quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Beatas Inês Phila, Lucia Khambang e 4 companheiras Protomartires da Tailândia - 26 dezembro

Mártires de Songkhon
Martirológio Romano: Na vila de Song-Khon, na Tailândia, beatas mártires Inês Phila e Lucia Khambang, virgens da Congregação das Irmãs Amantes da Cruz, e também Ágata Phutta, Cecilia Butsi, Bibiana Khampay e Maria Phon, todas as quais, por não querer negar a fé católica, foram fuziladas no cemitério da vila. († 1940)
     O cristianismo foi introduzido na Tailândia em 1881 e em 1940 os fiéis católicos já eram setecentos. Nos quatro anos seguintes os missionários franceses foram obrigados a abandonar o país que se encontrava na guerra entre a Tailândia e a Indochina francesa. Como é habitual nestas circunstancias, se considerou prioridade a unidade nacional e como perigoso um pluralismo religioso.
     A vila de Songkhon, situada nas margens do grande rio Meking, zona fronteiriça com o Laos, foi cenário, em 1940, do glorioso martírio de sete cristãos nativos: Felipe Siphong Onphitak, Inês Phila, Lucia Khambang, Ágata Phutta, Cecilia Butsi, Bibiana Khamphay e Maria Phon.
     Felipe Siphong Onphitak, pai de família, líder da comunidade cristãs de Songkhon na ausência de sacerdotes, durante o desencadear da perseguição contra os cristãos foi atraído e enganado perto do Rio Tum Nok, e assassinado no dia 16 de dezembro de 1940 por um grupo de gendarmes. Foi o primeiro nativo tailandês a derramar seu sangue testemunhando sua fé em Cristo.
     No dia de hoje vamos nos ocupar particularmente das seis mulheres que também sofreram o martírio dez dias depois. Eis uma breve informação sobre cada uma delas.
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Inês Phila, religiosa
Ban Nahi (Tailândia), 1909 - Songkhon (Tailândia) 26 de dezembro de 1940
     Inês Phila (no século Margarida) nasceu em 1909 na aldeia pagã de Ban Nahi, filha de Joaquim Thit Son e Ana Chum. A família emigrou para a vila cristã de Viengkhuk, onde a beata recebeu o batismo em 1924. Sua madrinha foi a tia da famosa Irmã Lucia de Fatima. Em 7 de dezembro de 1924 entrou na Congregação das Irmãs Amantes da Cruz, em Siengvang (Laos). Dois anos depois, em 26 de novembro de 1926 postulou, e em 10 de novembro de 1927, com o nome de Irmã Inês, entrou no noviciado, tendo professado em 16 de novembro de 1928. Em 1932 foi enviada como professora à escola de Songkhon, onde foi assassinada em 26 de dezembro de 1940.
Lucia Khambank, religiosa
Viengkhuk (Tailândia) 22 de janeiro de 1917 - Songkhon (Tailândia) 26 de dezembro de 1940
     Lucia Khambang nasceu na aldeia cristã de Viengkhuk em 22 de janeiro de 1917, filha de Santiago Da e Maria Mag Li. Foi batizada no dia 10 de março seguinte e em 4 de junho de 1925, com a idade de oito anos, recebeu o sacramento da Confirmação e fez sua 1ª. Comunhão. Em 3 de setembro de 1931 entrou na Congregação das Irmãs Amantes da Cruz. Postulante durante três anos, começou seu noviciado em 18 de outubro de 1935, etapa que durou dois anos. Realizou sua profissão em Siengvang (Laos) no dia 15 de outubro de 1937. Em princípios de 1940 foi enviada como professora para Songkhon, onde foi assassinada em 26 de dezembro. Tinha somente 23 anos de idade.
Ágata Phutta, leiga
Bi Ban Keng Pho (Tailândia), 1881 - Songkhon (Tailândia) 26 de dezembro de 1940
     Ágata Phutta nasceu na vila de Bi Ban Keng Pho em 1881; sua família era pagã. Filha única, se converteu ao cristianismo quando tinha 30 anos de idade e foi batizada e confirmada em 3 de março de 1918 em Siengvang. Solteira, decidiu ajudar as obras missionárias colaborando nas cozinhas das missões de Songkhon, Mong Seng, Pkasè, e finalmente voltou para Songkhon, onde vivia quando foi assassinada em 26 de dezembro de 1940. Tinha 59 anos de idade.
Cecília Butsi, jovem leiga
Songkhon (Tailândia), 16 de dezembro de 1924 - Songkhon (Tailândia) 26 de dezembro de 1940
     Cecília Butsi, filha de Amando Sinuen e Ágata Thep, nasceu em 16 de dezembro de 1924 e foi batizada dois dias depois. Colaborava na cozinha da missão, seu temperamento era alegre e corajoso. Um dia antes de seu martírio, durante a reunião diante da igreja da vila, ela se declarou cristã, apesar das ameaças de morte feitas pelos policiais. Por isto foi assassinada quando tinha apenas 16 anos de idade.
Bibiana Khampay, jovem leiga
Songkhon (Tailândia) 4 de novembro de 1925 - Songkhon (Tailândia) 26 de dezembro de 1940
     Bibiana Khamphay nasceu no dia 4 de novembro de 1925 em Songkhon, filha de Benito Lon e Mônica Di. Foi batizada e confirmada menos de dois meses depois, em 28 de dezembro. Adolescente de conduta intocável, boa cristã, assídua nos sacramentos, frequentava a missão de Songkhon, também foi assassinada no dia 26 de dezembro de 1940, menos de dois meses após ter completado 15 anos de idade
Maria Phon, jovem leiga
Songkhon (Tailândia) em 6 de janeiro de 1925 - Songkhon (Tailândia) 26 de dezembro de 1940
     Maria Phon nasceu em Songkhon no dia 6 de janeiro de 1926; seus pais eram João Batista Tàn e Catarina Pha. Foi batizada e confirmada seis dias apenas após seu nascimento. Vivia com uma tia chamada Maria, frequentava a missão local. Particularmente assídua à Eucaristia e aos demais sacramento. Também foi assassinada no dia 26 de dezembro, quando não havia completado ainda 15 anos.
     Contamos a seguir os eventos que culminaram com o martírio dessas mulheres católicas.
     Na noite seguinte ao martírio do catequista Felipe Siphong Onphitak, a notícia correu em Songkhon, causando grande tristeza. Os soldados, com a esperança da apostasia imediata dos fiéis, não avaliam a presença das duas religiosas, Inês Phila e Lucia Khambang, que compreendiam que logo chegaria para elas o momento de dar testemunho de sua fé.
     O chefe dos policiais era um homem de nome Lu, que tentou de todas as maneiras convencer as monjas a abandonar sua religião, mas nada conseguiu.
     Na véspera de Natal convocou toda vila para comparecer diante da igreja para comunicar que tinha ordem de destruir a religião cristã, inclusive se para isto tivesse que matar os fiéis. Nessa mesma noite as religiosas escreveram uma carta a Lu declarando-se dispostas a morrer ante de negar a Cristo.
     Lu voltou pela tarde do dia seguinte ao Natal e lhes perguntou: - Muito bem, renunciam a seu Deus? Sim ou não? Elas responderam: - Não, nunca o faremos!
     Lu convidou-as a ir até o rio, mas as irmãs Lucia e Inês, percebendo sua intenção, preferiram ser fuziladas no cemitério. Ali, de joelhos contra o tronco de uma árvore, foram executadas junto com as jovens Cecília, Bibiana, Maria e Ágata.
     Todas foram enterradas em Songkhon. Em 1959 os restos mortais de Felipe Siphong Onphitak foram reunidos com os das mártires e em torno de suas relíquias foi construído um santuário.
     Estes mártires foram beatificados em 22 de outubro de 1989 por SS João Paulo II.
     O martirológio oficial da Igreja Católica os comemora separadamente: em 16 de dezembro é comemorado o Beato Felipe Siphong Onphitak; enquanto que as Beatas Inês Phila e Lucia Khambang, virgens das Irmãs Amantes da Cruz, e suas companheiras Ágata Phutta, Cecília Butsi, Bibiana Khampay e  Maria Phon são comemoradas no dia de seu martírio, isto é, 26 de dezembro.

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