domingo, 19 de agosto de 2018

Homilia da Assunção de Maria (19.08.18)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
“Assunção de Maria” 
Bendita és tu entre as mulheres
            Celebramos na Assunção que é mais um privilégio magnífico da Virgem Maria, Mãe de Deus, Imaculada em sua concepção. Por esses preciosos dons que Deus lhe deu, temos quase como por consequência, sua Assunção ao Céu em corpo e alma. Aquela mulher, unida intimamente pela natureza e pela graça à pessoa de Jesus, “terminado o curso de sua vida terrena, foi levada em corpo e alma ao Céu”. Não sabemos como foi seu fim na terra, mas como é sua glória no Céu. A Igreja demorou um tempo para iniciar a celebração desse mistério de Maria que é como uma consequência de todos seus privilégios. Esse lhe foi concedido pela Ressurreição de Jesus. “Se em Adão todos morremos, em Cristo todos somos vivificados” (1Cor 15,22). O fundamento do dogma da Assunção de Maria encontra-se na permanente união de Maria com Cristo através de sua maternidade. O filho é sempre uma continuação do corpo da mãe e em razão de sua Imaculada Conceição. Como não poderia o corpo de Cristo conhecer a corrupção. Assim também o Corpo da Mãe, que não participara do pecado, não poderia se corromper. Se é destino de todo ser humano a morte, devido ao pecado. Maria, não tendo o pecado original, tinha a participação total da graça. A glória de Maria é acolher a Glória de Deus em sua contínua manifestação aos filhos queridos. Ela participa da glória de Deus, para manifestar também a certeza da glorificação dos filhos.
O Senhor fez maravilhas
             Temos o costume de ver os mistérios de Cristo como um momento e ali se encerra. Contudo, seus mistérios de salvação e vivificação permanecem como vida do povo de Deus. Nós vivemos o mistério da permanente assunção de todos para Deus. É a Ressurreição que toma nossa vida cristã. Estamos sempre a caminho do Céu, pois Deus nos atrai a Si.  O livro do Apocalipse narra que “Abriu-se o templo de Deus que está no céu e apareceu no Templo a Arca da Aliança (Ap 11,19ª). A Arca era a presença de Deus no meio do povo. Em Maria tornou realidade o que era símbolo. Ela tinha em si o maná, Pão da Vida; a Palavra Viva que eram os mandamentos; e o sacerdócio, que era a vara de Aarão (esses objetos estavam dentro da arca no deserto). Agora nós os encontramos em Maria. Ela é a realização do que diz o Apocalipse: “Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de Sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Maria, imagem da Igreja, é para todos a certeza da presença de Deus.  Ela louva a Deus por sua grandiosa generosidade. Ela não a tem para si, mas para todos os filhos. A grandiosidade de Maria a leva à maior humildade: “O Senhor olhou a humildade de sua serva”. Mas reconhece que essa ação de Deus é para o bem de toda a Igreja: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada. Honrar Maria é elevar a Igreja.
O dragão perseguiu a mulher.
            Simeão disse que uma espada de dor atravessaria a alma de Maria (Lc 2,35). O dragão continua perseguindo para devorar os filhos da Igreja. Vemos tantos que não compreendem o mistério de Maria. Por que?  A dor do Filho fere o coração da Mãe. O dragão quer Filho que é Homem e Deus? Por isso persegue os filhos. O Mal está fazendo o mal. O amor a Maria e sua presença na vida da Igreja são uma característica da vida de Cristo em nós. Quanto mais amamos Cristo em seu mistério de Redenção, mais encontramos sua Mãe. A festa da Assunção de Maria nos eleva a ver nossa condição de filhos que buscam a Mãe na casa do Pai. O mal do mundo será minorado na medida em que formos de Deus em Maria.
Leituras:
Apocalipse 11,19ª;12,1.3-6ª;Salmo 44; 1 Coríntios 15,20-27ª;Lucas 1,39-56                                      
1.    O fundamento do dogma da Assunção de Maria encontra-se na permanente união de Maria com Cristo através de sua maternidade.
2.      A Arca era a presença de Deus no meio do povo. Em Maria tornou realidade o que era símbolo.
3.      O amor a Maria e sua presença na vida da Igreja são uma característica da vida de Cristo em nós. 
            Escadinha do Céu 
            Jacó sonhou com uma escada que subia da terra ao céu (Gn 28,10-19). É um símbolo de Maria. Em Aparecida havia um lugar onde distribuíam ajuda aos pobres. Era chamado de “Escadinha do Céu”. Crer na Assunção de Maria é crer no mandamento de Jesus de amar o próximo. Assim fazemos nossa assunção, buscando com o coração e sendo levados pelo amor de Deus. Nada de milagres. O grande milagre e o grande dom de Deus é o amor.
            Viver atentos às coisas do alto para participar de sua glória. É incomensurável a alegria de quem ama. É maravilhosa a alegria de quem ama Maria e a tem como sua alegria.          
            Maria, com seu canto “Minha alma engrandece o Senhor”, nos dá a lição fundamental da ação de Deus em nós: Reconhecer sua grandeza, nossa pequenez e a glória de poder servir os necessitados.
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