segundo S. João 13,16-20.
Naquele
tempo, quando Jesus acabou de lavar os pés aos seus discípulos, disse-lhes: «Em
verdade, em verdade vos digo: O servo não é maior do que o seu senhor, nem o
enviado é maior do que aquele que o enviou. Sabendo isto, sereis felizes se
o puserdes em prática. Não falo de todos vós: Eu conheço aqueles que
escolhi; mas tem de cumprir-se a Escritura, que diz: ‘Quem come do meu pão
levantou contra Mim o calcanhar’. Desde já vo-lo digo antes que aconteça,
para que, quando acontecer, acrediteis que Eu Sou. Em verdade, em verdade
vos digo: Quem recebe aquele que Eu enviar, a Mim recebe; e quem Me recebe a
Mim, recebe Aquele que Me enviou».
Da Bíblia Sagrada -
Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Igreja (Lumen
gentium), § 8
Mas, assim como Cristo realizou a obra da
redenção na pobreza e na perseguição, assim a Igreja é chamada a seguir pelo
mesmo caminho para comunicar aos homens os frutos da salvação. Cristo Jesus «que
era de condição divina, despojou-se de Si próprio tomando a condição de escravo
(Fil 2,6-7) e por nós, «sendo rico, fez-Se pobre» (2Cor 8,9); assim também a
Igreja, embora necessite de meios humanos para o prosseguimento da sua missão,
não foi constituída para alcançar a glória terrestre, mas para divulgar a
humildade e abnegação, também com o seu exemplo. Cristo foi enviado pelo Pai «a
evangelizar os pobres [...], a sarar os contritos de coração» (Lc 4,18), «a
procurar e salvar o que perecera» (Lc 19,10). De igual modo, a Igreja abraça com
amor todos os afligidos pela enfermidade humana; mais ainda, reconhece nos
pobres e nos que sofrem a imagem do seu Fundador pobre e sofredor, procura
aliviar as suas necessidades, e intenta servir neles a Cristo. Enquanto Cristo,
«santo, inocente, imaculado» (Heb 7,26), não conheceu o pecado (2Cor 5,21), mas
veio apenas expiar os pecados do povo (Heb 2,17), a Igreja, contendo pecadores
no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação,
exercita continuamente a penitência e a renovação.
A Igreja
«prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das
consolações de Deus, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha
(1Cor 11,26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a
vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades, tanto
internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até
que este por fim se manifeste em plena luz.
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