segunda-feira, 15 de outubro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA - “Guerra pouco santa”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
1546. Batalha entre fiéis
            Na história da humanidade sempre aconteceram guerras e grandes com mortos a perder de conta. Os motivos são os mais diversos, desde a sede de domínio até a busca de comida. Poucos foram os anos em que houve paz. E estes eram ocupados com a preparação das guerras. Há um provérbio latino que diz: “Si vis pacem, para bellum” (se queres a paz, prepara a guerra). Em Roma há um altar, chamado altar da paz. Depois de massacrarem os povos chamados bárbaros, conquistaram a paz. Altar de onde corre tanto sangue inocente. A pior guerra é a que está dentro de nós e entre os cristãos. O ódio que se instaura em grupos cristãos ou contra outros é a maior falta de testemunho dos que crêem no Evangelho de Jesus. No passado essas guerras entre cristãos de várias tendências eram políticam e orientadas pela ganância e sede de poder. Papa Francisco vê guerras ao longe, mas preferentemente as vê dentro das comunidades. Ele sabe bem como acontece. As guerras entre os cristãos nas comunidades se fazem pela ganância de poder. As paróquias e comunidades estão sempre em brigas, fofocas, maledicências, ciúmes, discórdias, divisões, invejas etc... (Gl 5,13ss). Pouco se busca o espiritual. O que acontece é um testemunho claro da falta fé e da coerência de vida. O Papa lembra o Evangelho: “Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13,35). Isso é já antigo. Paulo escreve: “Mas se vos mordeis e vos devorais reciprocamente, cuidado não aconteça que vos elimineis uns aos outros” (Gl 5,15). Essas guerras se avolumam e chegam ao que nós presenciamos no mundo. Na Ceia Jesus deixa como último desejo “Que todos sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,21). Sem a união, perdemos a batalha.
1547. O mal dos bons
            Nossas fragilidades prejudicam o crescimento do Reino de Deus e do mundo. O mundo precisa de nossa fé e de nossa fraternidade coerente. Nosso testemunho é menor que a graça de Deus, mas podemos obstruir seus caminhos. Dizer-se cristão significa uma atitude de vida. É este o testemunho que a sociedade pede de nós e precisa. Podem criticar, mas sabem que estamos na verdade. Esse assunto não é só piedoso, é o que resolve. A fraternidade é o caminho e a solução para todas as questões tanto espirituais como materiais. Aliás, sem o espiritual o material não tem conteúdo; sem material o espiritual não tem fundamento. Somos carne e alma. Papa Francisco em o nº 100 comenta sobre os bons: “Dói-me comprovar como em algumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação vingança, ciúme, desejo de impor as próprias ideias a todo custo e até perseguições... Como queremos evangelizar com estes comportamentos”?
1548. A guerra que resolve.
O Papa parece dar conselhos piedosos, como um pároco de roça. Mas o que adianta fazer belos documentos e tratados se vão parar nas bibliotecas. O importante é resolver. Por isso insiste no amor, como Jesus o fez. Diz: “Como nos faz bem, apesar de tudo, amar-nos uns aos outros!” Lembra a frase de Paulo: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vende o mal com o bem” (Rm 12,21). Nós temos dificuldades com as pessoas e às vezes muita dificuldade. Como viver isso na realidade da comunidade? Papa Francisco nos exorta: “Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização... Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (EG 101).    
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