Evangelho segundo S. João 1,47-51.
Naquele
tempo, Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um
verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Perguntou-lhe Natanael:
«De onde me conheces?» Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu
vi-te quando estavas debaixo da figueira». Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu
és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus respondeu: «Porque te
disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas. Verás coisas maiores do que
estas». E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
São João da Cruz (1542-1591),
carmelita descalço, doutor da Igreja
«Conselhos e máximas»
Os anjos são os nossos pastores; não só
levam a Deus as nossas mensagens, como também trazem até nós as mensagens que
Deus nos envia. Eles alimentam-nos a alma com doces inspirações e comunicações
divinas; sendo bons pastores, protegem-nos e defendem-nos dos lobos, isto é, dos
demónios.
Com as suas inspirações secretas, os anjos proporcionam à alma
um conhecimento mais elevado de Deus; inflamando-a de uma chama mais viva de
amor a Ele, chegam até a deixá-la ferida de amor [...].
A luz de Deus
ilumina o anjo, penetrando-o com o seu esplendor e inflamando-o com o seu amor,
porque o anjo é um espírito puro, completamente disponível para essa
participação divina. Ao homem, porém, ilumina-o habitualmente de maneira
obscura, dolorosa e penosa, porque o homem é impuro e fraco [...].
Mas
quando o homem se torna verdadeiramente espiritual e se deixa transformar pelo
amor divino que o purifica, recebe a união e a amorosa iluminação de Deus com
uma suavidade semelhante à dos anjos [...].
Lembrai-vos de que é vão,
perigoso e funesto exultarmos com algo que não seja um serviço a Deus, e
considerai a infelicidade dos anjos que exultaram e se comprazeram com a sua
própria beleza e seus próprios dons naturais; pois foi esse o motivo por que
alguns deles caíram, privados de toda a beleza, no fundo dos abismos.
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