Evangelho segundo S. Mateus 11,25-30.
Naquele
tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque
escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém
conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Vinde
a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai
sobre vós o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a
minha carga é leve».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380),
terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Diálogos, 167,
2-3
Pai, dou-Vos graças por não terdes
desprezado a vossa criatura. Não desviastes de mim o vosso rosto nem rejeitastes
os meus desejos. Vós, que sois a Luz, não considerastes as minhas trevas; Vós,
que sois a Vida, não Vos afastastes de mim, que sou a morte; Vós, que sois o
Médico supremo, poisastes os olhos na minha grande enfermidade; Vós, que sois a
pureza eterna, não Vos afastastes das minhas manchas e das minhas misérias; Vós
sois o Infinito, eu o nada; Vós sois a Sabedoria, eu a loucura. A despeito das
minhas faltas e dos inúmeros vícios que em mim existem, Vós não me desprezastes;
sim, Vós, a Sabedoria, a Bondade, a Clemência; Vós, o Bem supremo e infinito. Na
vossa luz, encontrei a luz; na vossa sabedoria, a verdade; na vossa clemência, a
caridade e o amor do próximo. Quem Vos determinou? Não foram as minhas virtudes,
foi a vossa caridade. O amor levou-Vos a aclarar o olhar da minha inteligência
pela luz da fé, para me fazer conhecer e compreender a vossa Verdade, que se
manifestava a mim.
Fazei, Senhor, que a minha memória retenha os vossos
benefícios; que a minha vontade se abrase com o fogo da vossa caridade; que esse
amor me faça derramar todo o meu sangue e que, com esse sangue dado por amor do
Sangue e com a chave da obediência, eu possa abrir a porta do céu. Peço-Vos do
fundo do coração essa graça para todas as criaturas racionais, em geral e em
particular, e para o Corpo Místico da Igreja. Confesso e não nego que me amastes
antes do meu nascimento, e que me amais até à loucura do amor.
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