Segundo a sua "Passio", certamente lendária, Mercúrio teria servido sob Décio e Valeriano, quando estes dois imperadores "que na realidade nunca reinaram juntos" publicaram o seu édito de perseguição. Mercúrio, que havia se tornado general do exército, lembrou então que era filho de um cristão, e que havia sido batizado com o nome simbólico de Filopatròs, ou seja, “que ama seu pai”. Então ele decidiu confessar sua fé ao seu amigo, o Imperador. Seguiram-se severas torturas, até que Mercúrio foi levado nas costas de um burro para a Capadócia, sua terra natal, para ser decapitado. (Futuro)
Emblema: Palma
Martirológio Romano: Em Cesaréia da Capadócia, na atual Turquia, São Mercúrio, mártir.
Para os pagãos, Mercúrio era o deus do comércio e das atividades engenhosas, um mensageiro alado dos outros deuses.
A divindade grega olímpica correspondente tinha o nome de Hermes, ou Hermes. E este nome teve, e ainda tem, maior sucesso entre os batizados. Isto provavelmente se deve ao fato de o nome ter tido, por intermédio de sete ou oito santos chamados Hermes. Mas nem mesmo o nome de Mercúrio permaneceu confinado ao mundo pagão. No Calendário Cristão, de fato, há dois Santos com este nome: ambos Mártires e ambos soldados. A de hoje, portanto, também teve uma certa popularidade, pelo menos no Oriente, onde se formou e se difundiu a sua lendária Paixão. De acordo com isto, Mercúrio teria servido com honra sob Décio e Valeriano, quando estes dois Imperadores - que na realidade nunca reinaram juntos - publicaram o seu édito de perseguição.
Mercúrio, que se tornara general do exército, lembrou-se em bom momento que era filho de um cristão, e que havia sido batizado com o nome simbólico de Filopatròs, ou seja, “que ama seu pai”.
Por amor ao seu pai, e não apenas ao seu pai terreno, aquele a quem os seus soldados chamavam Mercúrio apresentou-se para confessar a sua fé perante o seu amigo, o Imperador.
Seguiram-se as conhecidas torturas e feridas sangrentas, que foram curadas três vezes por um Anjo, até que Mercúrio foi levado nas costas de um burro para a Capadócia, ou seja, para sua terra natal, para ser decapitado.
Suas relíquias favoreceram curas prodigiosas e conversões repentinas. Mas fama ainda maior veio ao guerreiro Mártir pela lenda segundo a qual ele foi, mais de cem anos depois, o assassino do Imperador renegado, Juliano, o Apóstata.
Sabemos pela história como Juliano lutou contra os persas, nas fronteiras orientais do Império, e morreu durante essas batalhas. A sua morte foi acolhida como uma libertação pelos inúmeros cristãos perseguidos, que queriam ver naquele trágico acontecimento o justo castigo do céu.
Segundo os fiéis da Capadócia, foi o próprio São Mercúrio, que aparecia nas representações como soldado, quem usou sua lança, por ordem divina, contra o peito do Imperador apóstata!
Isto é, claro, apenas uma lenda: uma segunda lenda, que se acrescentou à anterior sobre a vida do santo soldado.
Na realidade, nada se sabe historicamente certo sobre esse personagem, criado quase inteiramente pela imaginação devota. O que é certo é apenas a antiguidade do seu culto, em Cesaréia da Capadócia, no dia 25 de novembro. O resto é fantasia, tanto mais cara aos fiéis orientais quanto menos provável e plausível for.
(Créditos das fotos:
Giovanni Mascia, A igreja do Santíssimo Salvatore em Toro, Editrice Lampo, Campobasso 1997).
Fonte:
Arquivo Paroquial
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