sábado, 29 de abril de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Coragem! Não tenhais medo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA, REDENTORISTA
Mostrai-nos vossa bondade! 
O refrão do salmo revela um desejo profundo de nosso coração: A sede de Deus. Rezamos no salmo: “A minha alma tem sede do Deus vivo, quando verei a face de Deus? (Sl 42,3). Queremos que a bondade de Deus ajude em nossas necessidades. Infelizmente vivemos o imediatismo espiritual. Buscamos Deus só no aperto. Pensamos muito em nós mesmos e em resolver nossos problemas. O que Deus quer é que O busquemos com toda ânsia do coração. Ele nos recrimina pela boca do profeta Jeremias: “Este povo cometeu dois pecados: Abandonou a mim, fonte de água viva e cavou para si reservatórios rachados que não podem reter a água” (Jr 2,13). A sede do coração humano, que busca coisas materiais ou milagres, não encontra satisfação. O povo abandonou a Deus e o profeta Elias procura reconduzi-lo e é perseguido. O zelo que tem por Deus e por suas coisas é para ele motivo de sofrimento. Tendo que fugir, busca refúgio no Monte Horeb onde Deus falara com Moisés. É um símbolo para que nos animemos e subamos ao encontro de Deus. Ele se tornará presente em nossa vida. Também nós temos momentos de dificuldade. Passamos pela mesma experiência de Elias. Caminhamos ao encontro de Deus. Olhemos para a experiência do profeta. Elias não encontrou Deus na confusão, mas na brisa leve. Está a nos indicar que é preciso dar atenção ao modo como encontrar Deus. Numa situação diferente, encontramos Pedro que vai ao encontro de Cristo no meio das ondas, andando sobre as águas. Andou, mas teve medo, pois sua fé era fraca. Mostrou a fragilidade, mas não perdeu a mão de Jesus. Jesus lhe recrimina a falta de fé: “Homem fraco na fé, por que duvidastes?” (Mt. 14,31). 
Ir ao encontro de Deus 
Somos chamados a ir ao encontro de Deus. Como é um mistério acima de nossos sentidos, deu-nos Jesus que é sua imagem visível. O apóstolo João fez a experiência: “Aquele que ouvimos, o que vimos com nossos olhos e nossas mãos apalparam da Palavra da Vida... nós vos anunciamos” (1Jo 1,1). Nós encontramos Deus através da fé, na Eucaristia, na pessoa do outro, nos acontecimentos da vida. Jesus diz a Tomé que exigia tocar para crer: “Felizes os que creram ser ter visto” (Jo 20,28). Cada celebração é um encontro com Deus. Sem esta experiência, não podemos progredir na fé. Vivemos, como Pedro, afundando em qualquer circunstância, ou como Elias, desanimando de viver a fé e pedindo a morte (1Rs 19,4). Deus se manifesta e de tantos modos em nossa vida. É uma questão de tomar consciência desse momento e fazer dele um alimento para a vida. Paulo sofreu por se afastar de seu povo por Cristo, mas soube vencer. 
Senhor, salva-me! 
Jesus, andando sobre as águas, foi confundido com um fantasma. O evangelista alerta o cristão em seus momentos de desespero. Pedro pediu Jesus que provasse que, se era Ele mesmo, permitisse que Pedro andasse sobre as águas. E andou. “Mas, quando sentiu a força do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me’!” (Mt 14,30). A fé em Jesus não é para fazer milagres. Justamente quando é o momento de amadurecer na fé, é que abandonam e afundam, em lugar de colocar em Jesus sua esperança. Milagres são bons. A fé é melhor. https://padreluizcarlos.wordpress.com/

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