Escravo de origem cita, André vivia em Constantinopla a serviço de um dignatário da corte imperial. Após inúmeras peripécias, simulando loucura, conseguiu que seu mestre lhe concedesse a liberdade.
André vivia vagando, vestido apenas com uma espécie de tapete rústico, bebendo água nas poças das ruas. Seguia à risca a palavra dita por São Paulo: "Nós, loucos por causa de Cristo" (I Cor 4, 10). André suportou as brincadeiras cruéis e as vexações dos passantes até o dia da sua morte.
Foi então que os moradores da localidade descobriram a santidade de André, através dos milagres que ocorreram após o seu falecimento.
Tradução e Adaptação :
Gisèle Pimentel
As informações históricas sobre ele são contraditórias, a ponto de colocar em dúvida sua existência. Ele pode ter sido um nativo da Cítia, e foi um escravo. De acordo com seu hagiógrafo, um certo Nicéforo, um sacerdote de Santa Sofia, ele foi educado por seu mestre que queria que ele fosse seu secretário. Então, ainda muito jovem e de repente, Andrea mostrou sinais claros de loucura. O mestre mandou acorrê-lo na igreja de Santa Anastácia, mas sem sucesso: a história do louco mais amado por Cristo de Constantinopla já havia começado. A partir desse momento, ele viverá simulando uma degradação tão externa que até os animais ficam enojados; Ele fez isso, segundo a tradição, para poder servir aos homens com humildade e dissimulação. Visionário, fascinado pelo futuro último do homem, André expressa com sua vida e com numerosos diálogos sua expectativa do reino e o juízo que o cumprimento dos tempos profetizados nas Escrituras projeta sobre a história. Ele era frequentemente acompanhado como interlocutor por Epifânio, um personagem bem informado, que se tornaria patriarca de Constantinopla. Ao contrário de seu antecessor em Emesa, Simeão, o Louco, André não simula tanto a loucura para desmascarar os pecados daqueles que encontra, mas dedica toda a sua vida a apontar um mundo invisível, uma "outra" sabedoria. Talvez por isso ele seja muito amado pelos monges bizantinos, que lhe dedicarão uma miríade de pequenas igrejas localizadas nos lugares mais impensáveis.
A figura de Santo André, o Louco, venerada no dia 28 de maio pelas Igrejas Orientais, representa um enigma fascinante na história da espiritualidade cristã. Conhecido como o primeiro "tolo por Cristo" da igreja bizantina, André desafia as definições convencionais de santidade, incorporando um ideal evangélico radical enraizado na humildade e no desapego do mundo material.
As informações biográficas sobre Santo André são fragmentárias e muitas vezes contraditórias, alimentando o mistério em torno de sua existência. Presume-se que ele era um nativo da Cítia, talvez um escravo resgatado por seu senhor que reconheceu sua inteligência e o educou, tornando-o seu secretário. No entanto, um evento repentino virou sua vida de cabeça para baixo: Andrea mostrou sinais de loucura, levando seu mestre a mandá-lo acorrentado na igreja de Sant'Anastasia.
A "loucura" de Andrea não era uma mera insanidade, mas uma escolha consciente, um meio de abraçar uma existência radical de humildade e desapego do mundo. Através de sua aparente loucura, André denunciou a hipocrisia e a vaidade da sociedade de seu tempo, encarnando o ideal evangélico de abnegação e serviço ao próximo.
Suas ações extravagantes e ditos aparentemente divagantes escondiam uma profunda sabedoria e uma extraordinária capacidade de visão profética. André foi capaz de discernir o coração dos homens e prever eventos futuros, como a famosa profecia sobre a festa da Proteção da Mãe de Deus, muito venerada na Igreja russa.
A história de Santo André é frequentemente narrada através de diálogos com Epifânio, uma figura proeminente que mais tarde se tornaria patriarca de Constantinopla. Esses diálogos oferecem uma visão sobre a teologia e a espiritualidade de André, centradas na espera do Reino de Deus e do julgamento final.
Ao contrário de Simeão, o Louco, seu antecessor em Emesa, André não se concentrou em expor pecados através da loucura simulada. Em vez disso, seu objetivo era revelar a existência de uma realidade espiritual superior, uma sabedoria divina que transcendia a lógica e a razão comuns.
Essa visão mística e inconformista fez de André uma figura muito amada pelos monges bizantinos, que lhe dedicaram inúmeras pequenas igrejas em lugares impensáveis.
Alguns devotos ofereceram-lhe dinheiro por vontade própria, e não porque ele o pediu. Ele aceitou de bom grado, orando pelos doadores. Em um dia ele poderia receber de vinte a trinta obols. Agora, André sabia de um esconderijo onde os mendigos se reuniam; Como se tivesse se aproximado deles, sentou-se entre eles e começou a brincar com os obols, para que sua atividade espiritual não fosse reconhecida. Quando um pobre homem tentou tirá-los dele, ele o esbofeteou, e os outros, a fim de vingar seu camarada, o espancaram até a morte. Fingindo fuga, jogou fora todos os obols. Assim, o que um mendigo podia encontrar era seu próprio ganho.
(Nicéforo, Vida de André, o Louco)
ORAÇÃO
Você escolheu a loucura por causa de Cristo,
e mostrou a loucura dos sábios.
Você tem sido persistente
em sua luta neste mundo,
e Cristo o levou ao céu.
Interceda com Ele, ó André,
por aqueles que honram a vossa memória.
Autor: Franco Dieghi
Nenhum comentário:
Postar um comentário