Nunzio Sulprizio considerado o padroeiro das crianças exploradas e dos trabalhadores, nasceu em 13 de abril de 1817 em Pescosansonesco, na Província de Pescara, e ficou órfão aos seis anos. Foi enviado para viver com sua avó, uma mulher de fé que cuidou dele até que faleceu, quando Nunzio tinha nove anos. Com a morte da avó foi viver com seu tio Domenico Luciani, ferreiro e marceneiro, que o colocou como aprendiz em sua oficina, sujeitando-o a um trabalho acima de suas forças.
Seu tio, o golpeava sem qualquer razão, deixava-o sem comer e o enviava para dar recados perigosos, chegando a entregar pedidos na ladeira de uma montanha em meio ao frio e ao gelo.
Sem se importar que estivesse doente e com um pé gangrenado, Nunzio tinha que trabalhar; entretanto, enfrentou sua dolorosa e penosa situação com uma atitude santa.
Quando podia, o jovem se refugiava em uma igreja para buscar consolo em Jesus Eucarístico, a quem considerava seu grande amigo; e participar da Missa dominical era para ele um grande alívio. Além disso, oferecia seus sofrimentos “em reparação pelos pecados do mundo”, para “fazer a vontade de Deus” e “ganhar o Paraíso”.
A certa altura, passou a apresentar um problema com a tíbia do pé esquerdo e foi hospitalizado em L'Aquila por três meses. Ali, o tio de seu pai ficou sabendo das condições desumanas com as quais havia sido tratado e o colocou sob o cuidado do coronel Felice Wochinger, conhecido por sua caridade para com os pobres.
No hospital, Nunzio recebeu sua Primeira Comunhão e conheceu São Gaetano Errico, fundador dos Missionários dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que disse ao jovem que podia ingressar em sua ordem quando tivesse a idade indicada.
A saúde do beato melhorou, mas não por muito tempo, pois descobriu que padecia de um câncer nos ossos. Antes de morrer, quando tinha 19 anos, Nunzio disse ao coronel Wochinger: “Alegra-te. Do céu, sempre vou te ajudar”.
O jovem faleceu em 5 de maio de 1836, em Nápoles. Preciso em tudo, Nunzio havia estabelecido uma regra de vida fielmente observada, tentando evitar até mesmo os menores defeitos, empenhando-se no trabalho, não obstante o sofrimento que isso lhe custava.
Leão XIII, ao emitir o decreto sobre a heroicidade das virtudes, o propôs como modelo da juventude operária.
Ele foi beatificado em 1963 pelo Beato Paulo VI, no Vaticano, durante a cerimônia, o Pontífice indicou aos jovens que “o período da juventude não deve ser considerado como a idade da libertinagem, das quedas inevitáveis, de crises invencíveis, de pessimismos desanimadores e de egoísmos exacerbados”. “Ele os dirá que ser jovem é uma graça”, afirmou.
“Demonstrará que vós, jovens, podeis regenerar em vós mesmos o mundo onde fostes chamados a viver pela Providência, e que cabe a vós, em primeiro lugar, consagrar-vos à salvação de uma sociedade que tem precisamente necessidade de espíritos fortes e decididos”, afirmou o Santo Padre.
Nuncio Sulprizio foi canonizado pelo Papa Francisco no dia 14 de outubro de 2018, por ocasião do Sínodo dedicado aos jovens.
O milagre, que levou este humilde operário de Abruzzo à santificação, consiste na cura de um jovem de Taranto, no sul da Itália, gravemente ferido em um desastre de moto, que o deixou em coma e em estado vegetativo.
Os pais do jovem, que levavam sempre em sua carteira a imagem do Beato Núncio Sulprizio, pediram uma relíquia sua à paróquia de São Domingos Soriano, em Nápoles, onde descansam seus restos mortais.
A relíquia foi colocada na UTI, onde se encontrava o jovem de Taranto, para que o Beato intercedesse junto a Deus pela sua cura. Além do mais, o pai molhou o rosto do rapaz em coma com água benta, trazida da Fonte Riparossa, onde o Beato Núncio, quando criança, lavava sua perna com gangrena.
Após alguns dias, o pessoal sanitário comunicou que o rapaz não precisava mais de reanimação. Em quatro meses, o jovem saiu do estado vegetativo, recuperou rápida e estavelmente as funções neurológicas e mentais, sem ficar inválido.
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