PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
Contemplamos um túmulo vazio com os lençóis
(sudário) que envolveram Jesus conforme o costume do sepultamento judeu.
Ungiram o túmulo com grande quantidade de mirra e aloés (um tipo babosa).
Fecharam o túmulo e lacraram a pedra que lhe fechou a entrada. No dia seguinte
as mulheres vieram terminar o serviço fúnebre incompleto pela pressa do
sepultamento. Naquele momento começou algo totalmente novo para a humanidade. O mundo agora está pleno da vida de alguém que
estava morto e agora vive. A cultura cristã ocidental não assumiu a
Ressurreição como os cristãos orientais assumiram. Para nós, sobretudo no
Brasil, a Semana Santa termina com a procissão do enterro. Há razões para isso.
A Ressurreição, contudo, tem muito a ver conosco. Não podemos falar somente na
ressurreição de Jesus, mas entender que estamos unidos a Ele. É uma nova fase
da humanidade. O que cremos é para todos. Jesus não é expressão de uma
religião, mas de um Redentor que se põe a serviço da humanidade. Estamos unidos
a Ele, pois assumindo nossa humanidade no seio da Virgem Maria, uniu todos a
Ele. Nele o Universo encontra seu sentido e seu futuro. Como participamos de
seu corpo, pois somos membros do Cristo Total, Cristo é a cabeça e nós os
membros. Ele assumiu nossas dores e morreu carregando nossas culpas. Ao
ressuscitar, levou-nos consigo. Abriu a todos os homens e mulheres as portas do
Paraíso. De seu coração, aberto pela lança, corre agora o rio da Vida para a
vida de todos. Ninguém será excluído. Mesmo não crendo, estamos unidos a Ele.
Ser Igreja não é ser grupo separado. É ser testemunha dessa Vida Nova. Cada um
participa a seu modo.
1559.
Morrer em Cristo
A
união a Cristo não é feita somente por atos de piedade. Há muita gente que
pratica tantas coisas bonitas, mas não morre para si mesmo para que Cristo viva.
É preciso morrer para poder viver. Jesus ensina que para segui-Lo é preciso
deixar tudo e tomar a cruz. Não se trata de dor ou desconforto. É uma opção de
ter Jesus como fonte de vida orientada pelo evangelho. A Páscoa ensina a crer
em Jesus, arrepender-se, converter-se dos pecados e ser batizado. O Batismo é o
sacramento pelo qual morremos para nós mesmos, cremos em Jesus e nos unimos a
seu corpo que se manifesta na Igreja. Unir-se a Cristo na comunidade é pensar
nos outros. Esta é a maior morte: sair de si mesmo e pensar no outro. Isso não
é suicídio espiritual, mas é a descoberta de si mesmo como dom para os
outros. Dom usado se multiplica a nosso
favor. Quer ser grande? Ponha-se a serviço. Os homens que se dedicaram aos
outros, são os que permanecem vivos na memória da humanidade.
1560.
Unir-se em Cristo
A opção por Cristo nos faz comunidade. Não há fé cristã sem comunidade
aberta. Somos todos parte do Corpo Místico de Cristo. A Ressurreição é um
chamado a termos coragem de acreditar na vida, no ser humano e em todo o
universo. Jesus Ressuscitado uniu a Si todas as pessoas. Por isso estamos
unidos uns aos outros pelos laços da fé, do amor e da esperança de um mundo que
há de vir e que se constrói agora. O Corpo de Cristo não acolhe só um grupinho
de privilegiados, mas todos os homens e mulheres de todos os tempos. Ninguém
fica fora. Esse corpo espiritual se manifesta na comunidade aberta a acolher,
amar e servir os outros. Pensar só em meu grupo e em minha igreja é negar a
Ressurreição de Cristo que morreu e viveu para que todos tenham vida a partir
da sua vida e unidos a sua missão. Páscoa é passagem, não é estacionamento.
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