quarta-feira, 12 de agosto de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Eu sou o bom Pastor”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Minhas ovelhas escutam minha voz
            Jesus afirma: Eu sou o bom Pastor. A afirmação EU SOU é o nome que Deus dá a Si mesmo quando fala com Moisés no alto do monte Horeb. A manifestação de Deus tinha como objetivo a salvação do povo. Jesus, ao afirmar EU SOU o bom Pastor, retoma esse pensamento amoroso de Deus que quer salvar, sobretudo unindo-se aos seus pelos laços do amor. O povo de Deus é sua propriedade. Por isso Jesus diz: “Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão e ninguém vai arrancá-las de minhas mãos”. Não se trata de uma propriedade na base do poder, mas de uma união de vida, como o Filho é unido ao Pai (Jo 10,30). O Pai cuidou de seu Filho depois de sua morte, ressuscitando-O, e O constituiu Senhor. Para Jesus, esse termo Senhor não Lhe tira o carinho de ser Pastor, pois Ele deu sua vida por suas ovelhas. Depois da Ressurreição temos a leitura desse evangelho que expressa a missão de Cristo junto ao Pai: ser condutor do povo, suas ovelhas. Assim escreve João no Apocalipse: “Porque o Cordeiro que está no meio, diante do trono, os apascentará e os conduzirá às fontes das águas da vida” (Ap 7,17). Estabelece-se entre Pastor e ovelhas um relacionamento de conhecimento e obediência. Jesus diz: “As minhas ovelhas escutam minha voz, Eu as conheço e elas me seguem” (Jo 10,27). Escutar e seguir, unidos ao verbo conhecer, é um movimento que realiza a intimidade dessa maneira de ser: unidos a Cristo, como Ele é unido ao Pai. O conhecimento de que fala João não é somente um saber quem é, mas unir-se à vida de quem se conhece. Esse verbo expressa o conhecimento íntimo que abre à vida um ao outro. “O pastor defende as ovelhas, pois lhe foram dadas pelo Pai e ninguém as arrebata das mãos do Pai” (29). Assim é a vida da comunidade com seu Redentor.
Lavaram as vestes no sangue do Cordeiro
            O livro do Apocalipse 7,9.14b-17, traz uma das características mais importante da comunidade primitiva: a celebração do culto a Deus. Esse culto, os cristãos o iniciaram sobretudo vencendo a tribulação (perseguição) lavando suas vestes no sangue do Cordeiro (14b). Sua vitória, lavada no próprio sangue, une-os à vitória de Cristo que os conduz. A comunidade continua sua batalha pela fé, como nos explicará João dizendo: “É necessário que continues ainda a profetizar contra muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10,11), mesmo que haja o amargor das conseqüências de crer na Palavra. Cada celebração da comunidade é uma certeza da vitória e uma garantia da presença de Jesus, o Cordeiro.
O pregador perseguido

            Os dois apóstolos Paulo e Barnabé fazem suas caminhadas apostólicas. Acreditaram na força da Palavra e implantaram as comunidades às quais exortavam a “continuarem fiéis à graça de Deus”. Paulo prega aos judeus em primeiro lugar. Ao receberem a recusa, pregam aos pagãos que se alegram por terem sido escolhidos para a fé. O apóstolo é perseguido por causa da Palavra. Como recusaram Jesus, agora recusam os apóstolos. Paulo e Barnabé sentem-se confortados pelas promessas de Jesus a eles: “Eu te coloquei como luz para as nações, para que leves a salvação até os confins da terra” (At 13,47). Não se sentem desanimados por causa das perseguições. Mulheres piedosas foram atiçadas a perseguir os dois apóstolos. Não basta a piedade para ser bom. É preciso a fé. Só a fé suporta as tribulações e dá as alegrias do Espírito Santo. A Igreja precisa sempre de apóstolos renovados pelo Espírito.

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