PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 46 ANOS SACERDOTE |
Se pela oração nos mostramos filhos de Deus, pela mesma oração nós nos fazemos mais fraternos, mais irmãos. Há uma necessidade de desbloquear a oração do individualismo. Fechado em si mesmo, o indivíduo só pensa em si e nos seus problemas, ou mesmo nos problemas mais próximos e se esquece que o mundo dos irmãos supera essas fronteiras. Jesus, ao nos ensinar o mandamento do amor, incluiu nele o grande serviço da oração. É comum encontrarmos nos textos bíblicos o convite a rezar uns pelos outros. João diz em sua carta: “Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduz à morte, que ele ore e Deus dará a vida a este irmão” (1 Jo 5,16). “Orai uns pelos outros” (Tg 5,16). Paulo, escrevendo a Timóteo insiste que rezemos por todos: “Eu recomendo, pois, antes de tudo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens a fim de que levem uma vida calma e serena, com toda a piedade e dignidade. Eis o que é bom e aceitável a Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,1-4). Rezando uns pelos outros – seja pedindo, suplicando, agradecendo – estamos realizando o amor fraterno. Que melhor podemos fazer do que estar diante de Deus uns pelos outros? Na comunicação das riquezas espirituais que temos no corpo de Cristo, estamos nos enriquecendo e salvando mutuamente.
A força da oração fraterna
O amor que Jesus nos ensinou e transmitiu com sua vida e exemplos, inclui também a oração, pois “não só de pão vive o homem” (Mt 4,4). Dar o pão para matar a fome inclui também o pão da oração que matará a fome de Deus. Rezar uns pelos outros tem grande poder. Ouvimos que certas pessoas têm um poder muito grande de intercessão. Bom, pois sabem rezar. Mas todos podem fazê-lo e com grande poder, pois a oração uns pelos outros mostra a grandeza de nosso coração e nossa capacidade de amar que supera nossas fraquezas e pecados. A oração de intercessão é de grande poder, pois ela nasce da co-responsabilidade que temos na caridade. Seu poder vem de sua pureza. Não parte de interesses pessoais e até pequenos (que Deus entende e atende) mas parte do amor que temos. Eu garanto a Deus que meu irmão necessita. Eu me empenho diante de Deus. Os filhos rezam ao Pai pelas necessidades dos irmãos. Podemos ver no exemplo de Jesus quando diz a Pedro que ele O vai negar: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para te peneirar como trigo; Eu, porém, orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça” (Lc 22,31). Que força de oração que sustenta Pedro na sua tentação. Jesus continua em sua oração por nós: “Por eles eu rogo, não rogo pelo mundo, mas pelos que me deste, porque são teus” (Jo 17,9). Ele continua a interceder por nós junto do Pai (Hb 7,25). É gostoso saber que reza por cada um.
É uma forma de amar
Diante desta riqueza de oração uns pelos outros podemos aprender a rezar melhor. Oração não pode consistir em recitar fórmulas, mesmo que seja a oração litúrgica e oficial. Mesmo sendo escrita, deve sempre ter como conteúdo o olhar amoroso pelos irmãos, agradecendo, suplicando e pedindo por todos. Os pastorzinhos de Fátima rezavam por aqueles que não amam e não se arrependem. Se me ponho diante de Deus por você, demonstro que te amo e muito. Rezar é uma forma excelente de amar. Aproveite sua oração, seja o terço ou orações espontâneas. Reze pelo outros.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM ABRIL DE 2005
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