PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA |
Usar os bens que passam
O
texto de João orienta-nos a viver a Eucaristia como vida para um mundo que
passa fome de Deus e fome de pão. Ela não é só para adoração. Jesus partiu o
pão e o deu a todos. Partir e repartir, eis o caminho de Jesus e nosso caminho.
Eis o grande mistério da fé movido pela caridade. Solidariedade é o sobrenome
da Eucaristia. A Eucaristia é um bem maior que não pode ser guardado e escondido.
É para todos. Jesus abençoou dando graças a Deus pelos pães do menino, o pouco
que a mãe lhe dera para seguir Jesus que o distribuiu a 5 mil pessoas e ainda
sobrou. O mistério do sinal de Jesus é mais amplo que nossas ideologias e
sistemas espirituais. Rezamos na oração da missa: “Orientados por Vós, usemos de
tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam (Oração).
Viver a vocação
Paulo
nos convida a viver nossa vocação: “Eu vos exorto a caminhardes de acordo com a
vocação que recebestes” (Ef
4,1). Paulo não está se referindo ao Pão da Vida, mas podemos
compreender que a vocação de todos é viver a Eucaristia, não como uma devoção,
mas como um modo de vida: “...com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns
aos outros com paciência no amor. Aplicai-vos a guardar a unidade no vínculo da
paz” (2-3). O
povo faminto é a expressão de todos os que buscam o Senhor, como reza o salmo:
“Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam e vós lhes dais no tempo certo o
alimento” (Sl 144). Buscamos o Pão do Céu e Deus no-lo dá na Eucaristia no
Corpo e Sangue de Jesus. Alimentados pelo pão formamos um único corpo. O
banquete para todos os povos como nos diz a sabedoria (Pr 9,1-6) não vai ser preparado por
Deus, mas por aqueles que creem e comem o Pão da Vida. Somente alimentados por
ele poderemos alimentar a fome do mundo. Não temos mais 5 pães e dois peixes,
mas temos 12 cestos.
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