quarta-feira, 15 de novembro de 2017

EVANGELHO DO DIA 15 DE NOVEMBRO

Evangelho segundo S. Lucas 17,11-19.
Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».
Tradução litúrgica da Bíblia 

Comentário do dia: 
Vida de São Francisco de Assis, 
chamada «Colectânea de Perugia» (c. 1311) §43
«Dar glória a Deus»
Dois anos antes da sua morte, o bem-aventurado Francisco estava já muito doente, sofrendo especialmente dos olhos. [...] Esteve mais de cinquenta dias sem poder suportar a luz do sol durante o dia, nem a claridade do lume durante a noite. Permanecia na obscuridade dentro de casa, na sua cela. [...] Certa noite, refletindo acerca das tribulações que sofria, teve pena de si mesmo e disse: «Senhor, socorre-me nas minhas enfermidades, para que eu tenha força para suportá-las com paciência!» E, de repente, ouviu em espírito uma voz: «Diz-me, irmão: se, como compensação dos teus sofrimentos e tribulações, te dessem um tesouro imenso e precioso, [...] não te alegrarias? [...] Compraz-te e vive na alegria, no meio das tuas enfermidades e tribulações: a partir de agora, vive em paz como se participasses já do meu Reino». 
No dia seguinte, disse aos seus companheiros [...]: «Deus deu-me uma tal graça e bênção que, na sua misericórdia, Se dignou assegurar-me, a mim, seu indigno servo que ainda vivo aqui em baixo, que participarei do seu Reino. Assim, para sua glória, para minha consolação e edificação do próximo, quero compor um novo louvor ao Senhor pelas suas criaturas. Todos os dias estas atendem às nossas necessidades, sem elas não poderíamos viver, e por elas o género humano ofende muito o Criador. E todos os dias nós ignoramos tão grande bem, não louvando como deveríamos o Criador e dispensador de todos este dons». [...] 
A esse louvor ao Senhor, que começa por: «Altíssimo, omnipotente e bom Senhor», chamou-lhe Cântico do irmão Sol. Com efeito, essa é a mais bela das criaturas, que podemos, mais que qualquer outra, comparar a Deus. E ele dizia: «Ao nascer do Sol, todo o homem deveria louvar a Deus por ter criado esse astro que durante o dia dá aos olhos a sua luz; à tardinha, quando cai a noite, todo o homem deveria louvar a Deus por esta outra criatura, o nosso irmão fogo, que, nas trevas, permite que os nossos olhos vejam claro. Somos todos como cegos, e é por estas duas criaturas que Deus nos dá a luz. Por isso, por estas criaturas e pelas outras que nos servem diariamente, devemos louvar muito particularmente o seu glorioso Criador». 
Ele próprio o fazia de todo o coração, estivesse doente ou são, e incitava os outros a cantarem a glória do Senhor. Já doente, entoava muitas vezes este cântico e pedia aos seus companheiros que o prosseguissem; esquecia, deste modo, considerando a glória do Senhor, a violência das suas dores e dos seus males. Procedeu assim até ao dia da sua morte. 

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