PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Junto ao grupo dos 12 apóstolos viajavam com Jesus algumas mulheres de nível social e econômico consistente que O ajudavam como seus discípulos com seus bens (Lc 8,1-3). O evangelho de Lucas é o evangelho que mais fala das mulheres que tiveram um papel na vida de Jesus. Lucas é o único evangelista a falar sobre as viúvas. João fala da samaritana. Os judeus e, sobretudo os rabinos, jamais falariam com uma mulher em público, mesmo sendo sua esposa. Lucas traz o fato da pecadora que tem uma atitude de profunda fé e notável afetividade: “uma mulher conhecida como pecadora entra na sala de jantar, ajoelha-se aos pés de Jesus e lava seus pés com suas lágrimas, enxuga com seus cabelos, cobre-os de beijos e unge-os com perfumes. O fato escandalizou o fariseu (Lc 7,37-39). Jesus deixa-se tocar e amar por uma mulher de coração partido. O perdão vem em totalidade depois da confissão de fé e de amor. A resposta de Jesus ao fariseu é clara: “os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem pouco se perdoa, mostra pouco amor” (47). As mulheres que se aproximam de Jesus sempre recebem um acolhimento salvador. As atitudes respeitosamente amorosas são uma reconstrução dos corações: “Tua fé te salvou. Vai em paz!” (50). A fé desperta o coração e Jesus, com seu amor, apaga a multidão dos pecados. As mulheres encontram em Jesus o respeito e a dignidade que a história lhes negou.
A força que cura.
O contato com Jesus é questionador, mas robustece e cura. Não se passa por Ele sem levar uma marca. Assim foram os apóstolos e as mulheres. A missão continua a mesma. De nós espera-se a mesma atitude. Ninguém deve passar por nós sem levar uma marca. De onde tiramos esta força? De Cristo como escreve Paulo: “Com Cristo eu fui pregado na Cruz. Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou” (Gl 2,20). Cristo vive em nós e continua sua vida de Redentor de todo homem. Nossa missão de cristão não se reduz a um mero exercício exterior ou social. Mas é a vida de Cristo que age em nós. Ele é a força que cura. Não tenhamos receio de acreditar na presença de Cristo em nós. A pecadora tocara em Jesus, ao amá-lo com a fé, e encontra assim a Salvação.
Um crime que se paga caro.
É chocante o crime de Davi, como é chocante a paga pelo pecado. Morre-lhe o filho. Certamente Deus não vive cobrando e mandando castigo. Davi, no seu encontro amoroso com Bersabé, foi causador de um mal, simbolizado na morte do Filho. A pecadora encontra Jesus e sai curada do mal que trouxe. A situação da mulher no mundo da exploração e falta de amor clama por uma cura espiritual e humana de todos os seus sofrimentos. Na medida em que temos Cristo, podemos restituir à mulher a dignidade que tem no plano da criação, o direito a uma vida plena e a receber a paz. Assim, imitando Jesus no tratamento com a mulher, poderemos escapar da paga do grave crime a que a reduzimos.
Leituras: 2 Samuel 12,7-10.13; Salmo 31;
Gálatas 2,16.19-21; Lucas 7,36-8,3
Homilia do 11º Domingo do Tempo Comum
EM JUNHO DE 2004
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