terça-feira, 19 de setembro de 2023

EVANGELHO DO DIA 19 DE SETEMBRO

Evangelho segundo São Lucas 7,11-17. 
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho (354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Sermão 98 
«Jovem, Eu te ordeno: levanta-te» 
No evangelho, encontramos três mortos ressuscitados pelo Senhor de forma visível, e milhares ressuscitados de forma invisível. A filha do chefe da sinagoga (cf Mc 5,22ss), o filho da viúva de Naim e Lázaro (cf Jo 11) são símbolos dos três tipos de pecadores que ainda hoje são ressuscitados pelo Senhor: a menina ainda se encontrava em casa de seu pai, o filho da viúva já não estava em casa de sua mãe, mas ainda não estava no túmulo, e Lázaro já estava sepultado. Assim, há pessoas que têm o pecado dentro do coração, mas ainda não o cometeram. Tendo consentido no pecado, ele habita-lhes a alma como morto, mas não saiu ainda para fora. Ora, acontece amiúde aos homens esta experiência interior: depois de terem escutado a palavra de Deus, parece-lhes que o Senhor lhes diz: «Levanta-te!» E, condenando o consentimento que antes haviam dado ao mal, retomam fôlego para viverem na salvação e na justiça. Outros, após aquele consentimento, partem para os atos, transportando assim o morto que traziam escondido no fundo do coração e expondo-o diante de todos. Deveremos desesperar deles? Não disse o Salvador ao jovem de Naim: «Eu te ordeno: levanta-te»? Não o devolveu a sua mãe? O mesmo acontece a quem atua desse modo: tocado e comovido pela Palavra da Verdade, ressuscita à voz de Cristo e volta à vida. É certo que deu mais um passo na via do pecado, mas não pereceu para sempre. Já aqueles que se embrenharam nos maus hábitos, a ponto de perderem a noção do próprio mal que cometem, procuram defender os seus atos maus e enfurecem-se quando alguém lhos censura. Esses, esmagados pelo peso do hábito de pecar, estão metidos nas mortalhas e nos túmulos e cada pedra colocada sobre o seu sepulcro aumenta a força tirânica do hábito que lhes oprime a alma e os impede de se levantarem para respirar. Por isso, irmãos caríssimos, façamos de tal modo que quem vive, viva, e quem está morto volte à vida e faça penitência. Os que vivem, conservem a vida, e os que estão mortos apressem-se a ressuscitar.

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