O amor foi cantado em versos e em prosa
ao longo dos séculos. Só Jesus cantou todos os versos. Continuando a recusa a
sua pessoa e doutrina, os chefes do povo, seus opositores, colocaram questões
fundamentais sobre moral, política, teologia e outras. No texto de hoje
chegaram à disputa sobre qual era ponto fundamental da fé. Havia diversas
opiniões. Uns colocavam o centro da fé nos sacrifícios, outros na observância
da lei etc... Perguntaram: “Qual é o maior mandamento?” Aquele que dá sentido a
tudo mais. Com sua resposta Jesus define a raiz e meta de toda sua doutrina,
sua vida e a vida cristã. Para provar cita um texto que judeus recitam três
vezes ao dia. E acrescenta que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro. Lembra
o livro do Levítico: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Semelhante
em grego (hómoios), não significa que é parecido, mas indica identidade de substância
e valor. Jesus une os dois mandamentos. Os mandamentos referentes ao próximo
têm o mesmo valor do mandamento do amor a Deus. Se o amor a Deus é fonte e a
meta, o segundo mandamento é o campo onde acontece e garante que o amor a Deus
é verdadeiro. São João diz: “Quem não ama o seu irmão a quem vê, a Deus que não
vê, não poderá amar” (1Jo
4,20). Dizendo que dele depende toda a Lei e os profetas, isto é, o
culto, a justiça, a vida social, a econômica e a moral. Seu interlocutor
concorda dizendo que o amor a Deus e ao próximo “vale mais que todos os
holocaustos e todos os sacrifícios” (Mc 12,33). Este mandamento dá unidade à vida.
Deus
carinhoso.
O Papa João Paulo I chamou Deus de Mãe, não pela razão de gênero, mas
pelos sentimentos que manifesta. Amar como Deus ama. Amar não significa gostar
por prazer pessoal. Deus ama por inteiro. Ele é o defensor e protetor dos
oprimidos, por isso, quem o ama, tem que amar o que Ele ama e como ama. Exige
cuidado divino nos relacionamentos concretos do dia a dia como o empréstimo e o
penhor. Deus é como a mãe que se preocupa se o filhinho está descoberto durante
a noite: “Se tomares como penhor o manto, deves devolvê-lo antes do por do sol.
Pois é a única veste e coberta que tem para dormir” (Ex 22,25-26). Esta á a religião de
Jesus. O resto, se não passar pelo filtro do amor de Deus não o é. A Escritura
mostra a preocupação de Deus com os pobres e oprimidos. Temos o exemplo luminar
do Papa Francisco que do outro Francisco tirou o estímulo a ser pobre e cuidar
dos pobres. A conversão da Igreja deve ser real para ser profunda em direção ao
amor.
Missão,
fruto do amor.
Estamos no domingo das Missões. Paulo ensina que a evangelização se faz
também pelo testemunho da vivência da fé. A coerência de vida dos
Tessalonicenses era uma evangelização: “A partir de vós, a Palavra do Senhor se
divulgou não só na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por
toda parte” (1Ts 1,8).
As obras falam mais que as palavras. Papa Francisco ensina que a obra
missionária da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que ilumina o
caminho, que traz esperança e amor. Anunciar o evangelho é a maior forma de
amar. Levar o Evangelho é uma obra do amor a Deus. Quem ama Deus e ama o
próximo, procurará levar outros a conhecerem o mesmo amor. Transmitir o
Evangelho não é somente falar, mas manifestar por obras o que se crê. A maior
obra da fé é o cuidado com os desprotegidos, dos pobres e necessitados (Ex 22,20-26). A
Eucaristia é a escola onde aprendemos a amar como Jesus amou. Só Deus é assim.
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