Evangelho segundo São Lucas 19,45-48.
Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores,
dizendo-lhes: «Está escrito: "A minha casa é casa de oração", e "vós fizestes dela um covil de ladrões"».
Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar-Lhe a morte,
mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.
Tradução litúrgica da Bíblia
Bispo de Hipona(norte de África),
doutor da Igreja
Sermão sobre o Salmo130,§3
«Todo o povo ficava maravilhado
quando O ouvia»
Rezamos no templo de Deus quando rezamos na paz da Igreja, na unidade do corpo de Cristo, porque o corpo de Cristo é constituído pela multidão dos crentes espalhados por toda a Terra. Para sermos atendidos, é neste templo que temos de rezar, «em espírito e verdade» (Jo 4,23), e não no Templo material de Jerusalém. Este era «uma sombra das coisas que hão de vir» (Col 2,17), e por isso caiu em ruínas. Este Templo que caiu não podia ser a casa de oração da qual foi dito: «A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos» (Mc 11,17; Is 56,7).
Terão sido os que a transformaram num «covil de ladrões» realmente os causadores da sua queda? Assim também, os que levam na Igreja uma vida de desordem, os que procuram fazer da casa de Deus um covil de ladrões, não poderão destruir este templo. Mas virá o tempo em que serão expulsos pelo chicote dos seus pecados. A assembleia dos fiéis, templo de Deus e corpo de Cristo, tem uma só voz e canta como um só homem. Se quisermos, essa voz será a nossa; se quisermos, ao escutar este cântico, também nós o entoaremos no nosso coração.
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