PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
2076. Um dom
para a Igreja
Celebramos S.
Afonso (01.08). Nós redentoristas não valorizamos
o tesouro que temos em nosso fundador e em outros heróis da Congregação. O
apreço acontece quando somos capazes de levar adiante o dom que receberam para
o bem da Igreja. Não adianta jogar muito incenso, se não fizermos nossa parte
no Reino de Deus. O santo pertence à Igreja, ao mundo e não a um grupo. Cada
pessoa tem um carisma que é uma missão. Cada congregação também tem um carisma
que foi um dom dado à Igreja. Tanto é que as normas de vida são aprovadas pela
Igreja para justamente salvar a integridade do dom a ela concedido. Ele é uma
leitura do Evangelho numa situação concreta. Essa leitura se desenvolve de
acordo com as mudanças que ocorrem na realidade inicial. É importante essa
análise, pois o carisma é dinâmico. Ser fiel ao fundador e às práticas
históricas não é repetir o que fizeram, mas ter sua capacidade de responder com
o mesmo ardor diante das necessidades que serão sempre novas. O carisma não é
um museu. É um dinamismo o Espírito Santo para o bem da Igreja. Voltar às
fontes, como nos convocou o Concílio Vaticano II, não é repetir, mas assumir o
mesmo carisma em situações diferentes. Repetir por repetir, pode ser até fazer
o contrário. S. Afonso entendeu que a aplicação prática seria diferente de
acordo com os lugares. Podemos fazer pergunta: “O que faria hoje S. Afonso
diante das novas situações e dos novos meios que possuímos”?Podemos fazer muito
mais.
2077. Um modelo
que estimula
Na veneração dos santos queremos
mais aproveitar de sua missão de intercessores que modelo que estimula. Ninguém
nasce santo nem fica de uma hora para outra isento de todos os problemas e
pecados. Eram frágeis como nós, mas tiveram a mesma batalha para vencer os
males e fazer o bem. Afonso tinha uma preocupação muito grande que era fazer semprea
vontade de Deus. Quando teve a inspiração de fundar a Congregação, não pensou
se devia ou não, mas se essa era a vontade de Deus. Por isso consultou pessoas
de grande competência. Depois, como diz o biógrafo, “acertado da vontade de
Deus, deixou definitivamente Nápoles, foi para Scala para viver entre os
casebres e os currais”. É preciso muito empenho para saber qual é a vontade de
Deus. Tendo definido sua opção primeira que foi por Cristo e seu Evangelho,
definiu o campo de trabalho, a opção pelos abandonados, o que caracterizou sua
atividade. Para isso dirige toda sua vida, suas opções pastorais e intelectuais.
E transforma essa opção em um modo de vida. Sua Congregação deverá estar
voltada para os mais abandonados como lugar de vida, atividades e modo de ação.
Se deixarmos esse caminho e não sermos continuadores dos dons de nossos santos,
perdemos nosso sentido na Igreja e de Congregação.
2078. Uma
proposta nova
O carisma deve
ser vivido pela Igreja. Por isso não olhamos para o futuro pensando que a
realidade é a mesma do passado. O dinamismo é que deve ser o mesmo. Os modos
como fazer são os que melhor possam atender ao momento. Onde S. Afonso encontraria os cabreiros de
hoje? Naquele tempo era no campo. E agora? Ele usou o método que já usava
anteriormente: as missões. Qual é o meio que usaremos hoje? Missão, sim. Mas
como? Como usar a mídia? O maior instrumento que ele usou foi seu amor a Deus e
sua preocupação com a salvação de todos. Hoje pensamos na salvação integral de
todos, envolvendo todas as forças possíveis para a missão? Só assim seremos
fiéis à Igreja. Todos nós somos convocados à missão.
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