Evangelho segundo São Lucas 21,20-28.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação.
Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito.
Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias, porque haverá grande angústia na Terra e indignação contra este povo.
Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações, e Jerusalém será calcada pelos pagãos, até que aos pagãos chegue a sua hora.
Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
Tradução litúrgica da Bíblia
(540-604)
Papa, doutor da Igreja
«Moral sobre Job», Livro XII, SC 212
«Hão de ver o Filho do homem vir»
«Tu Me chamarás e Eu responder-te-ei» (Jb 14,15 Vg). Diz-se que respondemos a alguém quando fazemos que o nosso comportamento esteja de acordo com os atos dessa pessoa. Nesta transformação, o chamamento vem do Senhor e a resposta do homem, porque, perante o esplendor radiante do ser incorruptível, também o homem se mostra incorruptível, liberto da sua corrupção.
Ora, de facto, enquanto somos escravos da nossa corrupção, não respondemos ao autor da nossa vida, porque, não tendo a corrupção e a incorrupção uma medida comum, não há semelhança que nos permita dar uma resposta. Mas sobre esta mudança definitiva diz a Escritura: «Quando Ele Se mostrar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos tal como é» (1Jo 3,2). Assim, responderemos verdadeiramente ao chamamento de Deus no dia em que, por ordem da soberana incorrupção, ressuscitarmos incorruptíveis.
E, como a criatura é impotente para realizar por si mesma tal estado, e só um dom de Deus omnipotente permite tal mutação, que confere a maravilhosa glória da incorruptibilidade, Job tem o direito de acrescentar: «Estenderás a tua mão direita para a obra das tuas mãos». É como se dissesse abertamente: se a tua criatura corruptível pode subsistir até à incorruptibilidade, é porque a mão do teu poder a endireita e a graça da tua atenção a mantém, a fim de que possa subsistir.
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