terça-feira, 28 de julho de 2015

REFLETINDO A PALAVRA - “Pode ser que venha dar fruto”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Se não vos converterdes
            A cada ano litúrgico, no tempo da Quaresma, temos uma temática para o 3º, 4º e 5º domingos. No ano A temos a temática batismal; no ano B temos a temática da Aliança e no ano C, a temática da conversão. No evangelho deste 3º domingo lemos sobre a figueira estéril, no 4º, o filho pródigo (ou pai misericordioso) e no 5º a adúltera. Em cada domingo somos chamados à conversão porque o Pai é bom e misericordioso. Em nossa fragilidade, somos uma figueira, na comparação de Jesus. O jardineiro é Ele próprio. O dono é o Pai que cobra os frutos e não encontra já há três anos. Se não dá fruto deve ser cortada. Mas vinhateiro propõe: “Deixa mais esse ano, vou cavar em volta e colocar adubo. Pode ser eu venha a dar fruto, Se não der, então tu a cortarás” (Lc 13,8-9). Jesus conta a parábola após ouvir notícias de um massacre de Pilatos e da torre que caiu sobre 18 galileus. Na idéia das pessoas sofreram porque eram pecadores e pagaram por isso. Pagará se não se converter e não der frutos. Todos são chamados a serem, não uma árvore estéril, mas árvore que produza frutos. O vinhateiro, Jesus, dá os auxílios necessários, chega uma terrinha e assim a planta pode produzir. Ele quer nossa conversão e para isso oferece os meios. Se não nos resolvemos a mudar, converter e produzir frutos, Deus não tem nada mais a fazer nós. Assim nos condenamos a uma desgraça. Essa não será um acidente, mas a perda do Reino. A Quaresma é o tempo para esse questionamento sobre nossa situação diante do Pai que nos deu a vida e pede que produzamos frutos. A graça de Deus que nos vem pelos sacramentos e pelos dons que nos deu. Ele dá tempo, mas exige mudanças.
Eu sou o Senhor
             A conversão não é obra somente de um esforço pessoal, mas da presença de Deus que liberta de todos os males, sobretudo da esterilidade de nosso coração. O Deus que conhecemos da Escritura, que chamamos de Javé, não é um Deus nas alturas, mas o Deus que se compromete com seu povo. É um Deus que caminha conosco. Moisés clama: “Caminha conosco”! (  ). O compromisso que assume para conosco e nos estimula a sair de nossos egitos, é conseqüente como acontece na libertação do Egito, na libertação de todos os males na vinda de Jesus. Assim lemos na aparição de Deus a Moisés no Horeb: “Eu VI a aflição de meu povo que está no Egito e OUVI seu clamor por causa da dureza de seus opressores. Sim, eu CONHEÇO seus sofrimentos. DESCI para libertá-los das mãos dos egípcios, e FAZÊ-LOS sair daquele país para uma terra boa e espaçosa, uma terra onde corre leite e mel” (Ex 2,7-8). Deus tem para conosco uma ação conseqüente. Não nos ama por pedaços. A cobrança de conversão vem do fato de que Deus fez tudo por nós, e os frutos não aparecem. Deus não cobra, mas nós devemos nos cobrar a nós mesmos em vista da expectativa que Ele tem. A conversão é para que produzamos frutos que permaneçam.
Cuidado para não cair

            Na história da salvação temos muita coisa bonita. O povo viveu momentos de grande participação das maravilhas que Deus fez por ele: passar o mar Vermelho, comer o maná vindo do céu, beber água da rocha, receber a lei sob grandes sinais. Mas, a maioria desagradou a Deus. Foram assim de exemplo para nós, para não repetirmos o mesmo. “Portanto, escreve Paulo, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair” (1Cor 10,12). É correspondendo à graça da redenção, produzindo frutos que nos manteremos em pé. A conversão permanente é o caminho do cristão. 

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