Evangelho segundo S. Mateus 6,19-23.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a
traça e a ferrugem os destroem e os ladrões os assaltam e roubam. Acumulai
tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não os destroem e os ladrões não os
assaltam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu
coração. A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido,
todo o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu
corpo andará nas trevas. E se a luz que há em ti são trevas, como serão grandes
essas trevas!».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos
Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da
Igreja - Sermão 123
«Arrecadai tesouros no céu»
O que és tu? Rico ou pobre? Muitos me dizem:
eu sou pobre, e dizem a verdade. Conheço pobres que possuem alguma coisa e
conheço outros que são completamente indigentes. Mas eis um homem em cuja casa
abunda o ouro e a prata – oh! se ele soubesse como é pobre! E reconhecê-lo-ia se
olhasse para o pobre que tem a seu lado. Aliás, seja qual for a tua opulência,
tu que és rico, não passas de um mendigo à porta de Deus.
Chega a
hora da oração.[…] Fazes os teus pedidos a Deus; e não será o pedido uma
confissão da tua pobreza? Com efeito, tu dizes: «O pão-nosso de cada dia nos dai
hoje.» Diz-me pois, tu que pedes o teu pão de cada dia, és rico ou pobre? E
contudo, Cristo não hesita em te dizer: «Dá-Me o que Eu te dei. De facto, que
trazias tu ao vires a este mundo? Tudo o que encontraste na criação, fui Eu que
o criei. Tu nada trouxeste e nada levarás contigo. Porque não Me dás o que é
meu? Tu vives na abundância e o pobre passa necessidades; mas remonta ao início
da vossa existência: tanto tu como ele nascestes completamente nus. Pois também
tu nasceste nu. Em seguida, encontraste aqui em baixo grandes bens; mas
trouxeste por acaso alguma coisa contigo? O que te peço é pois o que te dei;
dá-Mo e Eu restituir-to-ei.»
«Tiveste-Me por teu benfeitor; torna-Me
teu devedor, e a uma taxa elevada. […] Tu dás-Me pouco e Eu restituir-te-ei
muito. Tu dás-Me os bens deste mundo e Eu dar-te-ei os tesouros do céu. Tu
dás-Me riquezas temporais e Eu instalar-te-ei sobre as posses eternas. Dar-to-ei
quando tiver tomado posse de ti.»
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