PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Celebrando
uma presença
Celebrando a Ascensão de Jesus ao
Céu, estamos diante de um dos momentos centrais de sua vida. É o Mistério
Pascal de Cristo que completa sua passagem ao Pai. A Ascensão não é reconhecida
em sua importância na vida da Igreja. A Ascensão é necessária para entender a
ação de Deus no mundo. Esse mistério ficou reduzido a uma rápida lembrança. Pensa-se que se fechou um
tempo e começou outro ou que a vida terrena de Cristo acabou e agora é o tempo
do Espírito e da Igreja. Não podemos separar as ações de Deus como lotes da
Santíssima Trindade para cada Pessoa Divina. Jesus dissera: “Se eu não for, não
virá a vós o Espírito Santo” (Jo 16,7). A
subida de Jesus ao Céu não O afasta de nosso tempo e história. Esses tempos
novos não se sucedem como calendário, mas são tempos de Deus, nos quais é
sempre infundido o Espírito prolongando a energia divina e humana da qual participamos,
e que se faz liturgia. Liturgia não é só celebração, mas é a vida divina que
irrompe no Espírito que nos é dado. “Do
coração de Cristo aberto pela lança saiu sangue e água. É o rio da vida que
chega através da liturgia, fecundando os últimos tempos. Penetra as profundezas
do homem e da história” (J.Corbon). Estamos unidos a Ele. Esse movimento de
Deus que nos abraça em Cristo glorioso, é o dom do Espírito. Ele vem para que a
vida se faça abundante. A liturgia não são atos rituais, mas Vida que explode
“onde dois ou três estão reunidos em meu nome”, diz Jesus. A celebração é um
desses momentos em que o “Rio da Vida volta a sua fonte, o coração do Pai,
depois de ter cumprido sua missão. A liturgia celebra o regresso do Filho à
casa do Pai. Celebra também a vida de todos que vão com Ele. Somos arrastados à
consumação. A História prossegue para sua libertação final” (idem).
Sereis
minhas testemunhas
Os discípulos entenderam bem as
palavras de Jesus “é de vosso interesse que eu parta” (Jo 16,70), tanto que a
partida de Jesus não lhes causa tristeza, “pois voltaram para Jerusalém com
grande alegria” (Lc 24,53). Eles haviam perguntado durante uma ceia: “É agora
que vais restaurar o Reino de Israel?” (At 1,6). O Reino será, como escreve
Lucas, “o poder do Espírito que descerá sobre vós para serdes minhas
testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da
terra” (8). Esse Reino significa a condição da salvação total de Deus para todo
o povo, mas trazida pelo rei-Salvador de todos, quer dizer, Salvação de Deus
pra todos. Os discípulos não devem sabe nem o como nem o quando de Deus (7),
mas devem aceitar o Espírito que vem como Poder irresistível (8). Assim serão
testemunhas, quer dizer, farão Cristo presente no mundo através da Palavra e da
vida. Pedro dissera: “Assíduos à oração e ao ministério da Palavra” (At 6,4). A
vida dos discípulos é caminho de Cristo ao Pai.
Esperança
que seu chamado dos dá
“A fé
é o modo de já possuir o que se espera, um meio de conhecer realidades que não
se vêem” (Hb 11,1). A esperança é a certeza da fé. Paulo escreve: “Que Deus
abra o vosso coração a sua luz, para que saibais qual a esperança que seu
chamamento vos dá” (Ef 1,18). Esse chamamento e acolhimento no Corpo nos dão a
certeza da verdade da presença de Jesus junto do Pai e de nossa presença com
Ele. A vida cristã não é um fazer coisas, mas ser em Cristo a nova criatura.
Vivemos uma vida de acordo com o chamado. Vivemos em Cristo para nEle realizar
nosso caminho.
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