quarta-feira, 21 de julho de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Amor que constrói”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Algumas mulheres seguiam Jesus.
 
Junto ao grupo dos 12 apóstolos viajavam com Jesus algumas mulheres de nível social e econômico consistente que O ajudavam como seus discípulos com seus bens (Lc 8,1-3). O evangelho de Lucas é o evangelho que mais fala das mulheres que tiveram um papel na vida de Jesus. Lucas é o único evangelista a falar sobre as viúvas. João fala da samaritana. Os judeus e, sobretudo os rabinos, jamais falariam com uma mulher em público, mesmo sendo sua esposa. Lucas traz o fato da pecadora que tem uma atitude de profunda fé e notável afetividade: “uma mulher conhecida como pecadora entra na sala de jantar, ajoelha-se aos pés de Jesus e lava seus pés com suas lágrimas, enxuga com seus cabelos, cobre-os de beijos e unge-os com perfumes. O fato escandalizou o fariseu (Lc 7,37-39). Jesus deixa-se tocar e amar por uma mulher de coração partido. O perdão vem em totalidade depois da confissão de fé e de amor. A resposta de Jesus ao fariseu é clara: “os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem pouco se perdoa, mostra pouco amor” (47). As mulheres que se aproximam de Jesus sempre recebem um acolhimento salvador. As atitudes respeitosamente amorosas são uma reconstrução dos corações: “Tua fé te salvou. Vai em paz!” (50). A fé desperta o coração e Jesus, com seu amor, apaga a multidão dos pecados. As mulheres encontram em Jesus o respeito e a dignidade que a história lhes negou. 
A força que cura. 
O contato com Jesus é questionador, mas robustece e cura. Não se passa por Ele sem levar uma marca. Assim foram os apóstolos e as mulheres. A missão continua a mesma. De nós espera-se a mesma atitude. Ninguém deve passar por nós sem levar uma marca. De onde tiramos esta força? De Cristo como escreve Paulo: “Com Cristo eu fui pregado na Cruz. Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou” (Gl 2,20). Cristo vive em nós e continua sua vida de Redentor de todo homem. Nossa missão de cristão não se reduz a um mero exercício exterior ou social. Mas é a vida de Cristo que age em nós. Ele é a força que cura. Não tenhamos receio de acreditar na presença de Cristo em nós. A pecadora tocara em Jesus, ao amá-lo com a fé, e encontra assim a Salvação. 
Um crime que se paga caro. 
É chocante o crime de Davi, como é chocante a paga pelo pecado. Morre-lhe o filho. Certamente Deus não vive cobrando e mandando castigo. Davi, no seu encontro amoroso com Bersabé, foi causador de um mal, simbolizado na morte do Filho. A pecadora encontra Jesus e sai curada do mal que trouxe. A situação da mulher no mundo da exploração e falta de amor clama por uma cura espiritual e humana de todos os seus sofrimentos. Na medida em que temos Cristo, podemos restituir à mulher a dignidade que tem no plano da criação, o direito a uma vida plena e a receber a paz. Assim, imitando Jesus no tratamento com a mulher, poderemos escapar da paga do grave crime a que a reduzimos. 
Leituras: 2 Samuel 12,7-10.13; Salmo 31; 
Gálatas 2,16.19-21; Lucas 7,36-8,3 
Homilia do 11º Domingo do Tempo Comum
EM JUNHO DE 2004

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