Celebramos no domingo depois de
Pentecostes a festa da Santíssima Trindade. É uma festa diferente das outras
festas do Mistério Pascal de Cristo. Essas se ligam a um fato da vida de Jesus.
A festa desse domingo celebra o augusto mistério da Santíssima Trindade, Pai,
Filho e Espírito Santo, fonte da salvação. O Papa João XXII estendeu a festa a
toda a Igreja no ano 1331. É uma festa de origem devocional. Nem por isso deixa
de ter importância. A devoção é muito útil e necessária para a vivência de todo
o mistério de Cristo. Nesse ano B a celebração toma um caráter de mistério de
Salvação. O povo de Israel pôde fazer uma belíssima experiência de Deus. Ouviu
a voz de Deus, foi escolhido e libertado por Ele. Esta experiência obriga a
reconhecer que o Senhor é o único Deus e a observar suas leis. Nosso
relacionamento com a Santíssima Trindade é uma vida reconhecida pelos
benefícios que Dela recebemos, na criação, na redenção e na santificação,
missões do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Embora sejam distintas as
atribuições da missão, são ações do único Deus em três Pessoas. O
resultado de nosso reconhecimento é seguir o mandamento de Jesus Ressuscitado
que nos envia na missão de continuar sua obra: “Ide por todo o mundo e fazei
discípulos meus todos os povos, batizando-os “em nome” do Pai, do Filho e do
Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” (Mt 28,19-20).
Jesus quer que estejamos com Ele, como estiveram os discípulos. Batizar em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo é ser mergulhado em Deus. A experiência de
Deus percorre não somente fatos, mas também nossas pessoas. Estamos unidos ao
Deus Criador e convivemos em um mundo amado por Deus.
Abba
– Pai!
Pelo batismo recebemos, pelo
Espírito Santo a filiação divina que nos dá o direito e o dever de ter um
relacionamento amoroso com Deus. Não se pode pensar em Deus sem amar. Estamos
unidos ao Filho em sua vida e relacionamento com o Pai. Dizer “Pai nosso
santificado seja vosso nome”, é reconhecer a divindade, pois é um ato de amor.
A experiência de Israel foi de libertação dos sofrimentos da escravidão de
tantos outros sofrimentos. Deus educou o povo até chegar a plenitude dos
tempos: Chegou o tempo de Deus! Em Jesus continuamos experiência de um Deus à
mão. João diz: “aquele que nossas mãos tocaram”. Jesus passou entre nós fazendo
o bem. Essa foi a proclamação de Pedro na casa de Cornélio (At 10,38).
Libertou-nos também das prisões do pecado, das quais são símbolos as curas
físicas. Deus é um Pai amoroso, que nos dá um Filho que ama e um Espírito que é
amor.
Uma
história de família.
“Eu estarei convosco todos os dias
até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Ele é o Deus conosco. A história de nossa
família acompanha a de Jesus: “Se sofremos com Ele, é para sermos também
glorificados com Ele” (Rm 8,17). O testemunho de nossa fé na redenção nos
coloca como participantes dessa aventura libertadora fundada no amor. Jesus diz
aos discípulos: “Vós que estivestes comigo em meus sofrimentos” (Lc 22,28).
Continuamos construindo a história de amor desta Família Divina em nossa
família humana. Quanto mais conhecemos o amor da Trindade Santa, mais temos
conhecimento do mal do pecado. Se não nos preocupamos com o pecado é porque não
conhecemos o amor que o Pai nos oferece. Viver a vida de Deus em nós vale mais
que tudo o que possa existir.
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