Evangelho segundo S. Mateus 12,38-42.
Naquele
tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: «Mestre, queremos ver um
sinal da tua parte». Mas Jesus respondeu-lhes: «Esta geração perversa e
infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do
profeta Jonas. Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da
baleia, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no seio da terra. No dia do Juízo, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e
hão-de condená-la, porque fizeram penitência quando Jonas pregou; e aqui está
quem é maior do que Jonas. No dia do Juízo, a rainha do Sul erguer-se-á com
esta geração e há de condená-la, porque veio dos confins da terra para ouvir a
sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Pedro Crisólogo (c. 406-450),
bispo de Ravena, doutor da Igreja-Sermão 3
Foi o próprio Jonas que pediu que o
atirassem para fora do navio: «Pegai em mim e lançai-me ao mar», disse (Jn
1,12), anunciando a Paixão voluntária do Senhor Jesus. Então porque foi que os
marinheiros esperaram por essa ordem? Porque, embora a salvação de todos
requeira a morte de apenas um, essa morte requer uma decisão livre da pessoa.
Assim, nesta história em que a morte do Senhor é completamente prefigurada,
espera-se pela vontade daquele que vai morrer, para que a sua morte não seja uma
necessidade suportada, mas um acto de liberdade: «Ninguém ma tira, mas sou Eu
que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar», diz o
Senhor (Jo 10,18). Porque, se Cristo entregou o espírito (Jo 19,30), não foi
porque a vida Lhe tivesse fugido. Aquele que tem na mão as almas de todos os
homens não poderia perder a sua. «A minha vida está continuamente em perigo, mas
não me esqueço da tua lei» diz o profeta (Sl 119,109); e noutra passagem: «Nas
tuas mãos entrego o meu espírito» (Sl 31,6; Lc 23,46).
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