Evangelho segundo S. Mateus 11,25-27.
Naquele
tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque
escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos
pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo
Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o
Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santo Hilário (c. 315-367), bispo de
Poitiers, doutor da Igreja - A Trindade 2, 6-7
«Ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser
revelar»
O Pai é Aquele de quem vem tudo o que
existe. Ele próprio, em Cristo e por Cristo, é a origem de tudo. Além disso, é
em Si mesmo o seu ser, e não recebe de outro aquilo que é. […] Ele é infinito
porque não está num sítio preciso, mas tudo está nele. […] É sempre antes do
tempo, o tempo vem dele. Se o teu pensamento corre atrás dele e se crês ter
alcançado os limites do seu ser, continuarás ainda assim a encontrá-Lo, pois
enquanto avanças incessantemente até Ele, o alvo a que te diriges está sempre
mais longe. […] Tal é a verdade do mistério de Deus, tal é a expressão da
natureza incompreensível do Pai. […] Para O exprimir, as palavras só podem
calar-se; para O sondar, o pensamento fica inerte; e para O alcançar, a
inteligência sente-se limitada.
E no entanto, este nome, Pai, indica a
sua natureza: Ele é só e completamente Pai. Porque não recebe de nenhum outro, à
maneira dos homens, o facto de ser Pai. Ele é o Eterno Não-Gerado. […] É
conhecido apenas pelo Filho, porque «ninguém conhece o Pai senão o Filho e
aquele a quem o Filho O quiser revelar». Ambos Se conhecem um ao outro e esse
conhecimento mútuo é perfeito. Por conseguinte, como «ninguém conhece o Pai
senão o Filho», tenhamos do Pai somente pensamentos conformes ao que dele nos
revelou o Filho, que é a única «testemunha fiel» (Ap 1,5).
Vale mais
pensar no que diz respeito ao Pai do que falar acerca disso. Porque as palavras
são todas impotentes para traduzir as suas perfeições. […] Apenas poderemos
reconhecer a sua glória, ter dela uma certa ideia e procurar precisá-la com a
nossa imaginação. Mas a linguagem do homem é a expressão da sua impotência e as
palavras não explicam a realidade tal como ela é. […] Assim, ainda que tenhamos
reconhecido Deus, temos de renunciar a nomeá-Lo: sejam quais forem as palavras
empregues, não conseguem exprimir Deus tal como Ele é, nem traduzir a sua
grandeza. […] Temos de acreditar nele, de procurar compreendê-Lo e de adorá-Lo;
fazendo-o, estaremos a falar dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário