sábado, 5 de outubro de 2024

EVANGELHO DO DIA 5 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 10,17-24. 
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome». Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu». Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São João Cassiano 
(360-435) 
Fundador de mosteiro em Marselha 
«Sobre os carismas divinos», 
cap. VII-IX, SC 54 
«Alegrai-vos porque os vossos nomes
 estão escritos no Céu» 
A humildade é a mestra de todas as virtudes, o alicerce inabalável do edifício celeste, o dom próprio e magnífico do Salvador. Aquele que procura imitar o doce Senhor não na sublimidade dos seus prodígios, mas na virtude da paciência e da humildade, poderá realizar todos os milagres que o Senhor operou sem correr o risco de se exaltar. Se alguém realizar um prodígio na nossa presença, não é a maravilha dos sinais que deve tornar o autor estimado aos nossos olhos, mas apenas a beleza da sua vida. O que devemos perguntar não é se os demónios lhe estão sujeitos, mas se ele possui os membros da caridade que o Apóstolo enumera. Assim, é milagre maior extirpar a concupiscência da própria carne do que expulsar espíritos imundos do corpo de outrem; é sinal mais notável conter, pela virtude da paciência, os movimentos selvagens da cólera do que dominar as potências do ar. É mais excluir do próprio coração as mordidas devoradoras da tristeza do que afugentar dos outros as doenças e febres corporais. Enfim, é, sob muitos aspetos, virtude mais nobre e progresso mais sublime curar a languidez da própria alma do que a do corpo alheio. Quanto mais a alma está acima da carne, tanto mais preferível é a sua salvação; quanto mais a sua substância prevalece em excelência e preço, tanto mais grave e funesta seria a sua ruína. Das curas corporais, foi dito aos bem-aventurados apóstolos: «Não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem»; pois não era o seu poder que operava esses prodígios, mas a virtude do nome que invocavam. É por isso que são advertidos a não reivindicar bem-aventurança nem glória por aquilo que só é realizado pelo poder e pela virtude de Deus, mas apenas pela pureza íntima da sua vida e do seu coração, que merece que os seus nomes estejam escritos no Céu.

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