quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Beata Maria Restituta Kafka

Helena nasceu, no dia 1º de maio de 1894; era a sexta dos sete filhos de Anton e Maria Kafka. A família mudou-se em 1896 para Viena, a capital do império. Sua família era de um humilde sapateiro; Helena é pobre e além disso gaga. Era também um pouco teimosa, pelo menos a julgar pelo caráter forte e por sua maneira de fazer, rápida e decidida, que a acompanhou por toda a vida. Aos 15 anos, Helena desejaria continuar a estudar, mas mandaram-na trabalhar como empregada; aos 18 anos manifestou sua vocação de se tornar freira, mas os seus familiares se opõem fortemente. Então, ela resignou-se a esperar os 20 anos, e quando atingiu aquela idade fugiu de casa para ir para o convento. As Irmãs Franciscanas da Caridade Cristã de Viena lhe deram o nome de Irmã Restituta e designaram-na para a enfermaria, ocupação que sempre fora o seu maior desejo, porque ela gostava de servir Jesus nos doentes. No hospital regional de Mödling, perto de Viena, a religiosa tornou-se uma instituição para os médicos, para as outras enfermeiras, mas especialmente para os doentes, aos quais sabia como comunicar com extraordinária eficácia o seu amor pela vida, a sua própria e a dos outros, na alegria e no sofrimento. Ela era uma mulher, diriamos hoje, esplendidamente realizada. Aqui e ali continuou a demonstrar o seu caráter cordial, mas firme, de modo que Irmã Restituta logo foi chamada de "Irmã Resoluta". Na cabeceira dos doentes, no entanto, ninguém a podia superar, porque é de uma delicadeza e de uma ternura únicas. A Primeira Guerra Mundial eclodiu e a Irmã Restituta ficou ao lado dos feridos, solícita a cada chamada, pronta para qualquer emergência. Em 1938 os nazistas invadiram Viena e foram duas as primeiras disposições de Hitler: se livrar dos crucifixos de locais públicos e afastar as religiosas da ala da enfermaria do hospital. Irmã Restituta, no entanto, era tão indispensável devido sua experiência indiscutível, que pode mais ou menos secretamente continuar o seu trabalho de caridade na cabeceira dos doentes. O crucifixo nos quartos e enfermarias do hospital tornou-se quase uma questão pessoal: Irmã Restituta, resoluta como sempre, se ocupava da tarefa de ir pessoalmente substituí-los onde fossem tirados; ela sabia o risco que corria com o seu gesto provocativo, mas quanto mais crucifixos eram excluídos tanto mais ela os repunha. Entre ela e os nazistas se declarou uma incompatibilidade, porque ela não podia compartilhar a ideologia de morte e de racismo que Hitler vinha professando. E assim a fúria nazista se desencadeou até mesmo sobre ela: ela foi presa na Quarta-feira de Cinzas de 1942 e colocada na prisão, e em sua cela continuou a ajudar as mulheres grávidas e as companheiras debilitadas, além de consolar e apoiar as condenadas à morte. A sentença de morte veio quase um ano depois e Irmã Restituta foi decapitada em 30 de março de 1943. Antes de morrer, ela pediu ao capelão que traçasse na sua fronte o Sinal da Cruz, quase o selo de autenticidade de uma vida que esteve sempre inspirada pelo crucifixo. Às irmãs mandou um recado: "Tenho vivido por Cristo, por Cristo quero morrer". Em 21 de junho de 1998, Irmã Restituta Kafka, a mártir do crucifixo, foi proclamada beata e sua memória litúrgica foi fixada no dia 30 de outubro, data em que foi decretada a sua sentença de morte.
Beata Maria Restituta Kafka No dia 1º de maio de 1894 nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo a região chamava-se Morávia e estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. No ano de 1896, a família Kafka transferiu-se para Viena, capital do Império. Helene concluiu os estudos de enfermeira com o desejo de se tornar religiosa. Inicialmente conformou-se com o impedimento dos pais mas ao completar vinte anos ingressou na congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, já com a benção da família. Como religiosa adotou o nome de sua mãe e o de uma mártir do primeiro século. Assim passou a chamar-se irmã Maria Restituta. Porém, logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo modo cordial e decidido e pela sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa tornou-se uma referência para os médicos, enfermeiras e especialmente para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor. A irmã Restituta durante muitos anos serviu a Deus nos doentes a quem se dedicou incansavelmente. Em março de 1938, o exercito alemão ocupa a Áustria. Viena tornou-se uma das bases centrais do comando nazi. A irmã Restituta mostou-se imediatamente contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que sendo favorável à vida não apoiaria jamais o nazismo, fosse qual fosse o preço. Por isto, quando os nazis retiravam o Crucifixo também das salas de cirurgias, ela serenamente o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando o comando e os soldados. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazis eliminaram-na. Foi presa em 1942. Para ela, que era chamada irmã "Resoluta", a prisão tornou-se uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome com que se tinha consagrado: Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Por isto, olhando para a força redentora da Cruz, a sua consciência da Vida Eterna tornou-se mais verdadeira no coração. A coragem que lhe era própria tornou-se mais firme. A irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943 foi decapitada. Para as franciscanas mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazis, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, airmã Restituta disse ao capelão: "Padre, faça-me na testa o sinal da Cruz".

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