Ásia Menor. Passou vários meses em um dos mosteiros ortodoxos do Monte Athos, até mesmo contemplando a ideia de entrar lá como um monge. Para a surpresa de sua família, John Sullivan foi convertido na Igreja Católica em 1896. Sua decisão de ser católica levou-o a mudar seu estilo de vida, como despojar seu quarto de qualquer coisa que pudesse ser considerada um luxo.

19 de fevereiro - Beato José Zaplata

Precisamente hoje estamos a celebrar a vitória daqueles que, no nosso tempo, deram a vida por Cristo, deram a vida temporal para possuí-la pelos séculos na sua glória. Trata-se de uma vitória particular, porque é compartilhada pelos representantes do clero e dos leigos, jovens e idosos, pessoas de várias classes e posições. Entre eles estão D. Antoni Julian Nowowiejski, Pastor da Diocese de Plock, torturado até à morte em Dzialdowo; e D. Wladyslaw Goral de Lublim, torturado com particular ódio somente porque era Bispo católico. Há sacerdotes diocesanos e religiosos, que morreram porque não quiseram abandonar o seu ministério, e aqueles que morreram servindo os companheiros de prisão, doentes de tifo; há pessoas que foram torturadas até à morte pela defesa dos judeus. No grupo dos Beatos existem irmãos religiosos e irmãs, que perseveraram no serviço da caridade e na oferta dos seus tormentos pelo próximo. Entre estes Beatos mártires contam-se também leigos. Há cinco leigos jovens, formados no oratório salesiano; um ativista zeloso da Ação Católica, um catequista leigo, torturado até à morte pelo seu serviço, e uma mulher heroica que deu livremente a sua vida em permuta daquela da sua nora, que esperava um filho. Hoje estes Beatos mártires são inscritos na história da santidade do Povo de Deus, peregrinante em terra polaca há mais de mil anos. Se hoje nos alegramos pela beatificação de 108 Mártires clérigos e leigos, fazemo-lo antes de mais porque eles são o testemunho da vitória de Cristo, o dom que restitui a esperança. Enquanto realizamos este ato solene, num certo sentido revive em nós a certeza de que, independentemente das circunstâncias, podemos obter a vitória plena em tudo, graças Àquele que nos amou.

Santa Lucia Yi Zhenmei

O Cristianismo foi anunciado na China do século V ao inicio do século VII, quando foi ereta a primeira igreja. Graças ao profundo espírito de religiosidade dos chineses, o Cristianismo floresceu naquele imenso país. No século XIII constituiu-se a primeira missão católica com sede episcopal em Belfin. 
A partir do século XVI, quando a comunicação entre o Oriente e o Ocidente passara a ser mais freqüente, a Igreja Católica pretendeu intensificar a evangelização e enviou vários missionários escolhidos com cuidado, entre os quais o jesuíta Mateus Ricci, para instaurar relações religiosas e também sociais e científicas.
Em 1591, o excelente trabalho destes pioneiros levou o imperador “filho do céu” K'ang Hsi a assinar o primeiro decreto de liberdade religiosa, que permitia aos súditos aderirem ao Cristianismo. Os missionários podiam pregar por toda parte, alcançando milhares de conversões e chineses batizados.
Mas, a partir da primeira década do século XVII as coisas mudaram. A penosa questão dos “ritos chineses” irritou o imperador e a forte influência do vizinho Japão, hostil ao Cristianismo, deram margem às perseguições que aberta ou veladamente, em sucessivas ondas até a metade do século XIX, resultaram na morte de muitos missionários e de inúmeros fieis leigos chineses, e a destruição de várias igrejas.

Gabino da Dalmácia Presbítero, Mártir, Santo † 296

Sacerdote romano, que dizem parente de Dioclesiano. 
Era irmão do Papa Caio, foi senador e pai de Santa Suzana.
Gabino nasceu na Dalmácia, actual Bósnia , numa família da nobreza romana cristã, radicada naquele território. Na idade adulta, ele foi viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se casou. Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre. Transformou sua casa numa igreja, consagrou a jovem filha Suzana, à Cristo, e a educou com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e executando a santa missa, enfim fortificando a Igreja neste período de trégua das perseguições. Segundo os registros encontrados, Gabino e os familiares, eram aparentados do imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou ter a filha de Gabino como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um emissário para convencer a jovem, que não cedeu, decidida a se manter fiel à Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio Caio, que fora eleito papa, em 283. O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido as tensões que circundavam o Império Romano em crescente decadência. Decretou a perseguição mais severa registrada na História do Cristianismo, apontado como causador de todos os males. O parentesco com o soberano de nada serviu, pois o final foi trágico para todos. Quando começou esta perseguição, verificamos pelos registros encontrados que o padre Gabino, não mediu esforços para consolar e amparar os cristãos escondidos.

Beato Bonifácio de Lausanne Bispo Festa: 19 de fevereiro

Belga. Bispo de Losana, preferiu demitir-se 
e viver na clausura, em La Cambre. 
Beneficiou de aparições da Virgem Maria. 
(*)Bruxelas, 1180/1181
(+)La Chambre, 19 de fevereiro de 1260 Médico e Bispo Católico Belga. Distinguiu-se pelo zelo na reforma da moral dos fiéis e do clero, e pela defesa dos direitos da Igreja, que lhe valeu a perseguição dos poderosos. Em 1231 foi nomeado bispo de Lausanne, mas foi forçado a renunciar em 1239 devido a ameaças do imperador Frederico II. Ele então se retirou para La Chambre, onde morreu em 1260. Foi beatificado em 1702 pela Ordem Cisterciense. 
Etimologia: Bonifácio = quem tem boa sorte, do latim 
Emblema: Cajado pastoral 
Martirológio Romano: Em La Chambre, perto de Bruxelas, em Brabante, na atual Bélgica, deposição do Beato Bonifácio, ex-bispo de Lausanne, que levou uma vida ascética entre os monges cistercienses do lugar. 
Nascido em Bruxelas em 1181 ou 1182, Bonifácio, de 1222 a 1229, lecionou teologia na Universidade de Paris, onde se formou na mesma disciplina. Após a greve de seus alunos, que protestavam porque alguns deles haviam sido mortos pela polícia, Bonifácio deixou Paris e foi para Colônia para ensinar teologia novamente. Em 11 de março de 1231, foi nomeado bispo de Lausanne, e o zelo que colocou na reforma da moral dos fiéis e do clero, mas especialmente a fortaleza com que defendeu os direitos da Igreja, valeu-lhe a perseguição dos poderosos.

Beato Conrado Confalonieri de Placência

Nobre. Responsável dum incêndio pelo qual 
um inocente esteve prestes a ser condenado. 
Fez-se depois terceiro franciscano e retirou-se 
para Noto (Itália), onde morreu. 
Na mudança de vida do Beato Conrado, vemos espelhada a misericórdia e o cuidado do Pai para com todos os seus filhos. Conrado, com as atitudes que tomou para corrigir seu erro, fez o que era agradável a Deus. Por isso sua vida e de sua esposa se tornaram fonte de virtudes. Tocados pela luz divina, eles passaram por uma mudança radical de vida. Pois como diz a Palavra em Ezequiel 18, 21-23: “Mas se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos e guardar todas as minhas leis e fizer o que é direito e justo, viverá com certeza e não morrerá. Nenhum dos crimes cometidos será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou. Acaso tenho prazer na morte do ímpio? – oráculo do Senhor Deus. Não desejo antes que mude de conduta e viva?” Conrado nasceu em Piacenza, ao sul de Milão, por volta do ano 1290, da nobre família dos Confalonieri. Quando jovem, tornou-se soldado e se casou com a jovem Eufrosina de Lodi. Seus divertimentos eram os torneios, as armas e as caçadas a lebres e javalis. Certo dia, para emboscar uma presa, acabou provocando um incêndio em todo um bosque. O fogo provocou estragos também em culturas de campos vizinhos. Os colonos se revoltaram porque tiveram muitos prejuízos.

ORAÇÕES - 19 DE FEVEREIRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
19 – Quarta-feira – Santos: Conrado de Piacenza, Álvaro de Córdova, Gabino
Evangelho (Mc 8,22-26) “Jesus pôs as mãos sobre o cego e perguntou: ─ Você está vendo alguma coisa? ─ Estou vendo homens; parecem árvores que andam."
Foi aos poucos que Jesus restituiu a visão ao cego. Imagino que assim o fez para me ensinar que geralmente é aos poucos que ele me vai transformando. Tenho de ter paciência, a humilde paciência de quem depende dele em tudo. O importante é que eu aproveite todos os impulsos que ele me dá, um passo depois do outro, sem perder nenhum. Acho que isso é o melhor que posso fazer.
Oração
Senhor, às vezes tenho pressa e acho que demorais muito para me atender. Dai-me paciência para caminhar aos poucos, à medida de vossa ajuda, e paciência também com a caminhada dos outros. Peço apenas que não nos deixeis ficar parados, preguiçosos e desanimados à beira da estrada. Alegrai nosso coração com vossas promessas, e ensinai-nos a nos apoiar mutuamente. Amém.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

REFLETINDO A PALAVRA - “Ano Santo da Misericórdia”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Um jubileu que perdoa
 
A palavra jubileu pode ter origem no som produzido pela trombeta feita de chifre de carneiro ou também tem o significado de ano do perdão. No Antigo Testamento, como lemos no livro do Levítico 25,10, cada cinquenta anos havia um ano jubilar com leis de uma reforma social muito profunda: as terras e as propriedades deviam voltar aos antigos donos, evitando assim o latifúndio. As pessoas escravizadas eram libertadas e outras normas mais. Será que isso chegou a acontecer? Imaginemos como seria diferente o mundo se ouvíssemos essa Palavra de Deus! A Igreja começou a usar o ano jubilar no sentido mais espiritual. Fugiu-se assim do compromisso com a Palavra. O primeiro Ano Santo começou em 1300 com o Papa Bonifácio VIII, sob influência da devoção popular dos movimentos penitenciais. Já as cruzadas tinham a indulgência plenária. O Papa organizava e concedia a indulgência. Foi um sucesso imenso. Foi assim proposto que fosse a cada cem anos. Depois se passou para cinquenta e, enfim, cada vinte e cinco anos. Os Papas criaram também Anos Santos Extraordinários para certos temas, como Redenção e Ano Santo da Misericórdia. O Ano Santo difere, por exemplo, de anos temáticos, como tivemos Ano da Vida Religiosa, ou Ano da Paz. Estes estão na linha da reflexão. O Ano Santo, na linha também da indulgência e do perdão. O termo santo, vem da Bíblia: “Declarareis santo o quinquagésimo ano” (Lv 25,10). Os profetas alargam a significação social para a remissão dos pecados. Jesus mesmo diz: “proclamar o ano da graça do Senhor”, isto é, ano da redenção total (Lc 4,19). A característica do Ano Santo é ser tempo de salvação. 
O rosto da Misericórdia 
“Papa Francisco quer que toda a Igreja celebre os cinquenta anos da conclusão do Concílio Vaticano II na contemplação do mistério da Misericórdia, relembrando as palavras de sua abertura ditas pelo Papa S. João XXIII: “Em nossos dias a Igreja prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade” ... “Deseja mostrar-se mãe amorosa de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e bondade com os filhos separados”. O mistério do amor da Trindade Santa se revela a nós como misericórdia, diz ele. “Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do pecado”. Tivemos muito apreço pelo Deus justo que exige e cobra execução de suas leis. Interessante que queremos que Deus seja justo com os outros. Somos, às vezes, executores da justiça de Deus no tratamento com os fragilizados. Como iríamos julgar se os réus fôssemos nós mesmos. Iríamos usar da misericórdia ou da justiça conosco. A misericórdia não é só um sentimento, mas toma atitudes concretas para curar. Os gestos precisam ser concretos. 
Gestos concretos 
Ano Santo é tempo da indulgência. O perdão é a oferta de Deus. Esse perdão requer a conversão e a mudança. Não podemos ter medo de Deus, pois sua misericórdia é infinita. Não se trata de algo automático. Dentro da prática, somos convocados a fazer uma peregrinação até uma Igreja designada pelo bispo. É preciso estar confessado e ter recebido a Eucaristia. E depois, rezar pelo Papa. O gesto de atravessar a Porta Santa é um símbolo de entrar em algo diferente. Pede-se também que se pratique a caridade e se tomem atitudes concretas para o bem das pessoas. A misericórdia convida os governantes do mundo a se preocuparem com os que sofrem tantos tipos de discriminação. As mãos devem se elevar aos céus, mas os olhos devem sempre procurar os necessitados.
ARTIGO PUBLICADO EM NOVEMBRO DE 2015

EVANGELHO DO DIA 18 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo São Marcos 8,14-21. 
Naquele tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar comida e só tinham consigo um pão no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o fermento dos fariseus e o fermento de Herodes». Eles discutiam entre si, dizendo: «Fala assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes: «Porque estais a discutir que não tendes pão? Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? Não vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu parti os cinco pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E quantos cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as quatro mil pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis ainda?». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João da Cruz 
(1542-1591) 
Carmelita descalço, doutor da Igreja 
A Subida ao Monte Carmelo, II, 3 
«Ainda não entendeis nem compreendeis?» 
Dizem os teólogos que a fé é um hábito da alma ao mesmo tempo seguro e obscuro. É obscuro porque nos propõe verdades reveladas sobre o próprio Deus que ultrapassam a luz natural e excedem totalmente a compreensão humana. Daí decorre que essa luz excessiva dada pela fé se transforma para a alma em profundas trevas. Como sabemos, qualquer força superior supera e enfraquece outra que lhe seja inferior; deste modo, o sol eclipsa todas as outras luzes, a ponto de, quando ele resplandece, todas as outras não parecerem propriamente luzes. Para além do mais, quando está no zénite, o seu brilho ultrapassa por completo a nossa capacidade visual, ofuscando-nos em vez de nos permitir ver, por se tornar excessivo e desproporcionado à nossa visão. O mesmo se passa com a luz da fé, que, pelo seu prodigioso excesso, abate e enfraquece a luz do intelecto. Tomemos outro exemplo: suponhamos uma pessoa cega de nascença, que, por isso mesmo, não conhece as cores. Ao esforçarmo-nos por fazer-lhe compreender o branco ou o amarelo, bem podemos dar explicação atrás de explicação que ela não retirará delas qualquer conhecimento direto, porque nunca viu as cores; a única coisa que reterá no espírito será o seu nome, através do ouvido. O mesmo se passa com a fé em relação à alma: a fé diz-nos coisas que nunca vimos e a respeito das quais não possuímos a mais pequena réstia de conhecimento natural; mas retemo-las através do ouvido, crendo no que nos é ensinado e deixando que se ofusque em nós a luz natural. Com efeito, como nos diz São Paulo, «a fé vem da pregação» (Rom 10,17). É como se nos dissesse: a fé não é uma ciência que reconhecemos pelos sentidos, mas um consentimento da alma que entra em nós pelo ouvido. Torna-se então evidente que a fé é para a alma uma noite escuríssima, mas é precisamente com a sua escuridão que ilumina: quanto mais a mergulha nas trevas, mais faz brilhar para ela a sua luz. Assim sendo, é ofuscando que ela alumia, segundo as palavras de Isaías: «Se não tiverdes fé, não podereis sobreviver» (7,9).

18 de fevereiro - Beato Jerzy Kaszyra

O Beato Jerzy Kaszyra nasceu em Aleksandrowo (Vilnius), na Bielorrússia (Lituânia) em 04 de abril de 1904 em uma família que professava a fé na igreja ortodoxa. Sua mãe adotou o catolicismo em 1907 e em 1922 converteu-se ao catolicismo, e em 1924 entrou no Mosteiro da Congregação dos Clérigo Marianos em Druya, onde obteve o diploma do ensino médio. Em 02 de agosto de 1929 fez os votos perpétuos e foi enviado à Roma para estudar teologia e filosofia. De volta à Bielorrússia, após a formatura, foi enviado pelos seus superiores ao seminário de Vilnius, onde foi ordenado sacerdote em 20 de junho de 1935. No seminário ele serviu como educador dos seminaristas e professor de catecismo no ginásio de Druya. Em 1938, as autoridades polonesas o proibiram de realizar atividades pastorais na parte ocidental da Bielorrússia, portanto ele foi forçado a se mudar para o leste da Bielorrússia e precisamente para o mosteiro de Rasno. Em 1940, as autoridades soviéticas o expulsaram do mosteiro, e por não ter paróquia fixa para o ministério, ele viajou por um longo tempo entre a Bielorrússia e a Lituânia, parando nos vários mosteiros. Em 1942, ele voltou a Druya ​​e juntou-se a Anton Leschevich, que exercia seu ministério em Rosic, na Polônia. Em de fevereiro de 1943, as autoridades alemãs de ocupação acusaram os habitantes de Rosic de colaborar com os guerrilheiros e em 18 de fevereiro de 1943 os trancaram na igreja católica local junto com o reitor Anthon Leschevich.

18 de fevereiro - São Teotônio

Teotônio, segundo a tradição, nasceu em 1082, na aldeia de Tardinhade, perto de Valença do Minho. Foi confiado aos cuidados de seu tio, Crescêncio, bispo de Coimbra, e aprendeu as primeiras letras no mosteiro beneditino de Ganfei. Em seguida foi para Coimbra a fim de estudar humanidades e Teologia. Chamado para Viseu por um seu tio, Dom Teodorico, prior da Colegiada dos Cônegos Regrantes, recebeu nessa cidade a ordenação sacerdotal. Tornou-se prior de Nossa Senhora de Viseu; melhorou aí a situação material e deu testemunho de vida que muito edificou o clero; falou muito pelo exemplo e foi excelente conselheiro espiritual para muita gente, a todos edificando. Usou de grande influência a favor do infante Afonso Henriques na luta pela independência contra sua mãe Dona Teresa. Aceitou forçado esse cargo de prior. Para se desfazer desse cargo, empreendeu uma peregrinação a Jerusalém, onde aprendeu o desapego pelas coisas do mundo. Quiseram que ele fosse superior da comunidade dos Cônegos de Santo Agostinho em Jerusalém mas ele recusou, regressando a Portugal. Ao voltar, deixou o priorado ao sacerdote Honório, que tomara a sua direção, durante a sua ausência. Recusou o episcopado e entregou-se ao ministério da Palavra; no meio de um povo corrompido, deu, em muitas circunstâncias, provas de sua inviolável fidelidade à virtude da castidade. Empreendeu segunda peregrinação a Jerusalém. Ao retomar, foi convidado pelo arcebispo de Coimbra a fundar naquela cidade uma nova congregação de frades agostinhos, aquilo que se veio a tornar o mosteiro de Santa Cruz, do qual Teotônio foi eleito primeiro prior.

18 de fevereiro - São Tarásio

São Tarásio, natural de Constantinopla, foi um dos Patriarcas mais célebres da Igreja oriental. Filho de um nobre patrício e bom cristão que teve todo empenho em proporcionar-lhe uma boa educação. Tarásio satisfez perfeitamente aos desejos e esperanças do progenitor, tanto que, uma vez conhecido na sociedade, era objeto da admiração de todos, por causa do seu saber e belo caráter. O futuro se abria cheio das perspectivas mais risonhas e prometedoras. Convidado pelo imperador Constantino V e sua esposa Irene, ocupou o cargo de cônsul e mais tarde de secretário do Estado. Os atrativos do mundo, o brilho de posições elevadas, não conseguiram, entretanto, ofuscar sua vista. A vida na corte, tão cheia de seduções e armadilhas para a virtude, em nada lhe modificou os sentimentos de piedade e a sobriedade de seu caráter. A todos e em todas as emergências, dava o exemplo de cristão reto. Havia no Oriente uma seita, que combatia o culto das imagens, chamada a dos iconoclastas. Paulo III, Patriarca de Constantinopla embora merecedor dos maiores elogios, como Prelado virtuosíssimo e caridoso, teve a fraqueza de não se opor à perniciosa seita, com a energia que as circunstâncias exigiam. Uma doença grave abriu-lhe os olhos. Muito arrependido do erro que cometera, renunciou ao cargo e retirou-se para a solidão, a fim de fazer penitência.

Simão, Apóstolo Bispo, Mártir, Santo Século I

Irmão de São Tiago Menor, ao qual 
sucedeu como Bispo de Jerusalém. 
Sob seu governo cumpriu-se a terrível 
profecia de Nosso Senhor sobre Jerusalém.
Em São Simão saudamos um parente próximo de Nosso Senhor Jesus Cristo. O pai, Cleófas, era irmão de São José, e sua mãe, Maria, parente muito chegada da Santíssima Virgem. Era irmã do Apóstolo São Tiago Menor, amigo muito dedicado de Nosso Senhor, testemunha ocular de sua Paixão e Ressurreição. Com os demais Apóstolos recebeu o Espírito Santo no dia de Pentecostes, e quando estes procuraram cada um o campo de sua acção evangélica, Simão ficou em Jerusalém, com seu irmão Tiago, primeiro Bispo daquela cidade. São Tiago sucumbiu à sanha feroz dos judeus e morreu mártir. São Simão, por ordem do Conselho dos Apóstolos, continuou a obra do irmão, sucedendo-lhe como Bispo de Jerusalém. Com um zelo verdadeiramente apostólico, pregou a doutrina de Cristo a judeus e pagãos, e pelo exemplo edificou a jovem Igreja jerusalemitana. Sob seu governo cumpriu-se a terrível profecia de Nosso Senhor sobre Jerusalém.

Flaviano Bispo de Constantinopla, Mártir, Santo † 449

Sucessor de São Proclo, 
ocupou a sede patriarcal de 
Constantinopla durante três anos. 
Sem exemplo na história eclesiástica 
foi o tratamento bárbaro 
que Flaviano mesmo sofreu.
Flaviano, sucessor de São Proclo, ocupou a sede patriarcal de Constantinopla durante os três anos de 446-449. Seu governo coincidiu com uma época agitadíssima da Igreja Oriental. Heresias, graves dissensões e lutas intestinas perturbavam a paz e tornavam quase insuportáveis a permanência na capital do império grego. Flaviano, envolvido fatalmente nas agitações político-religiosas daquele tempo, com a solidez de suas virtudes, com a firmeza de seu carácter conservando-se sempre superior e absoluto senhor da situação, apresenta a figura dum grande Patriarca, digno da admiração de todos os tempos. A modéstia, unida à firmeza, à paciência imperturbável nas situações mais críticas, fizeram com que não se esquecesse nunca de sua alta posição e das obrigações a ela ligadas. Logo após a sua eleição para Patriarca se deu um fato, presságio de lutas vindouras. Segundo o costume daquele tempo, o Patriarca eleito enviara ao Imperador os tais chamados eulógias, isto é, pão bento, símbolo da paz e concórdia. A oferta de Flaviano foi devolvida, com a rectificação que só seriam aceitas eulógias de ouro. O Patriarca respondeu: “Ouro e prata não me pertencem”.

Santo Helladius de Toledo Bispo Festa: 18 de fevereiro

(†)633
 
Um homem de grande caridade e generosidade que dedicou sua vida ao serviço de Deus e dos necessitados. Como funcionário da corte visigótica, destacou-se pelos seus méritos, capacidade e erudição, mas foi atraído pela vida religiosa e tornou-se monge de Agalai, onde foi eleito abade. Apesar da posição de prestígio, ele continuou a realizar todos os serviços de um simples religioso, até mesmo a pesada tarefa de carregar lenha para o fogão. Por sua caridade para com os pobres, ele foi chamado de "um sol que iluminou a escuridão". Em 615, foi eleito Arcebispo de Toledo, mas continuou a se dedicar aos pobres e necessitados. Ele morreu em 633. 
Martirológio Romano: Em Toledo, na Espanha, Santo Heládio, que, primeiro administrador da corte real e do estado, depois se tornou abade de Agalia e, finalmente, elevado à sede episcopal de Toledo, deu um excelente exemplo de sua caridade. 
A vida de Santo Heládio foi transmitida até nós através do relato escrito por Santo Ildefonso de Toledo, que teria recebido dele sua ordenação diaconal.

João de Fiesole (Fra Angélico) Religioso dominicano, Pintor, Beato 1387-1455

Dominicano de Florença. 
Místico e pintor. 
Beatificado em 1984.
Guido de Pietro, nasceu em 1387, na cidade de Mugelo, na Toscana, Itália. Até o final da juventude foi pintor de quadros na cidade de Florença, quando se decidiu pela vocação religiosa. Em 1417, ingressou na congregação de São Nicolau, onde permaneceu por três anos. Depois, junto com seu irmão Bento, foi para o convento dominicano de Fiesole, no qual se ordenou sacerdote adoptando o nome de João. A acção dos seus dons de santo e de artista, se desenvolveu de forma esplêndida no clima de alta perfeição espiritual e intelectual, encontrado no convento. Assim pode fazer da pintura a sua principal obra evangelizadora, ao se tornar um Frade Predicador desta Ordem. Pela singeleza e genialidade de sua figura passou a ser chamado de "Beato Angélico" ou "Fra Angélico", nome que ficou impresso inclusive no mundo das artes. Este frade-pintor foi um dom magnífico feito por Deus para a Ordem, pois deu também um imenso auxílio financeiro aos co-irmãos, porque, obedecendo ao voto de pobreza, destinou à Ordem todos os seus ganhos como artista, que eram tão expressivos quanto a sua genialidade. A santa austeridade, os estudos profundos, a perene elevação da alma a Deus, mediante as orações contemplativas, apuraram o seu espírito e lhe abriram horizontes ocultos.