A Ressurreição não é um mito. O Mito
é importante. Não é uma historiazinha. É a leitura feita sobre o ser humano que
retrata sua identidade. São muito conhecidos os estudos psicológicos que
analisam o ser humano a partir dos mitos. Mas a Ressurreição não é um mito e se
refere primeiramente a Jesus e só depois a nós. A ação de Deus ressuscitando
Jesus se dirige a nós na condição de participantes. Ele morreu e ressuscitou
para nos salvar, isto é, introduzir-nos no mistério de Deus, na vida íntima da
Trindade. A graça da Ressurreição atinge todo o cosmo e nosso pequeno universo,
pois tudo se dirige e se recapitula em Cristo (Ef 1,10) e tudo é
restaurado Nêle (Rm 8,1). A natureza, como nos ensina
Papa Francisco, “tem a ver com o projeto amoroso de Deus e cada criatura tem
valor e significado... A criação só se pode conceber como um dom que vem das
mãos abertas do Pai como uma realidade iluminada pelo amor que nos chama a uma
comunhão universal” (LS 76). “Cada criatura é objeto da
ternura do Pai que lhe atribui um lugar no mundo. Até a vida efêmera do ser
mais insignificante é objeto de seu amor, e naqueles poucos segundos de
existência” (Id 77). O mito do progresso ilimitado
perdeu o significado da natureza. O amor de Deus é continuado pelo homem que
recebeu a missão de amar esse mundo e conduzi-lo à sua plena realização.
Destruir a natureza é destruir o ser humano.
1716.
Restauração do mundo
Ao ver o mundo com suas belezas
por que pensar em restauração do universo?O que aconteceu? O homem se fez dono,
rei da criação. Tudo isso na pior concepção de propriedade e realeza. Ninguém é
dono do mundo como se sua existência fosse deu um dono absoluto. Ser dono, no
conceito de Jesus é servir para que o universo seja sempre servidor também da
humanidade. O rei se pôs como ditador opressor. O rei ou dirigente, como diz
Jesus a Pilatos, tem o poder vindo de Deus: “Tu não terias esse poder se não
lhe fosse dado pelo alto” (Jo 19,11). O governante
está no lugar de Deus para cuidar do mundo e das pessoas. A frase do primeiro
capítulo “Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra e dominai-a” (Gn
1,28)
quer dizer pisar com o pé. Este está ligado ao erro cometido pela humanidade de
ter transformado a natureza em divindade dominadora. Era uma recuperação da
natureza. Podemos entender que a natureza volte a sua missão de serviço. Tanto
se põe a serviço que seu fim não é um término, mas uma continuação, tamanha é
sua força de renovação. O serviço que a natureza presta é a promoção da vida
como alimento, remédio, educação, habitação, encanto e descanso. S. Bernardo
diz: “Tu encontrarás mais coisas nas florestas que nos livros”. A rainha de
Sabá diz de Salomão conhecia do cedro do Líbano ao musgo do muro (1Rs
4,33).
O que não faz uma sombra ao homem e animais? Por isso o caminho do progresso
tem que ter esse caminho.
1717. Pelo mundo
se vai a Deus
Paulo ensina que
a natureza espera sua libertação que acontecerá na libertação dos filhos de
Deus. O filho de Deus vive na casa que o Pai lhe deu para sua caminhada para o
Céu. Ela nos faz perceber a grandeza e o carinho do Criador. Quanta beleza!
Quanto mais protege a natureza, mais protegerá os filhos de Deus. Papa Francisco
diz: “A contemplação da criação permite-nos descobrir ensinamentos que Deus
quer nos transmitir através de cada coisa. Como só conhecemos bem quando vemos
o outro, do mesmo modo, só seremos completos contemplando-nos na criação, pois
também nós somos criaturas.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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