segunda-feira, 12 de maio de 2014

SANTOS AQUILES E NEREU

Etimologicamente os nomes "Aquiles" e "Nereu", de origem grega, significam respectivamente "força" e "me pertence". Irmãos, ambos eram soldados adscritos ao tribunal militar durante o governo do imperador Dioclesiano. Tempos em que a maldade perpetrava ataque feroz contra os seguidores de Cristo. Contudo, quanto mais se alargavam as fileiras do martírio, tanto mais florescia o cristianismo revestido com a força do testemunho vivo da verdade cristã. Aquiles e Nereu eram flores que encontravam-se em meio a um jardim de espadas, sangue e guerra quando converteram-se ao cristianismo. Diante disso, o dilema que se lhes apresentava não era fácil: se por um lado, renegassem sua fé e adorassem os ídolos, se livrariam da morte. Por outro, se abandonassem o exército, seriam mortos, já que as regras militares eram rigorosíssimas nesse sentido. Abrasados, porém, pela lembrança de Jesus Crucificado e das convicções que lhes inflamava o coração, não era difícil prever o inevitável desenlace por amor a Deus e à Igreja. Cumpriam perfeitamente com seu dever de militares, mas passaram a se apresentar como dois jovens fervorosíssimos, fazendo orações ao Deus dos cristãos, tornando-se comunicadores exemplares da Palavra de Deus. Finalmente decidiram abandonar o exército. Não tardou que fosse decretado o exílio na ilha de Ponza, onde permaneceram ambos a serviço de Santa Flávia Domitila, sobrinha do cônsul Flávio Clemente, com a qual partilharam as tribulações advindas pelas ordens imperiais. O historiador Eusébio diz que esta nobre dama de Roma fora enviada ao desterro por ordem de Domiciano porque também proclamara sua fé ao Divino Redentor. Segundo São Jerônimo "o exílio foi tão cruel e longo que isto por si só já lhes serviria de martírio". Foram condenados à morte, entregando gloriosamente a alma pelo fogo e pela espada. O Papa São Dâmaso escreveu no ano 400 a seguinte inscrição na tumba dos dois mártires: "Nereu e Aquiles pertenciam ao exército do imperador. Porém, se negaram a cumprir certas ordens que a eles pareciam cruéis. Ao converter-se ao cristianismo abandonaram toda violência e preferiram ter que abandonar o exército antes que ser cruéis com os outros. Proclamaram seu amor a Cristo nesta terra e agora gozam da amizade de Cristo na eternidade". O Sepulcro dos santos conserva-se no cemitério de via Ardeatina, onde há uma Basílica edificada em sua honra.

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