segunda-feira, 25 de abril de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Energia da Ressurreição no mundo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA  CSsR
1720. Um projeto com energia própria 
Ainda iluminados pela alegria do tempo pascal, lemos nas narrativas do livro dos Atos dos Apóstolos, suas peripécias. Eles se transformaram após a Ressurreição. De homens humildes se tornam iniciadores de um novo modo de vida. Certamente podemos ver que tudo isso levou seu tempo e tem também finalidade pedagógica. Não podemos negar os fatos e os resultados. A energia de vida que agiu em Jesus está presente nos discípulos. Celebrar a Ressurreição não é só celebrar uma festa um dia por ano. É responder a um projeto implantado no mundo por Jesus. A energia é a força Divina da Pessoa de Jesus que agora vive e é Senhor. Os discípulos são um exemplo muito claro. Eles se transformaram. Assim também a Ressurreição infunde no mundo uma vida nova. Não depende de nós. Onde há o crescimento do amor, da vida e da vitalidade do mundo das pessoas, é o sinal claro dessa força. Podemos desconhecer esta presença de Jesus Ressuscitado. Isso não muda a realidade. Podemos dar outros nomes, mas não muda o conteúdo. A Ressurreição invade o Universo. “Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e renovareis a face da terra”. Onde existe o bem, aí Deus está. Onde existe o mal, aí temos a mesma recusa da Vida e da Pessoa de Jesus. Paulo escreve que há um inimigo a ser vencido. O último será a morte, quando Ele entregar o mundo a Deus seu Pai (1Cor 15,24). Dominar não é sinônimo de opressão, mas de promoção. Essa energia transformadora é a mesma que deu Vida ao corpo de Jesus. Não vermos não quer dizer que não existe. 
1721. Já, mas ainda não 
Temos posse de nossos bens. Na posse dos bens espirituais vivemos o “já temos, mas ainda não” chegamos à posse total. Esse é o estímulo para a busca sempre mais constante. Não é incerteza. É garantia, pois temos o Espírito Santo como penhor (1Cor 1,22). Esse modo de Deus agir conosco corresponde ao que Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). É um continuo seguir Jesus no caminho do Calvário para chegar ao fruto da Ressurreição. É um estímulo a não parar no conhecimento de Cristo e no poder de sua Ressurreição. É uma força interior que condiz muito bem com a Vida de Cristo em nós: crescer na correspondência ao projeto de Deus. É uma caminhada eterna. Ninguém pode dizer que já fez tudo para Deus. Somos servos inúteis, diz o evangelho. Fizemos o que devíamos ter feito (Lc 17,10). A inutilidade não se refere a que não prestamos, mas que nosso pagamento é sempre poder servir mais e melhor. Nunca chegaremos a satisfazer completamente a medida, pois esta será uma meta da eternidade feliz. O descanso é Deus. A batalha é o repouso ativo. Estamos sempre no começo. 
1722. Força dos pequenos 
Sabemos que são os pobres e os pequenos que correspondem melhor ao chamado de Deus nessa porção visível que é a Igreja. O Reino é maior que a Igreja. Esta, sempre procura apresentá-lo melhor. Jesus disse: “Não tenhais medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-vos o Reino (Lc 12,32). Somente os que, se fazem pequenos é que são os maiores. A grandeza está em ser sempre aberto a essa força interior de transformação do mundo. A energia da Ressurreição levou os apóstolos a se entregarem totalmente. Quem não tem tempo para o Reino transformante que Jesus implantou, não conseguirá conhecer sua beleza e saborear o prazer de se entregar. Esses poderão ouvir: vinde benditos de meu Pai para tomar posse do Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo ( Mt 25,34).

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