Evangelho segundo S. João 3,1-8.
Havia um
fariseu chamado Nicodemos, que era um dos principais entre os judeus.Foi ter
com Jesus de noite e disse-Lhe: «Rabi, nós sabemos que vens da parte de Deus
como mestre, pois ninguém pode realizar os milagres que Tu fazes se Deus não
está com ele». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: Quem
não nascer de novo não pode ver o reino de Deus». Disse-Lhe Nicodemos: «Como
pode um homem nascer, sendo já velho? Pode entrar segunda vez no seio materno e
voltar a nascer?» Jesus respondeu: «Em verdade, em verdade te digo: Quem não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que nasceu
da carne é carne e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires por
Eu te haver dito que todos devem nascer de novo. O vento sopra onde quer:
ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com
todo aquele que nasceu do Espírito».
Tradução litúrgica da
Bíblia
Comentário do dia:
São Justino (c.100 -160),
filósofo, mártir
Primeira Apologia
Vamos expor de que maneira nós, renovados em
Cristo, nos consagrámos a Deus. Aos que estiverem persuadidos e acreditarem no
que ensinamos, e prometerem viver em conformidade com essas verdades,
exortamo-los a pedirem a Deus o perdão pelos seus pecados, com orações e jejuns,
e também nós oramos e jejuamos com eles. Depois, conduzimo-los a um lugar onde
haja água e aí são regenerados tal como nós o fomos, isto é, recebem o batismo
da água em nome do Criador e Senhor Deus de todas as coisas, do nosso Salvador
Jesus Cristo e do Espírito Santo.
De facto, Jesus Cristo disse: «Se não
nascerdes de novo, não entrareis no reino dos Céus.» Não se trata,
evidentemente, de voltar a entrar no seio materno. O profeta Isaías explicou
como podem evitar os pecados aqueles que os cometeram e fazem penitência. São
estas as suas palavras: «Lavai-vos e purificai-vos; tirai a malícia das vossas
almas e aprendei a praticar o bem.
[…] Vinde então para dialogarmos, diz o
Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, Eu os tornarei
brancos como a lã» (Is 1,16s). […] Recebemos esta maneira de agir dos Apóstolos.
No nosso primeiro nascimento, fomos gerados, sem disso termos consciência, por
um instinto natural, na mútua união dos nossos pais. Porém, para termos também
um nascimento que não seja fruto da simples natureza e da ignorância, mas de uma
escolha consciente, e obtermos pela água o perdão dos pecados cometidos, sobre o
que desejar ser regenerado e fizer penitência dos pecados é pronunciado o nome
do Criador e Senhor de todas as coisas […].
A esse batismo dá-se o nome
de iluminação, porque os iniciados nesta doutrina ficam iluminados na sua
inteligência. Mas a purificação daquele que é iluminado também se faz em nome de
Jesus Cristo, crucificado sob Pôncio Pilatos, e em nome do Espírito Santo, que,
pelos Profetas, predisse tudo o que dizia respeito a Jesus.
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