sexta-feira, 30 de maio de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - ASSUNÇÃO DE MARIA

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Não faltam dragões.
O reconhecimento de Maria, e o amor que temos por ela, não diminuem os ‘dragões’ que cercam os filhos de Deus. Estes têm muitas faces no mundo atual. Estão sempre prontos a atacar e envolver quem vive o Reino de Deus. Maria, gerando o Filho, protege-o como mãe Assim faz conosco. Os males do mundo são sempre os mesmos em todos os tempos. Estes males são enganadores: prometem felicidades que, vazias, trazem o desconforto e a desilusão. Maria, cantado as maravilhas operadas por Deus em sua vida, manifesta o poder que Deus tem de reverter o quadro: “Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes” (Lc 1,51-52).  A obra de Maria, como mãe de misericórdia, consiste em ser solícita para com todos e colocá-los sob seu amparo. Ela vem em socorro, antes mesmo de ser chamada, pois, como está unida à misericórdia de Deus, ela é gratuita e previdente. O socorro de Maria está unido à obra redentora do Filho que em tudo quer salvar. Por isso rezamos: ‘Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte, Amém’. Os dragões, provocadores do mal, do pecado e da morte caem diante do poder misericordioso de Maria. Rezamos: ‘livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita’!
Urgência do amor.
O projeto de Maria, a partir da encarnação do Filho de Deus, é assumir a dinâmica do Espírito: Deus nos dá seu Filho, Maria continua esta obra de dá-lo ao mundo e o faz com a pressa do amor: Apressadamente vai às montanhas da Judéia para socorrer a prima. É viagem feita com o jeito normal de Maria agir: socorrer prontamente. Não enrola ao ir em socorro dos necessitados. Ela continua dentro da Igreja socorrendo. A vida com Deus no Céu não tem barreiras para o amor “como prometera Deus a nossos pais, sempre lembrado de sua misericórdia”. Por isso Maria é chamada, Mãe de Misericórdia. Cristo é a misericórdia do Pai. Esta misericórdia nós a vemos em Maria, em Pentecostes, acalentando os discípulos. Foi dada a João, e Nele, a todos nós. Continua sua pressa em nos socorrer.
Assunção e Alegria.

Não sabemos como foi a vida de Maria depois de Pentecostes. Quanto tempo terá vivido? Diz o evangelho de João a levou para sua casa (Jo 19,25-27). A comunidade deve tê-la cercado com muito carinho. Terá participado da comunidade perseguida? Terá tido que fugir com eles nas perseguições quando eles se espalharam? Dizem as tradições que foi morar com João em Éfeso. Há lá um lugar em Kushadassi (atual Turquia - onde há poucos cristãos), uma casa na montanha que é muito conhecida como a casa de Maria. Os muçulmanos vão ali todos aos anos no dia 15 de agosto para celebrar a ‘dormição’ de Maria. Dormição, para não dizer morte. Certo ou não, a casinha tem os alicerces do século I. Em Jerusalém há uma igreja que crêem ser o túmulo de Maria. Em todo caso, ela está feliz diante de Deus em corpo e alma, dando a certeza de que os dragões do mundo serão vencidos na medida em que nos apressarmos em realizar o amor ao próximo em nossa vida. 

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