Evangelho segundo S. Lucas 1,26-38.
Naquele
tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada
Nazaré,a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente
de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o
Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com
estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não
temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à
luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á
Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará
eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse
ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua
sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua
parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês
daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria
disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380),
terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Oração de 25
de Março 1379
«O Omnipotente fez em mim maravilhas» (Lc 1,49)
Maria, templo da Trindade, lar do fogo
divino, Mãe de misericórdia [...], tu és o tronco novo (Is 11,1) que produziu a
flor que inebria o mundo, o Verbo, o Filho único de Deus. Foi em ti, terra
fecunda, que este verbo foi semeado (Mt 13,3s). Tu escondeste o fogo na cinza da
nossa humanidade. Vaso de humildade onde arde a luz da verdadeira sabedoria
[...], pelo fogo do teu amor, pela chama da tua humildade, atraíste a ti e para
nós o Pai eterno. [...]
Graças a esta luz, ó Maria, não foste como as
virgens insensatas (Mt 25,1s), mas estavas cheia da virtude da prudência. Foi
por isso que quiseste saber como se poderia cumprir o que o anjo te anunciava.
Tu sabias que «a Deus nada é impossível» e não tinhas qualquer dúvida sobre
isso; então porque disseste: «eu não conheço homem»?
Não era a fé que te
faltava; foi a tua humildade profunda que te fez dizê-lo. Não duvidavas do poder
de Deus, mas consideravas-te indigna de tão grande prodígio. Se te perturbaste
com a palavra do anjo, não foi por medo. À luz do próprio Deus, parece-me que
foi mais por admiração. E que admiravas tu, ó Maria, senão a imensidade da
bondade de Deus? Olhando para ti própria, julgavas-te indigna daquela graça e
ficaste estupefacta. A tua pergunta é a prova da tua humildade. Não estavas
cheia de medo, mas unicamente de admiração diante da imensa bondade de Deus,
comparada com a tua pequenez, com a tua humilde condição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário