quinta-feira, 25 de outubro de 2018

REFLETINDO A PALAVRA-“Ressuscitastes com Cristo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
1558. Unidos a Cristo em sua Ressurreição
             Contemplamos um túmulo vazio com os lençóis (sudário) que envolveram Jesus conforme o costume do sepultamento judeu. Ungiram o túmulo com grande quantidade de mirra e aloés (um tipo babosa). Fecharam o túmulo e lacraram a pedra que lhe fechou a entrada. No dia seguinte as mulheres vieram terminar o serviço fúnebre incompleto pela pressa do sepultamento. Naquele momento começou algo totalmente novo para a humanidade.  O mundo agora está pleno da vida de alguém que estava morto e agora vive. A cultura cristã ocidental não assumiu a Ressurreição como os cristãos orientais assumiram. Para nós, sobretudo no Brasil, a Semana Santa termina com a procissão do enterro. Há razões para isso. A Ressurreição, contudo, tem muito a ver conosco. Não podemos falar somente na ressurreição de Jesus, mas entender que estamos unidos a Ele. É uma nova fase da humanidade. O que cremos é para todos. Jesus não é expressão de uma religião, mas de um Redentor que se põe a serviço da humanidade. Estamos unidos a Ele, pois assumindo nossa humanidade no seio da Virgem Maria, uniu todos a Ele. Nele o Universo encontra seu sentido e seu futuro. Como participamos de seu corpo, pois somos membros do Cristo Total, Cristo é a cabeça e nós os membros. Ele assumiu nossas dores e morreu carregando nossas culpas. Ao ressuscitar, levou-nos consigo. Abriu a todos os homens e mulheres as portas do Paraíso. De seu coração, aberto pela lança, corre agora o rio da Vida para a vida de todos. Ninguém será excluído. Mesmo não crendo, estamos unidos a Ele. Ser Igreja não é ser grupo separado. É ser testemunha dessa Vida Nova. Cada um participa a seu modo.
1559. Morrer em Cristo
            A união a Cristo não é feita somente por atos de piedade. Há muita gente que pratica tantas coisas bonitas, mas não morre para si mesmo para que Cristo viva. É preciso morrer para poder viver. Jesus ensina que para segui-Lo é preciso deixar tudo e tomar a cruz. Não se trata de dor ou desconforto. É uma opção de ter Jesus como fonte de vida orientada pelo evangelho. A Páscoa ensina a crer em Jesus, arrepender-se, converter-se dos pecados e ser batizado. O Batismo é o sacramento pelo qual morremos para nós mesmos, cremos em Jesus e nos unimos a seu corpo que se manifesta na Igreja. Unir-se a Cristo na comunidade é pensar nos outros. Esta é a maior morte: sair de si mesmo e pensar no outro. Isso não é suicídio espiritual, mas é a descoberta de si mesmo como dom para os outros.  Dom usado se multiplica a nosso favor. Quer ser grande? Ponha-se a serviço. Os homens que se dedicaram aos outros, são os que permanecem vivos na memória da humanidade.
1560. Unir-se em Cristo
A opção por Cristo nos faz comunidade. Não há fé cristã sem comunidade aberta. Somos todos parte do Corpo Místico de Cristo. A Ressurreição é um chamado a termos coragem de acreditar na vida, no ser humano e em todo o universo. Jesus Ressuscitado uniu a Si todas as pessoas. Por isso estamos unidos uns aos outros pelos laços da fé, do amor e da esperança de um mundo que há de vir e que se constrói agora. O Corpo de Cristo não acolhe só um grupinho de privilegiados, mas todos os homens e mulheres de todos os tempos. Ninguém fica fora. Esse corpo espiritual se manifesta na comunidade aberta a acolher, amar e servir os outros. Pensar só em meu grupo e em minha igreja é negar a Ressurreição de Cristo que morreu e viveu para que todos tenham vida a partir da sua vida e unidos a sua missão. Páscoa é passagem, não é estacionamento.

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