Evangelho segundo S. Mateus 12,14-21.
Naquele
tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem
desaparecer. Quando soube disso, Jesus afastou-se dali. Muitos seguiram-no e
Ele curou-os a todos, ordenando-lhes que o não dessem a conhecer. Assim
se cumpriu o que fora anunciado pelo profeta Isaías: Aqui está o meu servo,
que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se deleita. Derramarei sobre Ele
o meu espírito, e Ele anunciará a minha vontade aos povos. Não discutirá nem
bradará, e ninguém ouvirá nas praças a sua voz. Não há-de quebrar a cana
fendida, nem apagar a mecha que fumega, até conduzir a minha vontade à vitória. E, no seu nome, hão-de esperar os povos!
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nazianzo (330-390),
bispo, doutor da Igreja - Homilia pascal
O Verbo de Deus, Aquele que existe desde
toda a eternidade, Aquele que é invisível, incompreensível, incorpóreo, o
Princípio que procede do Princípio, a Luz que nasce da Luz, a fonte da vida e da
imortalidade, Aquele que é a expressão fiel do arquétipo divino, o selo
inamovível, a imagem perfeitíssima, a palavra e o pensamento do Pai (Heb 1,3), é
o mesmo que vem em ajuda da criatura feita à sua imagem (Gn 1,27), e que por
amor do homem Se faz homem. Ele assume um corpo para salvar o corpo e une-Se a
uma alma racional por amor da minha alma. Para purificar aqueles a quem Se
tornou semelhante, fez-Se homem em tudo excepto no pecado. […] Aquele que
enriquece os outros faz-Se pobre, aceitando a pobreza da minha condição humana
para que eu possa receber as riquezas da sua divindade (2 Cor 8,9). Aquele que
possui tudo em plenitude aniquila-Se a Si mesmo, privando-Se durante algum tempo
da sua glória para que eu possa participar da sua plenitude.
Porquê
tantas riquezas de bondade? Que significa para nós este mistério? Eu recebi a
imagem divina, mas não soube conservá-la; agora Ele assume a minha condição
humana, para restaurar a perfeição daquela imagem e conferir a imortalidade a
esta minha condição mortal. Deste modo, estabelece connosco uma segunda aliança,
mais admirável que a primeira. Convinha que o homem fosse santificado mediante a
natureza assumida por Deus. Convinha que Ele triunfasse deste modo sobre o
tirano que nos subjugava, para nos restituir a liberdade e nos reconduzir a Si
pela mediação de seu Filho. E Cristo realizou, de facto, para glória de seu Pai,
esta obra redentora que era o objectivo de todas as suas acções.
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