Evangelho segundo S. Mateus 24,42-51.
Naquele
tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vigiai, porque não sabeis em que dia
virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas
da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais,
virá o Filho do homem. Quem é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à
frente da sua casa, para lhe dar o alimento em tempo oportuno? Feliz aquele
servo que o senhor, ao chegar, encontrar procedendo assim. Em verdade vos
digo que lhe confiará a administração de todos os seus bens. Mas se o servo
for mau e disser consigo: ‘O meu senhor demora-se’, e começar a espancar os
companheiros e a comer e beber com os ébrios, quando o senhor daquele servo
chegar, em dia que ele não espera e à hora que ele não pensa, expulsá-lo-á e
lhe dará a sorte dos hipócritas. Aí haverá choro e ranger de dentes».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Homilia atribuída a São Macário
(?-390), monge do Egipto
Homilias espirituais, nº 33
Pela oração, vigiar à espera de Deus
Para rezar, não são precisos gestos, nem
gritos, nem silêncio, nem genuflexões. A nossa oração, ao mesmo tempo sábia e
fervorosa, deve ser uma espera de Deus, até que Ele venha visitar a nossa alma
por todas as suas vias de acesso, por todos os seus caminhos, por todos os seus
sentidos. Demos tréguas aos nossos silêncios, aos nossos gemidos, aos nossos
soluços: não procuremos na oração senão o abraço apertado de Deus.
Não é verdade que, no trabalho, empregamos todo o nosso corpo num
mesmo esforço? Não colaboram nisso todos os nossos membros? Pois que também a
nossa alma se consagre toda à oração e ao amor do Senhor; que não se deixe
distrair nem bloquear com pensamentos; que toda ela seja espera de Cristo. Então
Cristo ilumina-la-á, ensinar-lhe-á a verdadeira oração, conceder-lhe-á a súplica
pura e espiritual de acordo com a vontade de Deus, a adoração «em espírito e
verdade» (Jo 4,24).
Aquele que exerce um comércio não procura
simplesmente ter lucro. Esforça-se também, por todos os meios, por aumentá-lo e
acrescentá-lo: empreende novas viagens e renuncia às que lhe parecem não trazer
proveito; só parte com a esperança de um negócio. Como ele, saibamos também
conduzir a nossa alma pelos caminhos mais diversos e mais oportunos e
adquiriremos, oh ganho supremo e verdadeiro, esse Deus que nos ensina a rezar na
verdade.
O Senhor repousa numa alma fervorosa, faz dela o seu trono
de glória, ali Se senta e ali permanece.
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